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domingo, outubro 08, 2017

O mundo cão que acolhe o rato Trump



Podemos fazer de conta que é normal. Podemos fazer de conta que não prestamos atenção. Podemos olhar para o lado e dizer: não dei por nada. Podemos fazer de conta que isso é lá com eles.

Podemos achar que usar o twitter para mandar bocas é uma forma tão boa como qualquer outra para o presidente dos Estados Unidos expressar as suas opiniões. Podemos desligar e ignorar as ameaças nucleares que pairam sobre o mundo. Podemos não querer saber das ameaças sociais e, mesmo, civilizacionais que o provocador e irracional Trump faz soar às horas mais disparatadas e pelos meios mais invulgares às pessoas que habitam a terra outrora prometida.


As ofensas que Trump faz às mulheres, aos imigrantes, aos refugiados, às vítimas de tragédias noutros países podem não nos motivar. Podemos permanecer de olhos fechados. Podemos fazer pose, fazer carinhas para o Face e para o Insta e pouco mais.
Mas pode ser que um dia percebamos o terror que pode descer sobre o mundo ao deixarmos que tudo isto aconteça.
É longe de nós. É lá com eles. Não temos nada a ver com isso. Os eleitores são soberanos. É a democracia. Diremos.

Tudo certo.


Mas o mundo tem que saber prevenir absurdos destes porque absurdos destes põem em perigo muita gente, senão toda a gente.

Há quem o diga rodeado pelas ratoeiras que ele próprio armou e quem acredite que é ele mesmo que vai auto-destruir-se, que ninguém precisa de dar um passo para o tirar da presidência porque vai acabar encurralado nos buracos que ele próprio se encarrega de cavar. Tomara que sim.

CORNERED OFFICE

The Trump administration has the nasty defensiveness of a trapped rat these days.

Photo Illustration by Darrow 

in WILL WE EVER RETURN TO NORMAL AFTER TRUMP?


Mas os riscos são excessivos. Checks and balances, talvez -- mas não sei se, face ao risco de ter um doido varrido à frente do país, é suficiente. Não sei de política internacional o suficiente para poder ajuizar a melhor solução -- mas que, ao menos, se avalie a possibilidade de o impedir de usar os códigos. Escondam a mala, troquem-na por outra, troquem os códigos, preguem-lhe uma partida que o faça borrar-se de medo. Qualquer coisa.

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  5 hours ago5 hours agoMore

...hasn't worked, agreements violated before the ink was dry, makings fools of U.S. negotiators. Sorry, but only one thing will work!

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Já agora

Quem é que quer a guerra nuclear?

The Risk of Nuclear War with North KoreaOn the ground in Pyongyang: Could Kim Jong Un and Donald Trump goad each other into a devastating confrontation?




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Discurso de Trump escrito por um algoritmo de Inteligência Artificial


We fed 270,000 words spoken by Trump into a computer program that studies language patterns. This system analyzed his word choice and grammar, learning how to simulate Trump's speech. Here is the speech written entirely by artificial intelligence. 

Donald Trump interpretado por John Di Domenico



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Uma antevisão de um mundo em que os humanos terão sido substituídos por animais mais racionais

Welcome to Wegman’s Wild World of Weimaraners, where dogs bake cakes and lounge like royalty. Known to the world as the “dog photographer,” William Wegman has spent the past 45 years dressing and posing his canine muses in elaborate ensembles, finding whimsy in the absurd. His work is at measures droll and enchanting, evoking awe in audiences around the world. And, his pups have had their share of the limelight, making appearances on everything from “Saturday Night Live” and “Sesame Street,” to movies and galleries worldwide. 



Os cães que ilustram este post foram fotografados por William Wegman

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E um belo dia de domingo

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segunda-feira, julho 31, 2017

A entrevista do Marcelo ao DN -- não li, não ouvi, não vi.
Bombas atómicas, conversetas alusivas nem sei bem a quê e o escambau...? Ná. Não me apetececeu.
Apeteceu-me, antes, ver a Cara Delevingne a desenhar pessoas nuas.
Capaz de ser aquela coisa da silly season




No post abaixo já vos contei a minha fona de roda da carumba e no truca-truca com o serrote a ver se dava cabo dos ramiosques.

Dizia-vos eu, no textozeco, que a ver se, decorrido um dia, não aparecia desasada. Está bem, está. Ainda vinte e quatro horas não estão decorridas e um dos ombros já está a dar sinal. A ver. Antes de me deitar, ponho uma pomada. Os meus pais diziam 'dar uma fricção'. Acho que agora já se renderam a outras técnicas ou, então, mudaram de vocabulário. Isto a minha mãe que o meu pai já pouco fala. Sou um bocado dada a tendinites, a ver se não dei cabo do ombro. Ou seja, isto de se pensar que a vida no campo dá saúde deve ser encarado com alguma precaução.

Nos entretantos, a minha filha já aqui esteve a vir buscar os figos que tinha deixado esquecidos in heaven. O mais crescido péla-se e, no sábado, debaixo de um calor de ananases, quis ir à cata deles. Fomos as duas com ele e com a demais companhia limitada (limitada aos miúdos, que o resto do pessoal não é maluco e deixou-se estar no bem-bom, à fresca). Mas os figos ainda não estão no ponto. Só apanhámos para aí um quilo deles e é se for. No fim, ficaram lá. Mas o seu a seu dono e deu cá um salto a apanhá-los. Meu rico menino.


E eu já comi alguns, ainda pouco maduros, directamente da figueira. Mornos e meio verdes. Mas carnudos, belos. Não resisti. Adoro figos. Têm calorias que se fartam. Se a nutricionista soubesse destes meus apetites pelo interdito mudava de táctica. Assim, coitada, confia na minha disciplina.

Agora que tenho aquela balança linda, elegantésima, toda xpto, que me ofereceram pelos anos, até fico triste comigo. Com uma precisão obsessiva, a balança não perdoa um grama. Mas a intimidação que provém do rigor dos números, chapando-me na cara o meu peso sem arredondamentos, tudo até às milésimas, não é suficiente. Tanto zelo nutricional para agora, perante um pratito de figos (hoje, antes de vir, fui caçar mais uns quantos para trazer para mim), mostrar que estou pronta para esquecer todo o esforço transacto. Só me apetece devorá-los, com casca e tudo. É o meu lado animal. Nada a fazer.

E, com isto, ao cirandar pelos onlines, não estive afim do Marcelo. Li as gordas e chegou. Mais do mesmo. Prosa e circunstância. Se calhar tudo acertado, não digo que não, mas, a mim, ou a coisa me cheira a fresca ou vai de volta.  Noutro dia talvez eu aguentasse os recados ou as alusões. Hoje, nem pó.


Preferi antes a frescura irreverente da maluca da Cara. Tanto aparece feminina e sexy como arrapazada, assexuada, tanto parece uma sedutora infalível como uma 'não estou nem aí'. Se na fotografia lá de cima a tínhamos numa de femme fatale (avant la lettre, vá), no vídeo abaixo aparece com o look actual, menina-rapazinho algo traquinas. Vê-se o vídeo e fica-se bem disposto. Não fala de orçamentos nem de bombas atómicas nem de nada que se preste a ser referido pelo Marques Mendes na sua charla dominical que também já não se aguenta. Ou seja, o vídeo com a aula de desenho tem graça, não chateia, ninguém o comentará e, por conseguinte, aos meus olhos tem potencial. Se quiserem acompanhar-me, bora nessa, acho que não se perde nada em a gente pousar aqui os olhos.

Cara Delevingne Draws Nude Models | Vanity Fair



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domingo, abril 16, 2017

Enquanto Trump brinca às guerras no exterior, na Casa Branca parece que avança a guerra civil
KUSHNER-BANNON



O que assusta nem é a ideologia, que se desconhece, nem as orientações políticas, que mudam de hora a hora, nem a consistência política, que não existe.

O que assusta é pensar como foi possível um tal anormal chegar a presidente dos Estados Unidos, o que assusta é ver a tropa fandanga de que se rodeou na Casa Branca, o que assusta é a ignorância, a estupidez, a falta de vergonha, de tino, de decência, o que assusta é constatarmos como nem sabem o que isso é, o que assusta é vermos como, apesar dos travões que ainda existem, haver tanto poder de destruição nas mãos de gente desta.

E o que assusta, talvez ainda mais, é sabermos que a popularidade de Trump aumentou desde que deu em besta bélica, decidindo manobras de guerra entre garfadas de bolo de chocolate, trocando o nome dos países que ataca, mostrando que tudo fará para se manter em alta agora que descobriu, na primeira pessoa, o filão da popularidade.

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Vejo agora que a tropa fandanga já não se entende.

A quem tenha tempo, aqui fica o link para o artigo da Vanity Fair da autoria de Sarah Ellison


THE INSIDE STORY OF THE KUSHNER-BANNON CIVIL WAR


West Wing sources come clean about the backstabbing, the bullying, the distrust, and the buzzing flies.




PRESERVE AND PROTECT

From left: Mike Pence, Kellyanne Conway, Reince Priebus, Gary Cohn, Stephen Miller, Steve Bannon, the president, Ivanka Trump, Jared Kushner, and Sean Spicer.

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Curiosa também a descrição do espaço em que a cambada circula:
The West Wing of the White House is a cramped collection of tiny offices, some of them windowless, linked by narrow hallways. New inhabitants are sometimes surprised at just how small the physical quarters are. The current configuration results from a Depression-era renovation designed to increase the workspace of the president’s staff without expanding the physical footprint of the building. Parts of the West Wing can feel grungy and old, and look as if they have been repainted far too often. Many of the offices contain mousetraps to fight the inevitable infestation. Because the windows don’t open, for security reasons, large flies buzz near the ceilings. The relentless pressures and close quarters mean that someone in the West Wing always seems to be sick.
TOO CLOSE FOR COMFORT

If walls could talk, the saying goes—but given the leaks from Donald Trump’s White House, they hardly need to.


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Para quem não tenha paciência para ler o artigo na íntegra, aqui deixo o final que é elucidativo
Gauged against a different yardstick, though, the state of affairs in the West Wing is something we have never witnessed before. In every White House, there are competing loyalties and rivalries. That dynamic is normal. What is unusual about this presidency is that Trump himself is not a stable center of gravity and may be incapable of becoming one. He knows little, believes in little, and shows signs of regretting what has happened to him. Governing requires saying no to one’s strongest supporters and yes to one’s fiercest opponents. To have that presence of mind requires a clear and unified vision from the president. “Without an ideology or a worldview, all you have is a scramble for self-preservation and self-aggrandizement,” a former West Wing aide told me.
And it is a scramble without boundaries. What has been seen in the West Wing is now playing out in every Cabinet department and government agency: the competing agendas of a jockeying staff are being transplanted to the upper reaches throughout the executive branch as now Bannon, now Kushner, now Priebus, now Pence push their acolytes and protégés into hundreds of senior positions. The White House mess may soon be everywhere.
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Até já.


sábado, abril 16, 2016

A fixação que o BE tem no sexo indefinido.
Depois de quererem mudar o sexo do cidadão no cartão, agora querem facilitar a mudança no próprio corpo.
Sobre a macacada do cartão já disse abaixo o que tinha a dizer mas, sobre isto de legislar para facilitar a mudança no corpo, não sei se é coisa para ser feita assim na ligeireza nem se é a coisa mais importante no país.
Se fosse à Catarina, pensava bem nesta deriva que ainda leva o Bloco uns anos para trás.


Bom. Agora que já tinha falado dos ataques de fúria que a Catarina Martins tem quando está com o TPM e daquela cena marada dos bloquistas quererem mudar o nome do Cartão de Cidadão, deixei-me estar na maior preguiça, a passear por alguns blogues, a ouvir a música deles. Boa música que descubro. Este mundo tem coisas surpreendentes, e esta das descobertas ao alcance da mão é uma delas. Depois resolvi partir para a rêverie, pôr-me para aqui a efabular, coisa entre o brejeiro e o bucólico. Estava já a ver mentalmente o filme e já me preparava para arranjar uma banda sonora e umas fotografias a preceito, estava lançada na prosa, sorrindo enquanto escrevia, em estado de fluxo, uma animação.

Mas eis senão quando ouço nas notícias que o Bloco agora quer legislar no sentido de facilitar a mudança de sexo. Parei, parei com tudo.

No meio da crise dos bancos, dos offshores, da crise em Angola e das nossas exportações para lá a caírem a pique e os emigrantes a regressarem, e de mil problemas e de mil coisas que afectam meio mundo, será que facilitar a mudança de sexo é coisa assim tão prioritária? Pergunto.

Ouvi: querem que seja possível a partir dos 16 anos e mesmo sem consentimento médico. Caraças. Uma coisa na base do levezinho. O jovem quer e toma, muda lá de sexo e não se fala mais nisso.

Um dos casos mais mediáticos dos últimos tempos
Bruce virou Caitlyn


Caraças, não é que o assunto, em si, não mereça atenção. Imagino que quem padeça do mal da indefinição ou do desajustamento do sexo sofra perdidamente mas, bolas, o que não falta é gente com problemas tão ou mais graves: os que estão acamados e sem dinheiro para pagar a cuidadores, os cuidadores que ficam quase escravos daqueles a quem cuidam, o drama dos deficientes em cidades, vilas ou aldeias sem condições de mobilidade, as pessoas que precisam de fisioterapia e não têm como pagar deslocações ou que não têm quem as acompanhe ou os prepare para irem sozinhos, as mães trabalhadoras (pior ainda se forem solteiras, divorciadas ou viúvas)  que não têm com quem deixar os filhos quando estão doentes, os desempregados sem subsídio de desemprego e sem perspectivas de arranjarem trabalho... sei lá, mil, mil problemas, mil, a carecerem de solução.

Porquê, então, esta fixação nestas questões do género? 

Uma história perturbante
Call me Caitlyn, diz o ex-atleta olímpico Bruce Jenner

Numa rápida pesquisa pela internet, vejo que a questão não deve ser vista de uma forma simplista como se estivéssemos perante uma causa fracturante, mas sim como uma patologia que carece de tratamento e cuidado acompanhamento psicológico. Veja-se, por exemplo, o vídeo abaixo para se perceber de que se está a falar, um caso em que dinheiro para lidar com o problema nunca terá faltado.


“Call Me Caitlyn” - Documentário




Não tenho conhecimentos sobre o assunto nem nunca pensei o suficiente nele para sentir vontade de me informar melhor.

O que sei, assim de repente, ao ouvir a Catarina desembestada a atacar o António Costa, ao mesmo tempo que a paródia do Cartão de Cidadão que elas querem que seja de Cartão de Cidadania por uma questão de género, imagine-se!, e logo a seguir, esta de legislar para facilitar a mudança de sexo -- o que penso é que há aqui uma questão de agendamento de temas que, a continuar neste comprimento de onda, ainda leva o Bloco para o ponto em que estava há uns anos atrás.

É que podem ser temas importantes mas tal a inoportunidade e a simultaneidade com que se lançam em assuntos deste género que a coisa tenderá, naturalmente, para a paródia. 

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Acabemos com dança: meninas para o palco, please.

Ballet Trocadero - Pas de Quatre do Lago dos Cisnes



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E queiram, por favor, descer para saberem como era eu quando estava com a TPM e, por isso, compreendendo bem o que se passou com a Catarina que ia saltando da bancada para despedaçado o António Costa à dentada. E, também, o Cartão de Cidadão, essa causa também tão razoável.


quarta-feira, fevereiro 03, 2016

Aquelas que, em tempos, foram mulheres muito belas


Bem, agora que que se ouvem tantas meninas a gritarem que vem aí o lobo e que eu já disse o que tinha a dizer sobre o assunto -- deixando umas sugestões para os senhores que nos governam -- vou intervalar.

De qualquer maneira, a quem não aguentar a espera e quiser já ouvir-me a dar conselhos ao Costa, ao Centeno (que, coitado, tão estafado parece estar, dá ideia de já mal poder com uma gata pelo rabo) e ao Mister Foreign Affair e, tagarela como sou, também a falar do orçamento, de caniches que não largam, de incontornáveis popotas e de galinhas bronzeadas e sei lá que mais, pois que salte já daqui até lá para baixo.

É que, aqui, agora, vou falar de mulheres. Da beleza das mulheres quando deixam de ir para novas. (Hélas, como é o meu caso).

 Jennifer Lawrence, 25 anos, e Jane Fonda, 78 anos -  por Annie Leibovitz para a Vanity Fair, 2016



Silêncio e tanta gente - Maria Guinot


Hoje fui ao supermercado à hora de almoço. Todas as semanas levamos as compras mais pesadas para que a terceira idade não tenha que o fazer. Quando me atraso, o meu marido despacha tudo num ápice: as compras cingem-se ao estritamente necessário. Quando eu vou, dou-lhe cabo do sistema nervoso porque o tempo é limitado e eu, sem querer, perco-me. 

Jane Fonda, 1978

Geralmente, mal o apanho de costas, pisgo-me a ver se há promoções na zona dos cremes. Vejo para que idades são eles recomendados para ver se são mesmo os que eu deveria usar, se apagam as rugas, se eliminam a flacidez, e mais qualquer coisa de que agora não me lembro. Vejo se são de dia, de noite, se são tratamentos reafirmantes, se são daqueles que simulam preenchimento, etc. (O que será a outra coisa de que não me lembro?) Adiante. Depois vou ver os mais caros, para ver as novidades. Um balúrdio. Arrepio caminho e, se estou a precisar, fico-me pelos mais básicos.

Volta e meia encontro na casa de banho do escritório algumas colegas retocando as maquilhagens. Só vejo coisas de marca. Eu não. Abasteço-me na fancaria e, de preferência, no que estiver em promoção. Perdulária só sou com livros (ou coisas para a descendência, claro).

Pois bem, hoje havia promoções das boas, 35% de desconto. Abasteci-me, claro está. Agora já apliquei um creme de noite, dos novos. Com um descontão destes, trouxe um daqueles que, só pela embalagem, a gente já vê que é coisa técnica, certamente mais eficaz do que um lifting.

(Só espero amanhã, quando me vir ao espelho, poder constatar que estou com a cara que tinha aos 15 anos, sem uma ruguinha, pele quase de bebé.)

Helen Mirren, 2016
Tenho na parede do meu quarto, umas fotografias de quando me casei, banhada de sol, eu de calças brancas, justinhas, túnica Augustus branca, quase transparente, com uns bordadinhos brancos, cabelo curtinho, risonha, completamente in love e abraçadinha a um moreno sóbrio parecido com um sírio cabeludo e barbudo. 

Helen Mirren por Lord Snowdon, 1995

Por baixo dessas fotografias coloquei uma minha e uma dele quando tínhamos eu um ano (quase careca, apenas uma penugem clarinha, e toda risonha) e ele com dois (cabelo escuro, muito penteadinho e muito sério).

Volta e meia páro a olhar: eu com 1 ano, eu com 20 anos e, depois, se me olhar ao espelho, eu agora. E tento perceber quantas das minhas células actuais sobreviveram desses meus verdes anos. Penso que já devem ter ido todas à vida e, no entanto, sou eu, a mesma.

Mas os traços da idade estão cá e mais virão. Melhor: tomaram que venham que será sinal que estou viva. E, de resto, com cremes milagrosos, quem sabe se não parecerá que cristalizei no tempo, sempre com carinha de vinte anos.

(Estou a brincar, bolas, não quero parecer um fóssil, senão, às tantas, ainda me confundiam com a Senhora Dona Lady).

Diane Keaton por Annie Leibovitz, 2016
Diane Keaton, 1985
Dantes eu pensava que as mulheres eram bonitas quando eram novas e que, depois, eram o que tinha sobrado. Agora já não penso assim. Agora já acho que há beleza em todas as idades. Além disso, quando me distraio, logo penso: olha, de qualquer maneira uma mulher aos 70 ainda é capaz de parecer toda gira aos olhos de um homem de 80. Mas é um pensamento parvo, claro, até porque o que não faltam são mulheres que despertam paixões em homens bem mais novos.

E o que se passa com mulheres, passa-se com homens. Contudo, a pele dos homens parece que resiste melhor ao passar do tempo. Ou, então, sou eu que sou mais benevolente com eles. Mas que os homens ficam mais interessantes, mais inteligentes, melhores companhias, isso é inquestionável -- isto, claro, se não ficarem velhos babacas, taralhoucos.

Mas volto às mulheres para referir aquilo que verdadeiramente penso a propósito disto: interessantes são as mulheres que não têm medo de parecer velhas, feias, sem graça. Interessantes são as mulheres que amam a vida e a querem viver, toda, tenham a idade que tiverem. Interessantes são as mulheres que ousam, que desafiam, que seduzem. Interessantes são as mulheres que gostam do seu corpo, que querem amar e ser amadas. Interessantes são as mulheres que têm prazer em despertar interesse e que estão disponíveis para se interessar pelos imprevisíveis instantes de felicidade que a vida tem para oferecer. Tenham 20, 40, 60 ou 80 ou mais anos.

Charlotte Rampling por Helmut Newton, 1974

Charlotte Rampling, Annie Leibovitz, 2016


Mulheres brancas e pretas, sempre belas em qualquer idade

As mulheres que dão cartas em Hollywood - por Annie Leibovitz para a Vanity Fair  2016

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Hoje, quando cheguei aqui à sala vinha numa de falar de um certo lobo com um filósofo à mistura. Mas, depois de umas boas charutadas (vide post abaixo), nada como dar uma espairecida e, por isso, desviei-me para isto das mulheres. A ver se amanhã venho, então, de lobo pela mão que agora, com o sono com que estou, vou mas é pregar para outras pradarias.

Caso estejam fartos de tanta mulherada, aceitem o meu convite e venham dar vivas a Portugal, enquanto as maria-amélias suspiram de saudades pelos algozes. É já aqui abaixo.

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quarta-feira, novembro 04, 2015

Mr. Murray, can I have your autograph? - perguntar-lhe-á alguém perto do Natal de 2015


O fotógrafo Bruce Weber realizou a sessão fotográfica que a Vanity Fair mostrará em Dezembro de 2015. Bill Murray surpreendeu o fotógrafo com a sua absoluta versatilidade. E eu, fã que sou deste crazy guy, aqui partilho convosco estas divertidas imagens com um saborzinho maluco a Christmas.

Bill Murray Vanity Fair Photo Shoot - December 2015



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Desejo-vos, meus Caros leitores, uma bela quarta-feira.

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segunda-feira, agosto 31, 2015

Todos os rostos e nenhum


Não é a primeira vez que aqui falo dela. Ninguém sabe quem ela é. E digo 'ela' porque assim se apresenta e admite-se que, ao menos isso, seja verdade mas, volta e meia, surgem hipóteses dadas como prováveis que a dão como sendo um outro muito conhecido escritor, homem. Não se sabe. 

O que se sabe é que é uma das escritoras mais conceituadas da actualidade. Dão-na como italiana, supostamente napolitana - já que ela o refere. Falo de Elena Ferrante que, naturalmente, também não se chama Elena Ferrante.


Desde que publicou o seu primeiro livro, em 1992, que a sua opção foi esta: o que havia de valer seriam as suas palavras e as histórias dos seus livros, não o seu rosto nem a sua própria história.

Claro que este anonimato tem concitado toda a espécie de curiosidade mas a autora não desarma: não, não e não. Não se mostra, não diz quem é. Responde por escrito a entrevistas, a algumas entrevistas, poucas - e é se querem.

Escuso de dizer que acho muito bem pois é essa justamente a minha atitude perante os livros: gosto do que leio sem querer saber da vida de quem o escreveu. Posso até dizer que não gosto muito de ver os escritores a exporem-se em feiras ou a darem entrevistas em que se desvendam como se esse strip-tease valorizasse a sua obra. 
Ou melhor: não é bem isso, não estou a ser rigorosa. Até gosto de ler entrevistas a escritores mas falando da sua actividade de escritores; ou até gosto de ler entrevistas, em geral, a pessoas interessantes -- mas não gosto de ver essa exposição ser posta ao serviço do marketing dos livros escritos pelos entrevistados até porque, nesse caso, geralmente, são entrevistas fúteis, irrelevantes. 
Não sei se me faço entender mas deixem, são coisas minhas que acho que os escritores devem recuar perante os seus livros. E devem fazê-lo até por humildade já que os livros, se forem bons, perdurarão e o corpo de quem os escreveu não. Mas o que eu penso aqui, agora, não vem ao caso.

Vem isto a propósito de uma entrevista que Elena Ferrante concedeu à Vanity Fair: Elena Ferrante Explains Why, for the Last Time, You Don’t Need to Know Her Name



[Permitam que traduza um excerto pois acho o tema interessante.
Anonimato, clandestinidade, segredos - e, no entanto, não nos esqueçamos:
les plus grands secrets se cachent dans la lumière.]



O motivo, nada a fazer..., é o lançamento do seu último livro, The story of the lost child.

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Romance


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De facto, onde é que trabalha, em que local?

Onde o possa fazer. O importante é ter algures um pequeno recanto. Ou seja, um pequeno espaço.

O que faz para descontrair?

Dedico-me a tarefas domésticas maçadoras.

É interessante que você -- escolhendo manter secretos alguns detalhes sobre a sua identidade -- em certo sentido, se tenha apagado a si própria. Poderia escrever tão honestamente se fosse uma figura pública? Ou isso não interessa para nada?

Não, se uma pessoa escreve e publica dificilmente se apaga a si própria. De facto, eu tenho a minha vida privada e pública completamente representadas nos meus livros. A minha escolha foi, de certa forma, diferente. Eu simplesmente decidi de uma vez por todas, há 20 anos, libertar-me da ansiedade da notoriedade e da necessidade de fazer parte do círculo das pessoas bem sucedidas, aquelas que acreditam que ganharam sabe-se lá o quê. Isso foi um passo importante para mim. Hoje sinto, graças a esta decisão, que ganhei um espaço próprio, um espaço gratuito (ou livre), onde me sinto activa e presente. Ceder face a esta decisão seria muito doloroso.

No entanto, ainda me sinto curiosa sobre o que leva um autor - especialmente uma autora tão bem sucedida e tão aclamada pela crítica - a escolher manter-se anónima?

Eu não escolhi o anonimato. Os meus livros são assinados. O que se passa é que me retirei dos rituais onde os escritores são mais ou menos obrigados a representar de forma a apoiar o seu livro emprestando-lhe a sua dispensável imagem. E tem funcionado bem até aqui. Os meus livros demonstram cada vez mais a sua independência pelo que não vejo razão para mudar a minha posição. Seria deploravelmente incongruente. 

O escritor nunca quer que o leitor sinta a sua presença, nunca quer chamar a atenção para si próprio, e, no entanto, um leitor atento saberá detectar aqui e ali algumas das impressões digitais do criador. Que direcções poderia indicar aos leitores desesperados de forma a que pudessem encontrá-la a si no seu trabalho (para além de os mandar dar uma volta?)

Tanto quanto sei, os meus leitores não desesperam de todo. recebo cartas de apoio a favor desta minha pequena batalha pela centralidade do meu trabalho. Evidentemente, para os que amam literatura, os livros bastam.
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Nem mais.

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  • As fotografias que usei para acompanhar o texto mostram mulheres que se expuseram perante Steve McCurry, da série Retratos.

Portraits reveal a desire for human connection;
a desire so strong that people who know they will never see me again
open themselves to the camera,  all in the hope that at the other end
someone will be watching, 
someone who will laugh or suffer with them.

A primeira foi feita em Itália, a segunda na África do Sul, a terceira na Etiópia, a quarta no Brasil e a última na Indonésia. 
  • O Romance de Liszt é interpretado por Lang Lang.
  • O artigo completo com a entrevista de Elena Ferrante pode ser lido aqui.
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E permitam que vos convide a descer até aos dois posts abaixo: aos Mirós deixados à beira-mar e aos veleiros deslizando sobre um rio de luz. 

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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela, belíssima semana, a começar já por esta segunda-feira.

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sexta-feira, abril 10, 2015

Para quem prefere mulheres perfeitinhas, caladinhas e submissas aqui fica a sugestão: RealDoll, o Rolls-Royce das bonecas sexuais


No número de Maio de 2015 da revista Vanity Fair, poderá ser visto um artigo sobre estas bonecas a quem o criador espera um dia conseguir vir a dar vida. E, de facto, já não deve faltar muito pois já quase parecem mulheres de verdade.

Lembro-me que uma vez vi um artigo sobre umas bonecas que, para além de parecer que respiram e que têm uma pele com temperatura e uma textura realística, estão também programadas para manter conversa com os seus donos. Podem falar de futebol, natureza, sociedade, etc., à escolha deles.


Ao comentar isto com colegas meus, um deles disse: 'Aí é que eles se espalharam. Caladas era melhor'. Rimo-nos todos já que conhecemos a mulher dele que, simpática, extrovertida e alegre, é capaz de estar um dia inteiro a conversar.

Há bocado, ao tentar perceber melhor este estranho mundo, fui parar a um artigo em que um homem dizia que tinha uma destas bonecas e que sentia por ela um verdadeiro amor. Vestia-a, penteava-a, conversava com ela, dormia com ela. Referindo-se à mulher artificial pelo nome próprio, dizia que ela era uma verdadeira companhia.

Leio isto e sinto-me inquieta. Que mundo estúpido este.

De manhã, ouvi no carro o Sebastião Salgado dizendo que a espécie humana é estúpida, destrói-se a si própria e que poderia desaparecer da face da Terra, que a Terra manter-se-ia viva, normal. De facto, também acredito que sim.



A alvorada dos robots sexuais




Transcrevo da Vanity Fair:

Created two decades ago by artist and entrepreneur Matt McMullen. McMullen’s dolls have almost single-handedly changed the world of sex toys, using cutting-edge technology to develop hyper-realistic sex partners that go for $5,000 and up.


Por acaso até nem as acho muito caras dada a perfeição e dado o trabalho que dão a fazer; e os engraçadinhos do costume até são capazes de dizer que saem mais baratas do que uma mulher a sério; mas eu interrogo-me sobre qual o grau de miséria a que é preciso se ter chegado para se querer viver com uma boneca destas em vez de se viver com uma pessoa de verdade. Mas, enfim, cada um sabe de si e já cá não está quem falou.


The Making of RealDoll, the Customizable, High-End Sex Toy





Existe um documentário mais completo, com a descrição mais pormenorizada do processo de construção destas estranhas mulheres e com imagens de detalhe de algumas partes do seu corpo mas, por poder chocar os Leitores (a mim choca-me, bolas), em vez de incluir o vídeo, deixo apenas aqui o link:

Honey Pie - Real Doll Creator Documentary


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Permitam: no post abaixo pode ser visto Dior and I, apesar de tudo um mundo um pouco mais real.

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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma boa sexta-feira.

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sexta-feira, fevereiro 06, 2015

Os Brits declaram guerra a Hollywood. São muitos e são muito bons, do melhor que o cinema tem. Temos o Benedict Cumberbatch a desnudar-se para entrar no lago, temos o orgasmo de Keira Knightley, temos a Mary de Downton Abbey a perguntar ao namorado se sabe assobiar - e muito mais. Um excesso de dar gosto.


Havia a Família Forsyte e havia uma série sobre a vida na Índia de que agora não me lembro o nome mas que tinha aquele charme requintado e discreto da burguesia que dava gosto. E outras. As séries britânicas sempre boas. 

E os actores ingleses também sempre fantásticos, uma espécie de exemplares únicos. 

Mas eis que agora se faz a contabilidade e se vê que, apesar de únicos, são mais do que as mães, tantos que já se fala de uma invasão. Os ingleses a invadirem Hollywood.


O orgasmo de Keira Knightley



Hollywood’s British Invasion. O bouquet não poderia ser melhor: Benedict Cumberbatch, Natalie Dormer, Jeremy Irons, Terence Stamp, James Corden, Jude Law, Jack Huston, James McAvoy, Sally Hawkins, Clive Owen, Michael Caine, Eddie Redmayne, Ruth Wilson, Dominic West, James Corden, Kenneth Branagh, Orlando Bloom, Chiwetel Ejiofor, Keira Knightley, Tom Hiddleston, Judi Dench, Jamie Dornan, Sienna Miller, Matthew Goode, Jack Huston Ruth, Wilson Michelle Dockery, Damian Lewis, Felicity Jones, Sam Claflin, Sophie Turner, Lily James, Richard Madden, Luke Evans, Carmen Ejogo, Annabelle Wallis, Dev Patel, Imogen Poots, David Oyelowo, Gugu Mbatha-Raw, e James Corden.


Os vídeos realizados por Jason Bell, com o selo de qualidade Vanity Fair, são surpreendentes e plenos de humor, mostrando os actores britânicos em bem humorada homenagem aos americanos, seja a filmes seja a deixas célebres.

Preparing for war

Benedict Cumberbatch with Bloodhounds



Coming to America

Eddie Redmayne Frolics on a Bike 



Preparing for war

Don't miss Keira Knightley's fake orgasm (a la "When Harry Met Sally") 


Quando o glamour e o humour andam juntos é um pleasure.
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Allow me: no post abaixo falo de como estar na boca dos tubarões não é, à partida, sinónimo de medo e de submissão e de como um gato se pode mostrar destemido face a um jacaré. E, claro, falo da Grécia. E de Portugal também.

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quarta-feira, outubro 08, 2014

Jennifer Lawrence, a bela actriz a quem roubaram a nudez, numa sessão fotográfica onde mostra a sua sensualidade sem mácula. Uma rapariga na terceira margem, aquela onde se escondem os secretos jardins.


No post mais abaixo já desabafei. Sorte a do Crato porque não se cruzou comigo porque eu, quando tenho que as dizer, não as mando dizer por ninguém. Ouvia-as, ai, ouvia-as mesmo. Aquele fulano anda a pedi-las, anda, anda. Devia sair rapidamente do governo e ir para muito longe, para umas daquelas ilhas que ainda não percebi se existem mesmo ou se são apenas um pedregulho no meio do mar com umas quantas offshores a cavalo. Longe, muito longe. Ou então bem podia ir para as Selvagens tomar conta da bandeira e dar de comer às cagarras. Olha, ensiná-las a fazer a prova dos nove. Ou não, capaz de baralhar os animais, destituído como é. Olha, podia arranjar um programa informático para colocar as cagarras. Não, melhor não, senão as cagarras ficavam todas sem casa e sem norte. Olha, ficar a brincar às pedrinhas. Ou, então, podia ir ele e a outra, a que faz de tudo para parecer uma adolescente retardada. Os dois a darem de comer às cagarras. Olha, também podiam entreter-se a montar tendas para os que iriam chegando aos poucos, a cristas que despacha os secretários de estado a grande velocidade, para a albuquerca que no meio desta bagunça toda até consegue passar despercebida, para o vice-irrevogável poder brincar às linhas vermelhas que ninguém pode pisar, para todos, e, em espacial, para o láparo, aquele que larga pêlo e que nem para tal e coiso serve (... enfim, deixem para lá, sabem a anedota, com certeza).

Mas a conversa sobre o Crato é a seguir. Aqui, agora, a conversa é outra.



You are my sister



Antony and the Johnsons




Quando se abrem contas na nuvem (da apple ou da google, por exemplo) e se acede a essas contas num smartphone como o iPhone ou um Samsung (para referir dois dos mais usados), sem que a pessoa tenha bem noção disso, quando tira fotografias pode estar a colocá-las não apenas dentro do seu telemóvel mas, também, nas bases de dados associadas à sua conta e alojadas nessa nuvem.

Acede-se a essas contas (de mail, de espaço de armazenamento, etc) escrevendo o nome do utilizador e a password.

Contudo, para tentar violar essas contas estão aí os hackers.

Uma vez estive num encontro em que, para mostrar alguns cuidados a ter a nível empresarial, nomeadamente no que se refere à vulnerabilidade das redes de comunicações, tinham convidado um hacker do pior que havia. Já nem me lembro da nacionalidade do rapaz, tenho ideia que era alemão. O que sei é que o que ele disse e demonstrou era de arrepiar. Muitas vezes nem é por maldade ou pelo gozo de ver o conteúdo que esses habilidosos violam a segurança de sites ou correio, documentos ou fotografias: é, sobretudo, para ver até onde vai a própria capacidade para rebentar com portas supostamente trancadas a sete chaves.

Pode não ter sido o caso recente dos que violaram as contas de umas quantas actrizes, mas sei lá. Aí admite-se que tenha sido mesmo pelo prazer de sacanear, ou para chantagear, ou para receber uns cobres por parte da imprensa sensacionalista mas, às tantas, foi mesmo para verem até que ponto eram capazes de detectar as vulnerabilidades destes sistemas.

O que penso é que, nem as raparigas deveriam ter bem a percepção de que aquelas fotografias mais íntimas, não estavam apenas guardadinhas e quase invisíveis dentro dos seus telemóveis ou nos dos namorados mas, sim, armazenadas algures numa qualquer cloud. Além disso, obviamente são livres de se fazer fotografar como muito bem lhes apetece, nuas, provocantes, ou vestidas até ao pescoço, como quiserem.

Imagino a angústia destas jovens mulheres quando souberam que fotografias privadas e algumas bastante ousadas andavam a circular por todo o lado, imagino a vergonha perante amigos e, sobretudo, perante a família.

Claro que acabam por criar uma carapaça ou fobias ou, como acontece com tantas, acabam por procurar defesas em drogas ou álcool.

Jennifer Lawrence, a talentosa e sexy menina de 24 anos que já ganhou o Oscar e muitos outros prémios, parece que já mais ou menos conseguiu pôr a infâmia e a humilhação para trás das costas e, como dizem os brasileiros, já entregou para Deus. Mas não deve ser fácil.





E a Vanity Fair deu-lhe uma ajuda, elevando o seu estatuto a capa de revista, a diva, a mulher quase feita, bela, sensual e muito respeitável. A capa da Vanity Fair não é para qualquer uma e, por isso, eis a bela actriz a quem roubaram a nudez, aqui, fulgurante, superior, bem acima da maldade alheia.





Foi Patrick Demarchelier quem fotografou Jennifer Lawrence para a Vanity Fair de Novembro e ela está linda, menina inocente, irreverente e muito sexy, both huntress and prey. Uma bela rapariga a percorrer os sinuosos labirintos da fama.





Rapariga que segura outra ponta da distância, acudo à sua
noite desde a terceira margem, que é a margem do amor.

Nessa margem visito secretos jardins: a flor nocturna que
rego debaixo da sua saia, a orquídea negra que cresce na fenda
dos seus músculos.

Rapariga de cujas pernas abertas a noite se escoa, entro no
seu bosque como a chave nas fechaduras, para me assomar
de novo ao outro mundo.

Não me perguntem o santo e a senha, a chave que abre a gruta
ao seu silêncio, o sésamo do seu coração. Não há palavra que
nomeie esse fulgor.



['Rapariga' de Juan Manuel Roca in 'Os cinco enterros de Pessoa']




Jennifer Lawrence Makes a Splash for Her Cover Shoot - Vanity Fair November 2014






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E por hoje fico-me por aqui. Ando mesmo com sono, podem não acreditar mas ando. Amanhã, ainda por cima, tenho que madrugar. Bolas que ninguém me poupa.

Tantas boas intenções que eu tinha para hoje e nada. Mas os livros podem esperar.




O tempo permanece
Apanhado entre os livros.
Por este prodígio de apreensão,
Heraclito continua a banhar-se
No mesmo rio,
Na mesma página.
Tu continuarás para sempre
Nua no meu poema.


['Arte do tempo' de Juan Manuel Roca, in 'Os cinco enterros de Pessoa', tradução de Nuno Júdice]






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Relembro: deslizem, por favor, até ao post já a seguir para se virem juntar a mim num valente tareão ao sonso do Crato.


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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma boa quarta-feira.


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sábado, agosto 30, 2014

Os que se vestem melhor em Nova Iorque e em Londres vistos pela lente de Mario Testino





Sessões fotográficas promovidas pela Vanity Fair são sempre produções de bom gosto. Imagens colhidas por Mario Testino são sempre especiais. Nova Iorque e Londres são cidades cosmopolitas onde se pode ver de tudo incluindo o muito bom. Tinha tudo para dar certo. E deu.

Não é por nada, mas às vezes sabe bem a gente olhar para coisas assim, duas cidades a que nem todos podem dar uma saltada e pessoas que vestem com uma certa pintarola. Espero que gostem. I love, love, love.



Mario Testino’s Best-Dressed Shoot: New York





De Neil Patrick Harris a Grace Coddington e Ronan Farrow (o filho de Mia Farrow e Woody Allen que é parecido com Frank Sinatra e de quem a mãe veio há pouco tempo dizer que pode muito bem ser que seja mesmo filho de Sinatra e não do pai oficial), aqui estão dos melhores da International Best-Dressed Poll.




Mario Testino’s Best-Dressed Shoot: London





De Cressida Bonas (ex-namorada do Príncipe Dirty Harry) a Betty Catroux, outros dos melhores da International Best-Dressed Poll.




quarta-feira, agosto 06, 2014

Cabelos, maquilhagem, toilettes e acessórios para o Verão 2014 - as escolhas da 'Jeitosa mais Mansa' (para o menino e para a menina). E ainda uma revelação de Hillary Clinton testemunhada pelo talentoso André Carrilho.


No post abaixo já falei das minhas dúvidas e perplexidades a propósito do caso BES, dos poderes absolutos do Carlos Costa-o-mau, de toda esta atitude de quero-posso-e-mando por parte de quem parece que andou a dormir na forma durante quase um ano, da ausência do homem da manta rota, e dos accionistas que ficaram limpos como se tivesse sido vítimas de um arrastão e, ainda, de mais umas quantas coisinhas como, por exemplo, do Mr. Rato.

Mas isso é a seguir. Aqui, agora, a conversa é outra.



It's all for you...




Se pensam que por aqui se fala apenas em economês ou que há alguma pendência contra os maraus do governo e arredores, estão muito enganados. Dito de outra maneira, se pensam que, para terem coisa leve, levezinha, têm que ir a blogues de pipoquinhas mais doces, estão muito enganadinhos. 

Aqui a Jeitinho tem um lado muito fresco e fofinho que pode não ser muito divulgado mas que é do melhor que há.

Falemos pois de Verão.

Meninas do meu País: nada de andarem por aí todas mal enjorcadas. Andar à vontade não é sinónimo de se albardarem com o primeiro trapo que tiverem à mão, com cara de quem acabou de se levantar da cama, com o cabelo à balda e os olhos mal amanhados. Não senhor. E nada de desculpas porque não é precisa muita mão-de-obra nem muito carcanhol. 

Ora então vamos lá a umas dicas:


Cabelos e maquilhagem para peles claras


Cabelos despenteados, olhos inocentes, sombreados a azul-marinho, lábios nus

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Corte de cabelo e maquilhagem para morenas


Corte de cabelo acima dos ombros, estruturado, olhos sombreados com malícia e profundidade marron, lábios nus

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Peças de vestuário e acessórios versáteis para levar para férias e para andar na cidade - o estilo moderno e desconstruído

Peças que permitem utilizações variadas, assimétricas, coloridas ou não: é o street chic para quem tem a juventude na alma


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O Street Casual (com óculos de aviador) - o estilo mais clássico e arrumadinho


Fica sempre bem: jeans ou calças justas, camisa branca, casaquinho branco, carteira branca: bem em qualquer situação, em qualquer idade, dando sempre a ideia de que quem assim veste não parte um prato. Pois, pois.

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Finalmente, para não me acusarem de ser sexista, aqui vão uns modelitos para cavalheiros


Para os malandros de qualquer idade e condição social


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As quatro primeiras fotografias são da Harper´s BAZAAR. A última é do The Sartorialist

A música é Video Games pela Lana d'El Rey.

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Como brinde tenho ainda uma outra coisinha. 

Não sei se sabem que temos um ilustrador cujo mérito já anda pelos corredores da fama. Chama-se André Carrilho e trabalhos seus podem ser vistos a ilustrar artigos da prestigiada Vanity Fair. Agora está em destaque num artigo com alguma piada intitulado Hillary Clinton Crosses the Bridge


I am always being asked, “Will you run for president in 2016?”

- The honest answer to that question is I haven’t decided yet.


Palavras de Hillary Clinton, ilustração de André Carrilho


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Relembro: para coisas besantinas que me atentam o juízo (porque não as consigo entender), desçam por favor até ao post seguinte. E se souberem explicar-me que coisa foi esta que o Carlos Costa fez - mas como se explicassem a uma criança de 4 anos ou a uma loura muito, mas mesmo muito burra - por favor estejam à vontade.

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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela quarta-feira.