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sábado, setembro 28, 2024

O que é que o Montenegro ainda não percebeu face aos resultados das últimas eleições?

 

Montenegro e os inteligentes que o rodeiam, mormente o crânio cabeludo que dá pelo nome de Nunelo de Olivença, ainda não perceberam que não conseguem aprovar sozinhos o que quer que seja?

O que é que essas luminárias pretendem (e notem bem: diplomática como sou, não os tratei por alimárias)? Aparentemente pretendem fazer o que lhes dá na bolha e que alguns dos outros partidos fechem os olhos, tapem o nariz e lá vai isto, sapo ou sapalhão pela goela abaixo. Mas a que propósito é que os outros partidos fariam isso? Por masoquismo? Mas alguém visualiza algum partido na Assembleia que tenha comportamentos masoquistas? Eu não.

Diria eu, e penso que dirá qualquer um que tenha dois dedos de testa, que o normal seria que Montenegro escolhesse a quem se arrimar e, em articulação com outro ou outros partidos, conjugando opiniões e convergindo no que fosse possível, arranjasse um chão comum em cima do qual se conseguisse construir qualquer coisa. Foi isto que António Costa fez com o PCP e com o BE (e que funcionou bem até o PCP e o BE roerem a corda) e é isto que meio mundo faz por essa Europa afora, Civilizadamente negoceia-se, trabalha-se de forma leal e inteligente.

Montenegro -- parolo, pacóvio, saloio (como o seu correligionário Marcelo o caracterizou) e com sérias limitações a diversos níveis -- não percebeu isto. Não quis arranjar um entendimento nem com o PS nem com o Chega, os dois partidos que, pelas percentagens que tiveram, poderiam, em conjunto com a AD, conseguir fazer passar as coisas no Parlamento.

Se quisesse fazer passar o Orçamento, Montenegro teria trabalhado em conjunto com um dos dois, ou com o PS ou com o Chega. Teriam arranjado um entendimento, teriam um plano de acções para 2025 e, com base nisso, teriam feito contas, ou seja, as contas para o OE 2025.

Ora, pelo que se sabe, Montenegro não fez nada disto. 

O que se passa é uma palhaçada. 

Toda a gente diz que ir para eleições é uma estupidez mas eu acho que andarmos nisto é uma estupidez ainda maior. Montenegro tem revelado não ter cultura democrática nem capacidade para funções tão exigentes como as de primeiro-ministro. Estou a centrar o assunto no Montenegro pois todos os outros do PSD são ainda piores que eles e a AD é o PSD e mais nada já que do lado do CDS só vem disparate. E nenhum deles tem a humildade democrática para trabalhar em parceria com outro partido.

Ouço os comentadeiros do costume já a defender um acordo com o Chega. Mas o Chega, que um dia diz uma coisa e no outro diz outra, diz que aprova um Orçamento se participar na sua elaboração (o que não é nenhum disparate). Ou seja, se trabalhar em coligação com a AD e, em conjunto, construírem um novo orçamento. Ora Montenegro afirmou preto no branco que não é não. Ora se não é não, Montenegro dará uma corrida em osso ao Ventura.

Portanto, pântano mais pântano duvido que haja.

Eleições? Ouço meio mundo a achar que deveriam ser evitadas. E, em abstracto, uma overdose de eleições não é coisa boa. 

O Dissolvente Marcelo, que -- não nos esqueçamos -- arranjou todo este caldinho, deve estar a tremer nas canetas sem saber o que fazer face à barracada a que todo o país está a assistir.

Havendo chumbo, não vejo que Montenegro e o inacreditável Sarmento a serem capazes do golpe de rins ou do golpe de asa suficientes para rapidamente gizarem um novo Orçamento capaz de passar na AR. Mas, mesmo que consigam dar uma cambalhota e apresentem qualquer coisa, pelo que já se viu até aqui (leia-se: despudoradamente vangloriarem-se de medidas alheias, avançarem com iniciativas avulsas e que ameaçam o equilíbrio das contas públicas, trapalhadas atrás de trapalhadas, saneamentos políticos em barda com nomeações partidárias como não se via desde a euforia cavaquista, mentiras em cima de mentiras, desgoverno em áreas que, antes, alardeavam que resolveriam em 60 dias, etc., etc.), o que se seguiria nunca seria coisa que se aproveitasse, coisa estável e saudável para o desenvolvimento do país e para a democracia. 

Em alternativa, termos o país a funcionar por duodécimos geridos por um governo desgovernado e descerebrado haveria de ser, todos os dias, a toda a hora e sob qualquer pretexto, uma inimaginável cagada em três actos (pardon my french). 

Por isso, face a esta caldeirada, pode ser que de umas novas eleições saia uma clarificação que permita um governo mais estável. Ou seja, não diabolizo nem temo umas novas eleições.

Se não for isso, então o optimista-realista Marcelo que reze um pouco mais à Nossa Senhora de Fátima a ver se ela faz um milagre.

sábado, maio 18, 2024

Nuno Melo, o fantástico Ministro da Defesa, deixou as calças no ar...?

 

De tal forma já estou por tudo com esta trupe do Governo que leio uma notícia e já dou de barato que foi mesmo o que ali está que aconteceu. Com Nuno Melo, então, espero tudo. É outro sem noção. 

Portanto, ao ler que, sabe-se lá como, o artista da Defesa tinha deixado as calças no ar pareceu-me plausível.

Aliás, e estou a falar a sério, até me pareceu que o jornalista se tinha dado ao preciosismo de dizer qual o tamanho da copa das calças. E isto porque vi ali um F e, vai daí, até admiti que, tal como os soutiens das mulheres têm uma letra para referir a campânula ou copa em que se encaixam os seios, as calças dos homens agora também teriam uma letra para tabelar a dimensão do espaço para ajeitarem a genitália. Face a isso, até pensei: F...? Uau...! Upa, upa...

Mas, afinal, não foi bem isso. Ou, se calhar, na prática e a prazo até foi. Mas isso se verá... 

Para já o que se passou foi que: "Ministro da Defesa deixa caças F-35 no ar, mas abre caminho com Finanças para equiparação de militares e polícias". Caças. 

Mas se o momento alto da notícia não foi o das calças, a verdade é que o seu teor também tem graça. Aliás, até, sem querer, deixei soltar uma gargalhada. Gostava de ter sido mosca. Nuno Melo levou esta sexta-feira o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, a uma reunião do Conselho Superior Militar, para definir os passos legislativos a dar para “dignificar” as carreiras dos militares na mesma medida das polícias. Deve ter sido giro. 

domingo, maio 05, 2024

Que falta de atavio militar...!
-- A palavra ao meu marido --

 

O Governo atual revela uma falta de competência e de ética assustadoras. 

Quando comparamos com o Governo anterior, de que tantos diziam mal, este fica a muitas milhas de distância. Em todos os capítulos: da competência, da ética, do "savoir -faire" e da natureza dos objetivos e, sobretudo, da capacidade de os atingir. 

O António Costa e a maioria dos ministros do anterior governo dão, no mínimo, dez a zero ao Luís e aos atuais ministros. O PM não fala porque não sabe o que dizer, a única ideia que deve ter é "vamos a eles" -- ou seja, na sua óptica, é preciso é ser belicoso porque "a malta vai gostar". 

Cumprir as promessas eleitorais não deve ser coisa que passe pela cabeça do Luís. Antes pelo contrário, tenta é encontrar subterfúgios para não fazer o que prometeu. No caso das pessoas, mentiu descaradamente no caso do IRS. Conseguir diminuir o IRC para aumentar os lucros das grandes empresas parece ser a única promessa eleitoral da qual ainda não desistiu. 

O Ministro da Defesa, acompanhado pela MAI, pretende fazer das Forças Armadas um estabelecimento correcional para onde vão os jovens delinquentes. E, no intervalo, fala do Tratado do "Atlético" Norte. Como dizia ontem Pedro Vieira no final de 'O último apaga a luz', é surpreendente como um pequeno clube da zona de Alcântara é responsável por defender a Europa. 

A Ministra da Justiça, quando lhe perguntam sobre o documento para a Reforma da Justiça subscrito por 50 personalidades, responde com "a chuva que entra nos tribunais" e outras costumeiras trivialidades completamente irrelevantes para o caso. No entretanto, a primeira reunião que fez foi sobre a corrupção, para fazer  a vontade ao Chega e como se esse fosse este o principal problema da Justiça em Portugal. 

A Ministra do Trabalho exonera de de forma absolutamente inqualificável -- mas que revela  bem o carácter de quem praticou este saneamento -- a Provedora da Santa Casa e esqueceu-se que deveria ter alguém para a substituir. Agora vem com ameaças de processos se Ana Jorge não continuar a gerir a Santa Casa. Seria cómico senão fosse absolutamente trágico. 

A Ministra da Saúde, antecipando os procedimentos da Ministra do Trabalho, fez os possíveis para que o diretor executivo do SNS se fosse embora e quando ele se demitiu ficou surpreendia por ele não continuar a trabalhar. Afinal, depois de todo o estardalhaço que fez, parece que a responsabilidade pelo plano é da DGS e, por acaso, até já estava feito e publicado. É de gargalhada!

A cereja no topo do bolo é o Sarmento. Veio, com aquele ar de menino bem comportado apanhado em falta, dizer um conjunto de mentiras sobre o estado do orçamento português baralhando tesouraria com orçamento. Não pode ser apenas desconhecimento técnico, enquadra-se no padrão do governo. Para o governo vale tudo para tentarem atingir os fins em cada momento. Neste caso o Fernando Medina deu-lhe cinquenta a zero. Quando se compara o Sarmento com o Medina, qualquer pessoa sensata -- como deve ser um bom pai de família --, deve arrancar os cabelos e pensar que pior é impossível.

Não admira que os tradicionais apoiantes da AD, nomeadamente os comentadores que andaram os últimos anos a denegrir o trabalho do Governo Socialista, a empolar cada pequeno problema, a fazer crer que o país estava no caos, e, ao mesmo tempo, a preparar o caminho ao PSD, agora não consigam esconder a desilusão e a estupefacção perante a incompetência do Governo AD. 

Quanto ao Hugo Soares, talvez até pudesse ser um bom chefe de claque de uma equipa de futebol. Líder parlamentar é que não. Mais que isso, não estou a ver. Qualquer dia, ainda o veremos a atirar tochas na AR.

O descaramento do PSD alastra a todas as áreas. Até o Moedas perdeu a vergonha e vem agora acusar o PS dos maus resultados da Câmara de Lisboa, a Câmara da qual é presidente. Como é isto possível? O despudor é total. 

No meio disto, navega o Marcelo da forma mais irrefletida  e desajustada de que há memória. O José Miguel Júdice afirmou, e bem, que o Marcelo é o pior Presidente da história da Democracia mas uma coisa é certa: este Governo não lhe fica atrás.

quarta-feira, maio 01, 2024

Estes gajos não têm jeito para serem ministros
-- A palavra ao meu marido --

 

Manifestamente os tipos que estão a governar-nos não sabem o que é ser ministros. Comecemos pelo Luís. Para além de desdizer o que afirmou e reafirmou sobre os impostos na campanha eleitoral ouvi-o dizer, com a maior ruralidade, na sessão de apresentação do júnior Bugalho “que está mesmo  a gostar de governar” como se governar fosse uma espécie de play station que se joga quando dá gozo e se põe para o lado quando já não temos paciência. E quando o Luís deixar de gostar de governar, pira-se? Se assim for, espero que se farte depressa. Mas, entretanto, vai fazendo umas diabruras e contradizendo-se em cada frase. Então não é que para  justificar o saneamento da Provedora da Santa Casa, após dizer que não estávamos perante um caso de saneamento, referiu. para justificar a exoneração, “que é normal que quem não está politicamente alinhado com a política do governo seja exonerado”...?  Não restarão dúvidas que as palavras ditas pelo Luís são a definição de saneamento. E nem falo na deselegância da forma. É até quase inédita a forma abrutalhada e pouco civilizada como estão a agir. 

E já vão dois: primeiro, o diretor executivo do SNS, que não foi corrido directamente mas, inequivocamente, levado a isso, e, agora a Provedora da Santa Casa. 

O Nuno Melo, apoiado pela MAI, veio dizer que o castigo a aplicar aos jovens delinquentes era “metê-los” na tropa. Esta “tirada” é uma falta de respeito e um desprestigio para a instituição militar e nem consigo entender como pode ser dita pelo Ministro da Defesa. Espero que os militares mostrem o seu desagrado como, aliás, já começaram a fazer. 

Mas existem outras duas dimensões que vale a pena relevar: 

  • Primeiro, esta ideia, completamente reprovável, é estupidamente próxima do que aconteceu na Rússia para recrutarem soldados para a guerra da Ucrânia, o que naturalmente nenhum País civilizado gostaria de  copiar.  

  • Em segundo lugar, é bafienta e recorda o que acontecia no Estado Novo. Muitos jovens estudantes portugueses que andavam nas faculdades antes do 25 de Abril, porque protestavam contra o regime. eram incorporados compulsivamente e mandados combater nas colónias e, assim, eram castigados. E estes Ministros conseguiram ter esta ideia na semana em que se comemorou o 25 de Abril e centenas e centenas de milhares de pessoas vieram para a rua festejar a Liberdade, a Democracia e gritar “fascismo nunca mais”. Lastimável!

Finalmente, vamos ao inqualificável Hugo Soares que, apesar de não ser ministro, merece, pelos piores motivos, uma referência. Não sei se o PR pensa que ele também é rural mas eu penso é que ele mal educado e arruaceiro. Tem sentido e é razoável um líder parlamentar que, “para inglês ver”, de vez em quando fala em diálogo, chamar “histéricos” aos deputados do PS? É este o clima que o PSD quer criar ou estão a “trabalhar” para serem corridos porque pensam que em novas eleições conquistam mais votos? Não sei, mas acho que acima de tudo esta direita não é educada, na verdadeira acepção do termo, não sabe estar, é arrogante e arruaceira.