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quarta-feira, janeiro 10, 2024

O ano de 2024 quase pessoa a pessoa
-- as previsões de Paulo Cardoso na companhia do ganda maluco do Alvim que ali esteve caladinho a ouvir com atenção e muito respeitinho

 

Depois de talvez um mês de interrupção, eis que consegui voltar à piscina. E que bem me soube. Não foi só a água quentinha, foi o exercício, foi aquela confraternização no balneário, foi a graça da senhora muito obesa, nua, no duche, escandalosamente contorcendo-se para conseguir chegar com a mão às partes pudibundas enquanto na galhofa diz as coisas mais inverosímeis. Hoje uma delas, ao conversarem sobre uma reportagem da véspera sobre o tempo que as crianças levam agarradas aos telemóveis, dizia que tinha lá em casa uma com sessenta anos que era a mesma coisa. E dizia que o ameaçava: 'Não acreditas que tantas horas de roda dessa porcaria vão limpar-te a cabeça por dentro...? Quando estiveres maluco julgas que vou estar aqui para aturar as tuas maluquices? Nem penses! E já lhe disse muitas vezes: quando fores desta para melhor julgas que vou sentir a tua falta? Não. Nada. Já estou habituada a estar sozinha...' e ria enquanto várias outras, todas nuas, besuntando-se com creme, faziam coro com ela.

Eu, no meu canto, toda pudica, a toalha à volta para não me apresentar como vim ao mundo, sorria ao vê-la sempre tão desinibida e brincalhona. Outras vezes diz que vai arranjar um papagaio para ter com quem falar quando está em casa. Ainda gostava de ver o senhor para perceber como funciona aquela dinâmica.

Depois fui ver a minha mãe. Está melhor. Depois de a ter visto praticamente à beira de ir desta para melhor, graças à perícia e persistência da equipa médica, apesar das diversas maleitas graves, está a conseguir dar a volta. Daqui a nada está a ter alta. Melhor, a ser transferida. Alta não pode ter. Vai continuar a ser acompanhada mas fora do hospital. Só espero é que corra bem, que se adapte bem, que goste, que continue a recuperar bem. 

Preciso de descansar a cabeça. Acontece-me agora isto: ao fim do dia sinto-me esgotada. Deixo-me dormir no sofá e depois custa-me imenso a acordar. Ou é de toda esta situação ou é o somatório disso com o pós-gripe. Sinto-me mesmo esgotada. 

Enfim. Agora que a vejo a melhorar, já só me apetece ir de férias, afastar-me de preocupações, descansar a cabeça. 

Hoje também, num bocadinho de manhã, voltei a pegar numa coisa que andava a escrever e da qual me tinha afastado, incapaz de ter ideias ou vontade de puxar por elas. Senti-me bem ao reler o que tinha escrito. Parecia que estava a sentir-me a ressuscitar, quase como se nestas últimas semanas tivesse andado a viver numa realidade paralela, subterrânea, e agora esteja a voltar à superfície.

Poderão pensar que é fragilidade a mais da minha parte ter ficado assim com a crise de saúde da minha mãe. E até pode ser que seja. Tal como referi antes, talvez venha a falar no assunto mais tarde. Agora não. Mas acreditem que foi uma situação atípica, com contornos inesperados, em que me vi virada de pernas para o ar. Uma coisa é o desenrolar normal de uma doença. Outra, muito diferente, é o que tem acontecido com a minha mãe. Mas está melhor e isso é o que importa. 

Na segunda-feira, quando vínhamos do campo, como sempre quando estamos no carro a partir das sete da tarde, posicionámo-nos na Antena 3, com o Alvim e a sua impagável Prova Oral. Aí ele disse que esta terça-feira lá teria outro doido, o Paulo Cardoso, a falar nas previsões para 2024. Fiquei com pena de não ouvir pois imaginei um programa completamente louco.

Pois bem. Agora ao abrir o YouTube, aparece-me o vídeo da Prova Oral. Nem fazia ideia que gravam e que se pode ver depois.

Agora fui à procura das previsões para o meu caso. Boas. Fiquei contente. 

É coisa louca a gente ligar a isto mas não quero cá saber. A minha mãe disse-me muitas vezes que acha que a minha maneira de ser é um bocado racional de mais. Penso que preferia que eu embarcasse na dela, nas suas emoções, nas suas fobias. Mas cada um é como é e eu não sou assim. A maneira de ser dela tem uma forte componente que é o oposto. Perante os medos dela, tantas vezes irracionais, sempre consegui manter-me serena (pelo menos, exteriormente), não me deixando contagiar e tentando desmontar aqueles medos inibidores de que ultimamente tanto tem sofrido. Mas sou assim em geral (excepto quando há doenças reais, graves, daqueles que me são mais próximos, pois aí, sinto-me impotente e isso desarma-me, apeia-me, tira-me o tapete, o chão). No meu trabalho, quando o stress parecia tomar conta de toda a gente, eu também me mantinha intacta, tranquila, pés na terra, a cabeça a funcionar sem ceder aos arroubos emocionais dos demais. 

Ora esta minha racionalidade parece contraditória com esta parvoíce de gostar de ler os horóscopos. Bem sei que sim. Mas é o que é. Além disso, há que deixar espaço para as coisas sem explicação.

Os caranguejos nascidos naquele intervalo de datas que o Paulo Cardoso ali diz parece que têm tudo para virar o jogo, ir à luta e vencer. É o que preciso. Sorte e persistência. Tenho muita vontade de ter uma vida nova. A ver se é desta. A porcaria de 2023 trocou-me as voltas todas, foi chatice atrás de chatice, preocupações permanentes. Ora tenho necessidade de ter projectos e novos objectivos e entusiasmos em vez desta sucessão de preocupações que me minam por dentro, que me esvaziam, que me sugam a energia. Preciso mesmo. 

Pode ser que o Paulo Cardoso tenha razão, pode ser que os astros se alinhem para me levar ao colo em 2024. Vou fazer figas. Vou mesmo.

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Para quem queira saber como vai correr-lhe o ano ou o que fazer para se precaver caso as previsões não sejam famosas, aqui está o programa na íntegra.

Paulo Cardoso - As previsões para 2024 na Prova Oral


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Um dia bom
Saúde. Boa sorte. Paz.

segunda-feira, dezembro 18, 2023

Fernando Alvim e o défice de atenção
[LABIRINTO - CONVERSAS SOBRE SAÚDE MENTAL]

 

Creio que já falei aqui de uma colaboradora que tive que era deveras obesa. Chegou a fazer cirurgias para reduzir o peito e para reduzir o estômago. Mas se, mais ou menos, víamos o efeito logo a seguir, a verdade é que um ou dois anos depois já não víamos diferença nenhuma, continuava obesa.

Quando vi os filhos fiquei um pouco chocada pois as crianças eram também obesas. Dizia-me ela que os miúdos só queriam comer pão de forma daquele muito branco e sem côdea, só queriam beber coca cola, comer gomas. Eu dizia-lhe que não desse isso aos filhos, que isso as engordava, que tivesse cuidado. Ela ria-se e dizia que eles saíam a ela, eram uns gulosos, e se recusavam a comer outro tipo de comida.

Entretanto, o rapazinho era muito problemático. Dizia ela que o menino era hiperactivo e tinha défice de atenção e que tinha que tomar ritalina. Pensei -- mas não disse -- que se calhar a quantidade de calorias que a criança ingeria tinha alguma coisa a ver com isso. Contudo, se andava a ser clinicamente seguido, certamente a obesidade tinha sido tida em atenção e, se calhar, o défice de atenção tem causas distintas, ou seja, não tem a ver com terem energia a mais, fruto do excesso de calorias.

Naqueles dias em que as crianças estão de férias mas os pais não, ela pedia se podia ter lá os miúdos com ela. Claro que sim. Ela levava os tablets para os miúdos estarem entretidos. Eu ia lá vê-los e falar com eles e tentava que fizessem desenhos, escrevessem histórias, mas os miúdos não estavam nem aí. Mas até aí eu ainda compreendia. Mas ficava era muito estupefacta com os pacotes de bolachas, daquelas altamente amanteigadas ou com chocolates e recheios, bebidas completamente desaconselháveis e toda a espécie de farnel hipercalórico que a mãe lhes punha em cima das mesas. Com o máximo de diplomacia, eu perguntava à mãe se não podia evitar aqueles alimentos em tal quantidade e ela, com o ar mais natural, dizia que tinha que ser para ver se estavam sossegados e sem levantarem ondas, senão não conseguiria aguentá-los quietos durante tanto tempo. Eu ficava estarrecida.

Com os meus filhos fui fundamentalista e eles ainda hoje se queixam disso. Não havia internet para me informar mas tinha livros de medicina infantil que não largava e seguia à risca todas as recomendações. Não havia produtos com aditivos suspeitos na alimentação deles. Só lhes dava comida tida por saudável. Por mais que se sentissem infelizes por eu não lhes dar o que eles viam os amigos comer, eu não abria mão com medo que um cagajésimo de miligrama de algum produto menos saudável viesse a fazer-lhes um mal terrível para o resto da vida. Em contrapartida, queria que comessem todos os dias os alimentos tidos por recomendáveis. Quando eram bebés ou pouco mais que isso, para onde eu ia, ia com caixinhas de comida feita em casa pois era a única maneira de ter a certeza que as vitaminas, os sais minerais, as proteínas, os hidratos, etc, estavam todos na dose certa e que tinham sido cozinhados como mandavam as boas regras. Os meus pais e o meu marido e o resto da família achavam que se poderia abrir uma ou outra excepção e eu, por vezes, com pena das crianças, violentava a minha consciência e lá deixava que acontecesse uma extravagância, dizendo a mim própria, que era uma vez sem excepção. 

Por exemplo, os meus cunhados eram o oposto. Iam com os filhos, ainda bebés, sem levarem nada a não ser cerelac. Não me esqueço de um dia em que resolvemos ir fazer um grande picnic perto da praia. Outros tempos. Fomos antes ao mercado comprar peixe e o resto da comida e fomos fazer uma sardinhada. Era um grupo enorme. Um dos meus sobrinhos teria um sete ou oito meses, nem sei, talvez menos. Éramos talvez tantos miúdos quantos graúdos. Entre irmãos e primos era um grupo grande de miudagem. Pois bem, o bebé foi entregue ao cuidado dos diversos primos. Os rapazinhos talvez jogassem à bola ou trepassem às árvores e as miúdas ocuparam-se do bebé. Era literalmente um boneco na mão das primas, todas pequenas. Pois deram-lhe à boca sardinhas assadas, pão com molho de sardinha, batatas, deram-lhe melão. E ele tudo comeu. Ao lanche já não me lembro o que comeu mas qualquer coisa foi, certamente o mesmo que os outros, e, como ficámos até tarde, mais para a noite, fizeram-lhe uma papa cérelac. Comeu tudo que se regalou, sem protestar. E este regime liberal mal não lhe fez pois, que se saiba, é um adulto saudável. 

De todos, comparando-o com a irmã e com os vários primos, o mais irrequieto de todos sempre foi o meu filho. Muitas vezes eu pensava que ele era hiperactivo. Muitos vezes penso que ainda é. A quantidade de actividades que ele faz, parecendo ter sempre necessidade de fazer coisas para se cansar sempre me deixou espantada.  Mesmo quando estava na minha barriga, deixava-me até incomodada com a violência das cambalhotas que cá dava dentro. E quando estava já enorme, mais para o fim da gravidez, a violência dos esticões que dava fazia-me sentir que me ia pontapear o estômago para fora da boca. E, quando nasceu e ficou a dormir no porta bebés, virava-se de tal maneira que punha uma perna quase de fora, parecendo, por diversas vezes, que ia virar o porta bebés ou cair de lá. Eu não conseguia perceber a força que ele tinha para, tão pequeno, fazer aqueles movimentos. Por isso, apesar de ainda tão bebé, tive que pô-lo logo na cama de grades que era da irmã e tivemos que comprar à pressa uma cama grande para a minha filha. E depois, quando tinha dez meses, começou a fazer birras diabólicas durante a noite, puxava os vómitos e vomitava-se, levantava-se e recusava-se a deitar-se e uma vez, não sei como, trepou e atirou-se da cama, pregando-nos um susto do caraças ao darmos com ele caído no chão. Exausta, sem conseguir dormir, sem sabermos já o que fazer (ainda por cima, sempre se recusou a usar chucha), resolvemos fazer uma experiência: pô-lo a dormir na cama grande da irmã. E ela, coitada, foi dormir para o sofá cama. Pois foi remédio santo. Passou a dormir que foi uma maravilha. Eu punha almofadas no chão não fosse ele, irrequieto como era, cair da cama. Mas caía e levantava-se. Nunca mais deu noites desgraçadas, nunca, nunca mais. E, claro, tivemos outra vez que encomendar à pressa uma cama para a minha filha. 

Mas se era hiperactivo, défice de atenção não tinha, nem tem. Focava-se totalmente, concentrado no que lhe agradava. Por isso, nunca considerei que fosse caso para preocupação. 

Mas ocorreu-me isto, certamente a despropósito, ao ver a entrevista do Fernando Alvim no âmbito da rubrica Labirinto, as interessantes entrevistas do Observador sobre temas de saúde mental. 

Quando trabalhava, se o horário coincidia, vinha na companhia do Alvim na sua Prova Oral. Quando dava na televisão também não perdia. Ainda agora, se calha virmos no carro àquela hora, é certo e sabido que nos colocamos na Antena 3 para virmos de gosto na companhia do grande Alvim. É ímpar. É genuíno. Muito bom. E o seu testemunho é importantíssimo para sensibilizar as pessoas para a necessidade de identificar e tratar as perturbações de comportamento que têm origem em alterações a nível da saúde mental.

Fernando Alvim e o défice de atenção. "É muito difícil estar concentrado numa coisa"

Cresceu como um miúdo agitado, sempre a fazer muitas coisas, mas só em adulto, há muito pouco tempo, o apresentador foi diagnosticado. Um acaso que, diz, lhe mudou a vida. 

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Agradeço os comentários e os mails. Têm sido muito importantes para mim.

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Desejo-vos uma boa semana

Saúde. Coragem. Força. Paz.

quarta-feira, janeiro 08, 2020

Paulo Cardoso, Alexandre Silva e Gimba na Prova Oral com o Alvim e a Xana Alves.
E o João Habitualmente que parece ser do caraças.
E, tirando isso, qual o desporto para cada signo.





Agora que estou a começar a escrever, está o Paulo Cardoso, com papéis na mão, a ler previsões para cada dia do ano, para cada signo. Tem graça. Pena não o ouvir a fazer previsões que se me apliquem.  O Fernando Alvim, entretanto, está com umas calças do além. Há uns anos seriam calças de pijama, agora é capaz de serem fashion. Encaixam bem nele -- e estou a falar a sério. Nele e no programa. Quando venho para casa, no intervalo dos telefonemas diários à família, ouço a Prova Oral e, quanto maior é a maluquice dele ou dos ouvintes que lhe telefonam, mais eu gosto. Na televisão também tento não perder. 

Entretanto, preguiçosa que estou depois de ter estado duas horas a pesquisar aquilo que me ultimamente me prende, fui espreitar as notícias e, tirando alguns temas sérios e outros disparatados, nada me fez tocar campainhas. Mas o que poderia ter feito tocar também não fez. Tarde demais para campainhas.

E agora entrou o Gimba, outro ser iluminado -- e também não estou a brincar. Pelo meio, entrou o Alexandre Silva, que é muito bonito, muito simpático, com um encantador sorriso tímido, e que, segundo aprendi, um inspirado chef. Até contou que fez um perfume para a namorada a partir de flores de laranjeira que estavam caídas nos passeios de Vila Viçosa. Coisas especiais. Coisas que verdadeiramente importam.

Bem, isto para dizer que, tal como quando estou a querer desopilar vou a uma loja de roupa ou a uma perfumaria e experimento tudo o que me dá na bolha, aqui vou para as Vogues desta vida.

E, lá está, apareceu-me uma daquelas que acho uma macacada mas que não viro as costas antes de ir ver o que me toca. Qual o desporto a seguir em função do cada signo. Pimbas. Lá caidinha. É parvoíce? Ah pois é. Mas eu curto parvoíce, fazer o quê? 

Transcrevo o que a ciência recomenda aos caranguejos:
Signe d’eau
Planète : La Lune, les émotions 
Véritable éponge émotionnelle, vous êtes plutôt d’une nature créative et artistique que sportive. Le sport est pour vous une manière de libérer vos émotions et d’écouter votre corps. Pas d’agressions, vous suivez le ressenti et les besoins de votre être. Vous avez besoin de vous sentir en contact avec la nature. Signe d’eau, la mer est un besoin vital, une seconde nature. Sports conseillés : natation, yoga, course à pied, paddle, aquagym, danse.  
© Gilles Bensimon pour Vogue Paris
Traduzo com o Translator para ver se tem mais graça:
Sinal de água
Planeta: A Lua, emoções 
Uma verdadeira esponja emocional, você é mais uma natureza criativa e artística do que um esporte. O esporte é uma maneira de você liberar suas emoções e ouvir seu corpo. Sem agressão, você segue os sentimentos e as necessidades do seu ser. Você precisa se sentir em contato com a natureza. Como sinal de água, o mar é uma necessidade vital, de segunda natureza. Esportes recomendados: natação, ioga, corrida, remo, hidroginástica, dança.
© Gilles Bensimon para a Vogue Paris
Também vi por lá outro artigo, este com as previsões para o ano todo, signo a signo. Mas lá me aparece outra vez que vou finalmente poder fazer aquilo por que tanto ambicionei, que um grande projecto vai ser a minha consagração e o escambau. E que vou ter tumultos mas dá-me ideia que são dos bons porque a onda é de reestruturação na minha vida e que a minha força interior vai dar boa conta do recado. Mas não transcrevo esse porque o texto é longo e, de resto, tirando eu e a Gina, não sei se há mais caranguejos aí desse lado.

Ah o que estou a rir com a boa onda daquele grupinho ali na Prova Oral. Não sei como é que alguém tem paciência para outro tipo de programas. Futebol? Comentário Político? Bahhhh.... Já eram.

Tirando isto, posso acrescentar que antes disto, apanhei a recta final de outros dois bacanos, um dos quais o João Habitualmente. Só a cara dele já é todo um programa. Aliás, o nome também. Quando se levantou pensei que todo ele, de alto abaixo, era um programa. Alto e magro como uma haste ao vento. E, em cima, no topo, aquela carinha. E, por causa do dito vento, o cabelo todo no ar. O sentido de humor dele deu-me vontade de ir conhecer a poesia. Não deve ser poesia romântica. Com aquela cara ninguém escreve poesia romântica. Está lá, na livraria, um livro dele e, por algum motivo, ainda não me saltou para o colo. Mas, agora que o vi e ouvi, talvez leia os poemas de outra maneira. Parece que nas horas livres é médico. Quiçá cirurgião. Pelo menos foi o que deduzi. Fiquei a gostar dele. 

Mais? 

Bem. Só se for que estava eu, justamente, a ver onde poderia gastar o dinheiro que, segundo uma sms recebida, tenho no cartão quando, por mero acaso, encontrei uma pessoa que me é muito querida. De imediato desatámos a conversar, resolvemos ir almoçar e fomos, sempre a conversar, acabámos de almoçar e continuámos a conversar e, tarde e más horas, saímos -- e a conversar fomos para o parque de estacionamento. Claro que cheguei tarde. Um daqueles casos em que se costuma dizer que a noblesse oblige.


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E lamento informar mas acabei agora de ler uma notícia tenebrosa e juro que estou a falar muito a sério. Tenebrosa. Devia apagar tudo o que escrevi e escrever sobre isso. Mas não dá. Prefiro alienar-me. Há coisas estúpidas demais. Podia ser ficção, pesadelo, coisa de terror. Mas é verdade. Tem a ver com camelos e com a Austrália e nunca imaginei ler uma coisa assim. Devia ser dia 1 de Abril para eu ter esperança que fosse mentira. Mas Abril ainda vem longe. Prefiro ir enfiar a cabeça debaixo dos lençóis. 

Ah, e agora também o Irão a atirar mísseis para cima de bases americanas no Iraque. Aquele Trump fê-a bonita. Estupor. Não há pachorra. Fónix.

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As fotografias são de Laura Okita

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Um dia feliz para si

terça-feira, dezembro 10, 2019

O Alvim diz que vai ser pai em 2020 e sugeriram-lhe que entre o Ano Novo em Vizela, no Golpe Baixo, a casa de meninas onde são todas anãs.
E isto já para não falar do menino Pato que gosta de pizza de fiambre.





O meu dia foi cheio de coisas. De manhã, uma coisa absolutamente invulgar. Mas, sobre isso, não posso falar. Parecendo que não, tenho os meus segredos.

De tarde, então, nem vos digo nem vos conto. Sabem aquela história da banana que era obra de arte e em que veio um senhor e a comeu? Pois, é isso mas vertido para tendência de gestão. No intervalo, uma colega disse que já não tem idade para coisas destas e eu respondi que eu, então, nem se fala. Uma coisa muito à frente que, para mim, é do mais faz de conta que se possa imaginar. Macacada em estado puro.
E lá terei que recordar o senhor que, tendo nós pedido para plantar umas certas árvores, choupos mais concretamente, nos disse que nunca tinha sabido que aquelas árvores se dessem ali e não à beira delinhas de água mas, havendo dinheiro para gastar, pois que lhe pagássemos que ele abria os buracos e as plantava. Claro que as árvores não vingaram e foi dinheiro deitado à rua. 
Mas, enfim, não vos maço com cenas destas que enfeitam o dia a dia das empresas e por onde se esvaem os ganhos de produtividade. Embora, se lhes perguntarem, não senhor, é gestão da boa. E como é tudo à força de muito dinheirinho gasto com certos consultores que vivem à custa de vender espuma a peso de ouro, no fim a malta ainda ganha prémios de gestão e coisa e tal, prémios esses sponsorizados pelos ditos consultores, pois of course.

Mas agora não posso falar nisso. Noblesse oblige. Um dia que me reforme e esteja livre de NDAs escrevo as minhas memórias e, aí, me aguardem.

Portanto, vou ao que interessa: saí deserta de me pôr ao fresco. Mas o meu anjinho da guarda anda retorcido e deve ter achado que eu ainda não tinha sofrido o suficiente e, por isso, dei por mim enclausurada numa fila de trânsito quilométrica e praticamente parada.

Liguei à família, li as gordas das notícias, enfureci-me, abri a janela, fechei a janela, embaciou-se, liguei ao ar condicionado, fiquei com calor, abri a janela, praguejei, depois apeteceu-me carpir, a seguir atendi o meu marido que estava igualmente desatinado no meio do trânsito. E, por fim, caí em mim e decidi que estava mas era bom para ouvir o Alvim.

Em boa hora.

Passado um bocado ocorreu-me, de novo, aquilo de sempre: sou tão incrivelmente primária que até a mim me faz espécie. É que já ria a bom rir, completamente esquecida que estava aborrecida por estar ali presa, como se tivesse todo o tempo do mundo para estar a curtir as vozes da radio. O que gosto do Alvim...!

A Prova Oral sem tema. Um ouvinte, cá para mim, acertou: se o programa estava sem convidado e sem tema é porque o convidado faltou à última hora. Quem foi que faltou, conta aí, ó Alvim? Mas o Alvim não se descoseu, que era mesmo sem tema. E foi bom: só telefonemas e divertimento.

E, no meio do Alvim dizer que está a pensar ir passar o réveillon ao Alentejo, alguém ligou a dizer que qual Alentejo, onde ele podia ter uma grande passagem de ano era em Vizela com as anãs. Acho que ele não percebeu bem, deve ter achado que era uma graça. E então a Xana deve ter googlado e foi parar ao Golpe Baixo, a casa de alterne com preços baixos para condizerem com as meninas que são todas anãs. O que me ri.
Até me lembrei daquela vez em que, íamos de carro, passámos pela 'Casa das Avózinhas', um lar de terceira idade, e o meu marido disse que era um bom nome para uma casa de putas (pardon my french). E, com aquela sua mente perversa que cultiva o absurdo, já imaginava um furo comercial, uma oferta diferenciada para um nicho de mercado: homens que gostam de mulheres experientes, séniores. Tenho ideia que até acrescentou: homens ou mulheres. E eu devo ter achado o máximo, uma casa de passe só com avozinhas. 
Adiante. Voltando à Prova Oral.

E depois apareceu um telefonema de uma menina de apelido Pato a dizer uma coisa ao Alvim, não me lembro o quê, talvez que gostava de ouvir a Prova Oral e, a seguir, apareceu um menino, o mano, salvo erro Miguel Pato, a dizer: 'Olá Alvim, eu quero dizer que gosto de pizza de fiambre'. E o Alvim e a Xana e eu desatámos a rir.  Mas o Alvim disse mais, disse que com crianças a ouvir o programa, tem que ter cuidado e não falar de sexo. Sugeriu que, em vez de falar explicitamente, poderia acabar as frases com um 'não sei se me estás a entender...'. Uma alusão a pairar, sexo no ar.

Quando o programa acabou, às 20, tive uma pena do caraças. Já nem me lembrava que estava enfiada dentro do carro, sem evasão possível. O que me ri, satisfeita por estar engarrafada. 

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E, não tendo aqui como partilhar aquela abençoada maluqueira, vai um vídeo antiguinho de quando o Alvim era pequenino

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Não queiram saber a razão de aqui ter os homens em Dolce & Gabbana Alta Sartoria, la sfilata uomo alla Pinacoteca porque não há explicação possível. A mesma coisa com I Knew You Were Trouble - pela Tia Simone. Razões que a razão desconhece -- mas só espero que tenham lido isto a dançar, a gingar, a sentirem a  música a saltitar por vocês adentro. Na boa, na boa, na boa.

Tirando isso, não sei bem sobre que temática deveria pronunciar-me já que as profundas exigem mais de mim do que tenho para dar e as superficiais passam tão depressa que não consigo agarrá-las. 

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E talvez até já porque, ao contrário do que possa parecer, até tenho aqui um tema a trabalhar dentro de mim. A ver se consigo dá-lo à luz.

sexta-feira, março 28, 2014

Alexandra Lencastre e Fernando Alvim têm um caso? Namoram? Têm encontros secretos num hotel? São apenas amigos? Negam tudo? --- Não sei. Só espero que se divirtam e sejam felizes.


Bem, meus Caros, por aí abaixo poderão encontrar posts para todos os gostos: vídeos emocionados com artistas e escritores, testemunhos de afecto, opiniões a ouvir com atenção, um Nobel a falar de dívida e austeridade, carros de luxo, parabéns a quem acabou de ganhar eleições.

Mas isso é a seguir. Aqui, agora, aligeiro, torno-me levezinha. Faço-me, pois, eco da fofoca de momento.


I'm Confessin' diz Lizz Wright




*

Por estes dias, no meio das confusões e convulsões causadas pelo Governo, eis que as revistas aparecem com um improvável casal na capa. Pasmei. E sorri. Mal dá para acreditar mas, vendo bem, talvez estejam bem um para o outro.


A atriz Alexandra Lencastre, de 48 anos, e o humorista Fernando Alvim, de 39, estarão a viver um romance secreto, com encontros pontuais num hotel da zona de Paço de Arcos.


A notícia é avançada pela revista “TV 7 Dias” desta semana, a quem Alvim, alegre animador de rádio e escritor, terá confidenciado que mantém um romance com uma mulher “famosa, loira e bombástica” e que se a relação viesse a público seria “um escândalo”.




Mas eis que o próprio Fernando Alvim, esse maluco, o desmente:



Humorista diz que "infelizmente não é verdade" que esteja a viver um romance com a atriz. E brinca com o assunto: "seria o casamento do ano"


Fernando Alvim não esconde que mantém uma amizade com Alexandra Lencastre. "Ela é uma mulher muito bonita e interessante. Já saímos algumas vezes. Só que não somos namorados e nem temos qualquer esconderijo", afirma Alvim ao nosso jornal.


Não sei nem tenho nada a ver com isso.

A ser verdade, imagino que se fartem de rir quando estão juntos. Casal animado e inesperado. Teria graça e talvez, juntos, fossem felizes. Talvez ela serenasse. Talvez se apoiassem e fossem cúmplices na vida (vida que, por vezes, quase parece andar nos limites da border line). 

Apesar de alguns excessos, são simpáticos e, acho eu, boas pessoas. Merecem ser felizes. Aliás, toda a gente merece ser feliz.

E nada mais tenho a dizer sobre o badalado assunto.


***

A música lá em cima é I'm confessin' de Lizz Wright


***

E, se me permitem, volto a recordar: se continuarem a descer, há mais uns quatro posts. Acho que são quatro mas não garanto. São muitos e variados.

E eu agora vou dormir. Tem razão a Leitora que me avisa: tenho que dormir mais antes que me dê alguma. Por isso nem vou rever nada do que escrevi. Tomara que esteja tudo mais ou menos direitinho.

***

Desejo-vos, meus Caros Leitores, um POETS day muito feliz 
(apesar deste tempo que não dá tréguas: frio e chuva outra vez, que chatice)