sábado, janeiro 14, 2023

13 das 36 perguntas já com as respectivas respostas.
Mais o homem que ouve bandas que ainda não existem e que leva um pato no carrinho do supermercado mas que não deve ser para o pôr no arroz.
E o ciclista mascarado de pombo que caiu no meio deles tendo eles ficado muito admirados, sem perceber que pombo tão grande e esquisito era aquele

 

1 - Qual a sandes preferida?

Tosta de queijo derretido, salmão fumado, tomate às rodelas e orégãos

2 - Maçã ou laranja?

Laranja

3 - Farripas de laranja revestidas a chocolate preto ou bola de berlim?

Farripas de chocolate revestidas a chocolate preto

4 - Caminhar ou correr?

Caminhar

5 - Ao pé coxinho ou de olhos vendados?

Essa agora...

6 - De olhos vendados ou mãos algemadas?

Em que contexto?

7 - Cristina Ferreira ou Sandra Felgueiras?

Brincadeirinha, certo?

8 - Raquela Varel ou Major-General Agosto Costinha?

Está boa, essa.

9 - Pintainhos ou peixinhos?

Depende da finalidade

10 - André Bolsonaro ou Jair Ventura?

Continuamos a brincar

11 - Dormir de meias ou dormir de gorro?

Meias ainda vá que não vá. Gorro já é coisa de outra dimensão.

12 - Nails ou tatuagens?

Vá lá... perguntas mais razoáveis, please....

13 - João Miguel Tavares ou Valter Hugo Mãe?

Que venha o Presidente Marcelo e escolha 

[Continua]

[Poderia ser o célebre questionário de tira-teimas ou o The Colbert Questionert ou, ainda, o Questionário de Proust. Mas não, é apenas o simples questionário da UJM]

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in “Humans Doing Human Things

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sexta-feira, janeiro 13, 2023

Um robot igual à mãe do mundo às bolinhas

 

Tenho que confessar que, porque as coisas não andam fáceis, chego a esta hora e falta-me energia. Tenho uma fotografia de um esquilinho na minha casa que queria conjugar com outra fotografia com pinhazinhas roídas e com um vídeo de um mini-mini-esquilinho muito fofo.

Mas teria que passar as fotos para o computador e para isso já não consigo força para levantar nem um dedo. 

À noite, todas as noites, tenho pensado que, no dia seguinte, terei tempo para responder a mails e a comentários, para fazer transvase de fotografias, para apagar mil coisas que deverão ser apagadas (mil não: milhões). E chego ao fim do dia e constato que o dia não rendeu nada daquilo que queria.

Estou num momento diria que charneira e, mesmo sem querer, parece que qualquer coisa me atrofia as ideias e me tolhe os movimentos. Toda a vontade que tenho de fazer mil coisas parece estar a ser travada e não sei bem explicar porquê. O tempo, que sempre me chegou para fazer o que queria, cinquenta coisas ao mesmo tempo, agora não chega para nada.

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Não falo, pois, do que me apeteceria mas do que me é possível. Abaixo mal consegui falar quando partilhei o vídeo do presidente mais patife de que há memória a destratar um enfiado primeiro-ministro.

E agora, nos antípodas mas igualmente dispensando-me de acrescentar o que quer que seja, partilho vídeos igualmente espantosos mas por razões que nada têm em comum com o do estupor-mor.

Aqui é um robot em forma de gente. A Louis Vuitton tem ligação àquela japonesa fofinha de 93 anos, a Yayoi Kusama, que vê o mundo às bolinhas coloridas. Mas agora a colaboração foi elevada a outro patamar. Vê-se e também não se acredita.

Um robot mais realista que Yayoi Kusama em pessoa na montra de Louis Vuitton

Mas isto aqui abaixo é bonito, bonito mesmo

Louis Vuitton x Yayoi Kusama Collaboration | LOUIS VUITTON


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Deu uma desanda ao Primeiro-Ministro, perguntou-lhe, em frente aos outros, porque é que estava a fazer-se de parvo e, ainda por cima, a humilhação é global pois o vídeo do momento circula por todo o lado.

 

O que não percebo é porque é que estas sessões são gravadas e vazam para a net. Ainda se as coisas lhe estivessem a correr bem... Agora isto. Uma barracada. Parece um filme cómico de quinta categoria. Uma cambada de totós que se prestam a levar na cabeça em público e, se calhar, sem razão.

Não percebo.

Ver para crer.

quinta-feira, janeiro 12, 2023

Os Louboutin de Alexandra Reis e, sem que nada tenha a ver, os sapatos do crazy Tex Hazel

 

Vinha no carro e ouvi o Costa a dar com força na engenheira electrotécnica Alexandra Reis, ex-Secretária de Estado do Tesouro -- a tal que levou meio milhão da TAP, alegadamente tendo começado por querer levar três vezes mais -- dizendo que no mínimo, ao ir para a NAV, a dita senhora deveria ter devolvido parte da maquia, isto se o que recebeu foi legal (sic). 

Claro como água.

E claro que os sapatos que abaixo mostro não têm nada a ver com o gosto por coisas chiques que a senhora evidenciou ao ir a uma tomada de posse montada num par de Louboutins -- até porque gostos não se discutem.

Mostro-os aqui apenas porque me pareceu um certo desperdício fazer um post exclusivo só com eles. Têm graça mas calma aí. 

Agora uma coisa é certa: são criativos, engenhosos. Dignos de realce, pois. 

Não têm sola encarnada, é certo, nem isso seria relevante pois o objectivo era outro. O que abaixo se vê são umas sapatinhas feitas de propósito por Tex Hazel, ladrão de gado que, há cerca de um século, na Utah Construction Company Ranch em Elko, Nevada, que as inventou e usou para despistar os donos das vacas roubadas.

Tem graça.


E é isto. E se alguém quiser relacionar alhos com bugalhos, não tenho nada a ver com isso. Digo mais: honi soit qui mal y pense.

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E a ver se, durante o dia, consigo mostrar-vos o lindo esquilinho que apanhei à sombra da árvore de pedra em cima da mesa às cores

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Uma boa quinta-feira
Saúde. Borboletas. Paz.

quarta-feira, janeiro 11, 2023

O Sargento-Tenente-Major Peçanha analisa o que se passou em Brasília e dá uns conselhos à Polícia Militar de lá
[Post impróprio para ouvidos sensíveis]

 

Parece que ao outro lá já passaram as dores de barriga. Dizem que nada de grave. Na volta era flato. 

Pior foi mesmo o que os desinteligentes que o seguem fizeram por lá, por Brasília. Uma carneirada acéfala e desencabrestada. Faz impressão ver o estrago que fizeram. Gentinha mais bronca aquela.

Percebe-se, pois, a reacção do grande Major Peçanha. Diz ele que, com ele, nada daquilo teria acontecido. Ah pois.

ESPORRO NA PM DE BRASÍLIA

Por que não contrataram o Sargento-Tenente-Major Peçanha pra ser o interventor de Brasília? 


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E queiram, por favor, descer e ver a mulher que se enfiou numa máquina de lavar e ficou com o rabo de fora

Banho na máquina com o rabo de fora

 

O nosso urso felpudo, agora já mais peludinho do que quando foi tosquiado, como todos os cães gosta de cheirar o rabo dos outros cães. Desta forma consegue saber o sexo deles, se estão bem de saúde, o que comeram, etc. É um comportamento normal.

O pior é quando se põe a cheirar o rabo das pessoas. Por vezes, quando vamos passear à praia, passamos por pessoas que estão sentadas nos bancos de frente para o mar. Pois bem, a indecorosa criatura, se a deixamos, vai pôr-se a cheirar o rabo de alguns. Para evitar passarmos por vergonhas, o meu marido dá-lhe um rápido puxão. E diz-me: 'Aquela senhora não deve ter o rabo lavado'. 

Presumo que foi o caso da senhora que, por razões que apenas ela saberá, se enfiou na máquina de lavar mas ficou com o rabo de fora. Na volta, no fim do programa, ficou toda lavadinha, a cheirar a sabão azul e branco ou a alfazema... excepto no rabo.

in “Humans Doing Human Things”

E não acreditam, é...? Então vejam lá esta.


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Um dia bom
Saúde. Boas vibes. Paz.


terça-feira, janeiro 10, 2023

O esteatopígico rabo é mesmo o dele.
E, ainda, o mecânico machão que usa fio dental; um fofo.

 

Pelos vistos, o excesso de rabo gordo de que tanto se orgulham a Madame Kim Kardashian e a Madame CR7 Aveiro é doença e não trunfo. Dá pelo nome de esteatopigia o mal que consiste na hipertrofia das nádegas ocasionada pela acumulação excessiva de gordura nas ditas. Mas elas gostam e, pelos vistos, muito boa gente, aka seguidoras, andam a implantar sacos com enchimento para parecer que também padecem de esteatopigia. Nada a dizer: há gostos para tudo. E isto já para não falar nos que malham até mais não poder, suando e ressuando as estopinhas, para empinar e insuflar os glúteos.

É como este aqui abaixo. De repente até se pode pensar que é a cara dele ali no espelho à frente. Mas não. São fotografias para o inspirarem, para lhe darem ânimo. Rabinho mais gordo para levar uns bons tautaus, o dele.

in “Humans Doing Human Things”

E como se a bunda reboluda do senhor ali acima não bastasse, eis que se nos junta um outro bacano, um fofo, um mecânico que arranja os carros deixando que a clientela aprecie o nadegal enfeitado por um atrevido triângulo, não da Bermudas mas de um sexy fio dental. Nem mais. Macho que é macho não quer cá saber de coisas. Ora essa.

in “Humans Doing Human Things”


E, não tendo nada a ver com os supracitados bem cuidados rabos, uma bem disposta dancinha:


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Ninguém sabia que ele era lésbica.
(Mas agora já sabem).

 

Ele há coisas. Em meios pequenos se calhar é mais difícil. Mas quando a malta enche o peito de ar e se assume, é do melhor que há. 

in “Humans Doing Human Things”


Assume-te

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Desejo-vos um dia bom

Saúde. Risadas das boas. Paz.

segunda-feira, janeiro 09, 2023

E para qualquer coisa de diferente...

 

As televisões estão tomadas pela cena do Capitólio dos Pequeninos. Os bolsonaristas a brincar aos trampinhas. 

Não sei no que vai dar mas, muito sinceramente, o meu organismo não aguenta mais overdoses. 

Desde o defunto Santo Emérito que calçava Prada a ser borrifado e exibido durante dias e dias mais os cortejos do finado Pelé e mais o CR7 e família a serem apresentados à turbamulta e mais a mega suite em que se instalam, isto não falando nos nossos supersónicos secretários de estado que entram e saem à velocidade de estrelas cadentes, tudo à mistura com chuvas extremas, inundações e impermeabilizações, de tudo o vespeiro de comentadeiros nos tem impingido goela abaixo. E agora isto, dos doidos varridos dos bolsonaristas que se armaram em parvos. Que se armaram em parvos, não. Corrijo. Ainda em mais parvos.

Estou até aos gorgomilos. Quero ver um bocado de televisão e é isto. Uma saturação. Gente que diz as mesmas coisas sobre as mesmas imagens. Em todos os canais. A toda a hora. Não consigo.

Mais: não estou nem aí. Apetece-me algo. 

Não sei bem. Talvez algo de diferente. De inusitado. De inexplicável. De louco. De arriscado. De belo. Com um toque de místico. Colorido. Corajoso.

Qualquer coisa como isto.

Mulheres e homens voadores




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Uma boa semana
Saúde. Cabeça arejada. Paz.

domingo, janeiro 08, 2023

Quando a realidade supera a ficção.
E, para variar, quando os anjos sorriem.

 



Ainda estou perplexa com o conteúdo do livro que a minha filha está a ler. Supostamente é um livro em que a história e os personagens são ficcionados. Acredito que quase toda a gente que o lê, cá e nos países em que está publicado, não faz a mínima ideia de que todo o enredo é rigorosamente verdadeiro.

A questão é que grande parte do que ali se lê não é propriamente muito abonatório para as pessoas em causa. E a questão é também que pelo menos uma pessoa ali retratada é uma figura pública, altamente conceituada e tida como bastante respeitável e prestigiada.

Muitas vezes a vida das pessoas é plurifacetada e poucas pessoas a conhecem em toda a sua latitude. Por isso, quem leia o livro e não conheça os pormenores reais da vida das pessoas, ao lê-los, não lhe passa pela cabeça que são rigorosamente verdadeiros nem que respeitam àquela pessoa que conhecem da vida pública. E depois há ainda os outros personagens do livro. E os outros personagens são também pessoas da vida real. E as infidelidades, espionagem, denúncias, discussões, vaidades, etc, que ali aparecem são todas literais bem como são fiéis reproduções da realidade todos os episódios, mesmo os marginais, que ali aparecem descritos.

E eu conheço, por tê-los sabido na primeira ou na segunda pessoa, o que ali é descrito. A doença do irmão, a actual mulher, as molduras sobre a secretária, os almoços com os filhos, a infidelidade do genro, a infidelidade da filha. Enfim, tudo. 

Perante isto fico naturalmente perplexa: será que os próprios sabem que a sua vida está ali exposta? Passar-lhes-á pela cabeça que alguém passou a sua vida a livro? Ou sabiam que uma da pessoas, por sinal malquista na família, é amiga de um escritor e que este risco existia? E, sabendo-o, como reagirão? Vão processar o autor, assumindo, dessa forma, que tudo o que ali está, do mais ridículo ao mais grotesco, é verdade? Ou ficam, simplesmente, transidos de medo que a notícia de que aquele livro é a sua história e que é tudo verdade se espalhe? 

Não sei. Sei apenas que fico perplexa com isto.

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Mas, enfim, adiante. Não serei eu a revelar. No entanto, acho que não vou resistir a dar uma ligadela a um amigo que sabe tanto de todas as histórias quanto eu. O meu marido sugeriu que eu lhe pergunte se foi ele a garganta funda do autor...

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E, para mudar de assunto, uma coisa completamente diferente. Tem legendas em português (activar nas definições, clicando na roda dentada)

There are angels

What if you knew that the way to access the very best in yourself - the light side of your humanity - was by facing your darkness? 

One of the most powerful turning points in life comes when we begin to understand the shadow as a great teacher.  In darkness, it waits for the light of our own awareness - to be seen, heard, understood, and embraced.  And as we learn to accept and care for all parts of ourselves, we grow and evolve into our best selves.  

Gradually coming to love the shadow gives us access to the wisdom that it holds for us at its core - the secret gems we find when we dare to open the hidden door of the shadow.

Filmed at Nieu Bethesda, South Africa. Featuring Daleen Kruger


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Pinturas de Teerawat Kanama acompanhadas por Maria Ioudenitch & Kenny Broberg que, de Rachmaninof, interpretam: "Don't sing, my beauty, for me" (from 6 Romances)

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Desejo-vos um bom dia de domingo
Saúde. Alegria. Paz.

sábado, janeiro 07, 2023

Prince Harry, o alcofinha.
E quando as coincidências são farpas

 


Nos excertos que se vão conhecendo do anunciado livro, nas entrevistas que vai dando, vamos ficando a conhecer a pinta de alcofinha do menino. O dirty Harry é afinal um rapazola com complexo de inferioridade e que padece de um mal que muita vezes vem associado àquele complexo: é um queixinhas. 

Vai escarrapachar num livro as brigas que tem com o mano, as conversas que teve com o pai, o que este ou aquela disseram sobre isto ou sobre aquilo...? E depois ainda tem o topete de dizer que agora a bola está do lado deles...?

E relata idas à bruxa para falar com a defunta mãe...? Verdadeiramente do além. 

E, en passant, conta que matou vinte e tal talibans, naturalmente deixando os militares de cabeça à banda, petrificados com a leviandade do petit prince.

Tudo isto é uma coisa que deixa a malta toda de boca aberta. Tudo deslocado, inútil, ridículo, imaturo, estúpido de mais.

A família real, toda pompa e circunstância, agora nas bocas do mundo por isto. Fofocas para todos os gostos. Um fartote de parvoíces, sem ponta por onde se pegue.

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Estava eu aqui sossegada da vida a ver sobre estas coisas quando começam a chegar mensagens da minha filha perguntando-me pelos filhos de alguém que conheço muito bem, perguntando-me pela ex, pela actual, pela casa, pelos hábitos, pela família. Tudo coisas que sei de cor e salteado. Por cada resposta que eu dava, ela ia confirmando que são as personagens do livro que está a ler e que, às cegas, lhe ofereci pelo Natal. 

Por tudo o que me foi contando, o livro relata a história da família de alguém que conheço muito bem, uma figura pública, de quem aqui já falei algumas vezes. E parece que a autora pega pesado. Imagino como ele deve estar em brasa. Cioso da sua imagem como é, deve estar aterrado não vá a notícia do livro espalhar-se. Nem consigo imaginar o que será uma pessoa ver-se retratada e posta a ridículo nas páginas de um livro. 

Imagino que um dia se faça um filme baseado no livro e imagino que ele viva mortificado com medo que isso aconteça. A vida, às vezes, é do caraças.

Podia agora, para ilustrar esta parte do texto, colocar aqui a fotografia dele. Mas obviamente não o faço. Nem vou colocar a imagem da capa do livro. Primeiro quero lê-lo. Depois pode ser que um dia fale dele (embora não diga de quem se trata, como se fosse tudo ficção).

Ou pode ser que um dia escreva eu sobre ele, sobre essa mesma pessoa, relatando alguns aspectos que a autora do livro desconhece.

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Tentarei amanhã responder aos comentários. Hoje não consigo.

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Desejo-vos um bom sábado

Saúde. Boa disposição. Paz.

sexta-feira, janeiro 06, 2023

Alô, alô António Costa! Para recrutar gente para o Governo é melhor ser mais criterioso.
Arrebanhar gente com carro-vassoura parece não ser a melhor solução. Transformá-lo numa Academia para desenvolver trainees do aparelho também não

 

O caso de Carla Alves é apenas mais um desta saga que mais começa a parecer uma tragicomédia.

As últimas nomeações são também, em parte, de bradar aos céus. Nomear miudagem que anda a fazer carreira no partido e adjacências é um absurdo. O Governo não deve confundir-se com uma creche para filhos do partido.

Nomear gente que tem no seu historial pessoal casos em que os media ou a oposição podem pegar, lançando dúvidas sobre a sua idoneidade é um risco, é um absurdo. 

Restringir a selecção a gente da máquina socialista é outro erro, tomara que não fatal.

O PS carrega no seu historial a fama (e o proveito) de alimentar a gula de um máquina que vive à babugem de cargos públicos em que uns nomeiam outros. 

[Não é só o PS. É o PSD e são todos os partidos que se instalam. Mas agora é o PS que está na berlinda pelo que é do PS que falo].

Contudo não me parece que a questão deva ver-se sob a lente partidária. O tema é abrangente, crítico e transversal demais para ser afunilado num ou noutro partido, parece-me. Deve ser visto sob uma perspectiva mais ampla.

Deveria haver um pacto de regime em que se convencionasse que para o Governo (tal como para Autarquias ou outras Instituições públicas) só deveria ir gente muito competente, com experiência e conhecimentos comprovados na área e, já agora, sem rabos de palha. 

Para não se falar em abstracto, o que recomendo é que seja rapidamente encomendado (pela Assembleia da República?) um estudo a várias empresas de consultoria para que contactem quadros seniores, gente ligada à gestão ou intervenção nos mais diversos sectores de actividade, gente reputada, com prestígio e respeitabilidade, em instituições públicas e privadas, e os inquiram: ´

  • iriam para o Governo? 
  • se não, porquê? 
  • que condições teriam que existir para que aceitassem integrar o governo?

[Recomendo que se encomende o estudo a empresas de consultoria pois andam por todo o lado, conhecem toda a gente, e recomendo que se recorra a várias para garantir transversabilidade e isenção]. 

Depois, que se reunissem as conclusões dos estudos das diversas empresas de consultoria e se retirassem conclusões para que, entre todos os partidos com assento parlamentar, se chegue a um consenso e a um pacto de regime. Uma outra derivada deste trabalho seria que se tivesse um guião de requisitos ou provas que qualquer possível candidato deveria cumprir.

Enquanto não se levar isto a sério e não se encarar o tema com algum rigor, sentido de responsabilidade e profissionalismo, estar-se-á sujeito a esta hecatombe. 

O Correio da Manhã, quiçá a ser incentivado por forças ocultas (mas cuja proveniência nos podemos deitar a adivinhar) irá deitando abaixo, um a um, secretários de estado e ministros até que o Costa, cansado, atire a toalha ao tapete. 

Isto seria um fartote para comentadeiros, venturas, ILs, montenegros e quejandos mas, na verdade, seria uma pena pois António Costa é um dos melhores primeiros-ministros que o país já conheceu. E seria um perigo pois o populismo e as forças mais obscurantistas e reaccionárias da sociedade estão à espreita.

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A primeira imagem provém do saudoso We Have Kaos in the Garden

quinta-feira, janeiro 05, 2023

As receitas do almoço de Ano Novo

 

Uma espécie de tiropitas

Numa frigideira, dourei e sequei bacon em pequeninos cubos. Não usei qualquer gordura pois o bacon liberta s sua gordura.

Cortei a massa folhada (comprada no supermercado) em meias-luas. Em cada meia-lua, coloquei meia embalagem de requeijão rústico (tipo cottage -- vende-se no supermercado), meias rodelas finas de maçã e o bacon já em estado crocante. Reguei ao de leve com o molho deitado pelo bacon. Enrolei, ficando como um grande charuto. Passei-os por uma emulsão de azeite e mel e depois por sementes de sésamo. Foram ao forno. Uma vez retirados, cortam-se em pequenos troços.

A carne estava macia e saborosa pois cozida a baixa temperatura conserva os seus sucos e absorve melhor o sabor dos condimentos.

Almofadinhas de carne

Num tacho coloquei duas cebolas grandes, um alho francês, salsa, louro, jardineira de vaca, rojões de porco e bifinhos da perna de peru. Reguei com vinho branco e azeite e polvilhei com sal e alho em pó. Deixei ferver e depois baixei o lume, deixando a cozinhar por umas duas horas em lume brando. No fim, tirei o louro e, com a varinha mágica, triturei tudo. Ficou uma papa espessa, moldável.

Peguei em folhas de massa quebrada (comprada no supermercado) e cortei em pequenos pedaços. Em cada um coloquei uma boa colherada das carnes. Embrulhei e dei-lhes o mesmo tratamento que às tiropitas (azeite, mel e sementes). Vão ao forno até estarem dourados. Ficam pequeninas almofadinhas, coisa para três ou quatro dentadas. Podem comer-se como amuse-bouche ou no prato, com massas (todas adquirida e feitas em três minutos de cozedura) e salada

Embrulhadinhos de alheira de caça e requeijão

Idem em relação às empadinhas mas um pouco maiores. Para recheio o requeijão rústico e recheio de alheira de caça em partes iguais. Acabamentos idênticos aos anteriores.

Cachaço cortado à italiana cozinhado a baixa temperatura, com batatinhas

No talho pede-se uma peça de cachaço, no seu osso, com corte à italiana, isto é, com golpes verticais até ao osso, quase que a fazer fatias. O osso é a base que assenta no tabuleiro.

Aqueci o forno e, entretanto, num tabuleiro grande coloquei duas cebolas grandes, meio alho francês, louro, alecrim, salsa abundante. Em cima dessa cama, coloquei a peça de cachaço. Polvilhei com um pouco de sal no interior das fatias. Em cada abertura coloquei mais rodelas de cebola, rodelas de alho francês, mais salsa, alecrim. Polvilhei com sal, com alho em pó, com pimentão em pó. Reguei com vinho branco e com azeite. Por cima, para tapar, coloquei grossas fatias de entremeada, para impedir que a carne por baixo secasse. Temperei estas fatias com sal, orégãos e azeite. Coloquei no forno e baixei para os 95º/100º. Fiz isto de véspera e, ao fim de quatro horas interrompi pois não passámos o ano em casa. Por isso, o tabuleiro foi retirado e ficou até ao dia 1, coberto por papel de alumínio. 

No dia 1, de manhã, coloquei duas fatias finas de bacon em cada abertura juntamente com tomate às rodelas grossas e fatias de maçã. Reguei com o caldo que estava no tabuleiro e voltei a tapar com as fatias de entremeada que virei ao contrário. Assim ficou em forno a 95º/100º por mais três horas.

Entretanto, cozi batatinhas e, antes que estivessem completamente cozidas, escorri  água e despejei-as para o tabuleiro que estava no forno, acabando de cozinhar ali.

Depois de estar cá fora a repousar, coberto com papel de alumínio, foi fatiado.

Georgina Rodriguez, Kim Kardashian, Sarah "Saartjie" Baartman e... o big rabo delas
[Exibição voluntária e mercantil nos dois primeiros casos, exibição forçada no último]

 

Georgina Rodriguez



Kim Kardashian



Sarah "Saartjie" Baartman




Sarah "Saartjie" Baartman (1789 – 29 de dezembro de 1815) foi a mais famosa de pelo menos duas mulheres negras do povo coissã que foram exibidas como aberrações em eventos na Europa do século XIX sob o nome de "Vênus Hotentote" ("hotentote" era o nome para o povo cói, mas que hoje é considerado um termo ofensivo, enquanto que "Vênus" é referência à deusa romana do amor). (...)

Saartjie foi para Londres em 1810 e viajou por todo o Reino Unido exibindo as suas dimensões corporais «inusitadas» (segundo a perspectiva europeia), o que levou à opinião generalizada de que estas eram típicas entre os hotentotes. Mediante um pagamento extra, os seus exibidores permitiam aos visitantes tocar-lhe as nádegas, cujo invulgar volume (esteatopigia) parecia estranho e perturbador ao europeu da época. (...)

Foi depois exposta a multidões, que zombavam dela. Era alvo de caricaturas, mas chamou também o interesse de cientistas e pintores. O anatomista francês Georges Cuvier e outros naturalistas visitaram-na, tendo sido objeto de numerosas ilustrações científicas no Jardin du Roi. O corpo foi totalmente investigado e medido, com registo do tamanho das nádegas, do clitóris, dos lábios e dos mamilos para museus e institutos zoológicos e científicos. Com a nova derrota de Napoleão, o fim do seu governo e a ocupação da França pelas tropas aliadas em junho de 1815, as exposições tornaram-se impossíveis. Saartje foi levada a prostituir-se e tornou-se alcoólatra. (...)

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Com os meus agradecimento ao Leitor/a que me deu a conhecer Saartjie 

quarta-feira, janeiro 04, 2023

Cristiano Ronaldo, o novo caga-milhões, e a sua Georgina do rabo alçado foram apresentados aos adeptos do Al Nassr e o CR7 teve oportunidade de explicar ao mundo que é único pelo que não o espanta que o contrato tenha sido único.
Muito bem.

 

Não sou de futebóis pelo que não faço ideia se o Ronaldo ainda joga alguma coisa, se tem a mania que é um astro e, qual eucalipto, seca tudo à sua volta, se quê. Não sei. 

Mas sei, do que se lê, que tem um fortuna imensa, milhões e milhões, casas de luxo por todo o lado, dezenas de carros topíssimo de gama, luxo absoluto sobre rodas, hotéis... etc. Uma fortuníssima que chega para ele, para a Georgina, para os filhos, para as manas Katia e Elma Aveiro, para o mano Hugo, para mamãe Dolores, respectiv@s companheir@s e demais família e que, se bem gerida, dará para as próximas dez gerações. 

E os rendimentos não são apenas os do futebol. São os contratos de publicidade, é o merchandising, são os direitos de imagem, são as receitas das suas empresas, são os rendimentos das aplicações e sei lá que mais.

Quem tem tanto não sei se precisa de mais. Não sei. Diria que não. Mas quem sou eu para saber coisas desta? Também não sei, em particular, se precisa de ir viver e trabalhar na Arábia Saudita, um país como a Arábia Saudita (e escuso-me de falar nos hábitos e nas práticas sociais deste país). Não sei mesmo.

O que sei é que, depois de se ter portado como um prima donna nos últimos tempos, eis que vai ganhar mais umas centenas de milhões para um lugar como aqueles. 

[Muito sinceramente, não sei se o dinheiro justifica tudo, em especial para quem já o tem de sobra -- mas a minha realidade está nos antípodas dele pelo que não poderia esperar que nos regêssemos pelos mesmos princípios e prioridades).

Há dias, a mulher ofereceu-lhe um Rolls-Royce que vale umas centenas de milhões de euros. Mais um.

Vinha com laço, o carro, e todos se fizeram fotografar ao lado do natalício presente para que o mundo pudesse ver a generosidade da Georgina.

A mesma Georgina que se fez fotografar numa cama redonda quase king size com a filha Alana. 

Nada de mais não fora a coisa dar-se dentro do jacto privado do marido. Tal como foi noutro spot do jactinho que se fez fotografar de gorro, ténis, casaco de pele, joia ao pescoço e carteira igualmente topo de gama, tudo marcas que representa.

E isto para dizer que, em minha opinião, quer Cristiano Ronaldo, quer Georgina já não são eles, são um mero mostruário de marcas, despersonalizaram-me, são, na verdade, a mais pura encarnação da ambição desmedida por mais dinheiro. 

Agora, sendo isto verdade (e não creio que possa ser negado), qual a razão para a comunicação social portuguesa fazer tamanha cobertura dos passos do CR7, pôr tantos comentadores a debater as suas razões, os seus estados de alma? 

Ganhou muitos prémios, é certo, é (ou foi) um grande jogador -- disso não há dúvida. Mas as suas birras, a forma algo descompensada como agiu no último campeonato, a gabarolice que agora parece exibir ao declarar-se como 'único' e como veículo de uma mudança de imagem da Arábia Saudita, a ostentação quase obscena que alardeia e a maneira como quer acabar a sua carreira, sobrevalorizando os milhões de que parece doentiamente sedento, deixam muito a desejar. 

E creio que a comunicação social melhor faria se percebesse o ridículo de que se cobre ao continuar a endeusar a marca CR7.

terça-feira, janeiro 03, 2023

Quem é Marina Gonçalves, a nova Ministra da Habitação?

 

Nunca tinha ouvido falar na pessoa. Por isso, tentei inteirar-me no site do Governo. Contudo, não consigo abrir nem a página dela nem do outro novo ministro, o Galamba. Se calhar estão a actualizá-las.

Mas vi no Linkedin o que a própria tem a dizer da sua experiência. 

Naturalmente, tendo apenas 34 anos, não se pode exigir que a catraia tenha um CV de se lhe tirar o chapéu.  Não tem. Obviamente, não tem. Não tem qualquer experiência no sector a não ser o período em que, por qualquer motivo que escapa à minha compreensão, foi alcandorada a Secretária de Estado da área. Formação on the job, portanto.

Imagino o que são reuniões com empresários batidos em que aparece uma jovem Marina desta vida, inexperiente e desconhecedora do sector. Deve ser bonito. Põem-na, certamente, no bolso em três tempos. 

Não percebo como é que o Costa atribui pastas governativas a pessoas sem experiência ou conhecimentos na área e, ainda por cima, a pessoas que, pela sua idade, nem experiência de vida podem ter. Em minha opinião, mais valia apostar em reformados do que em trainees.

A miúda acabou o estágio de advocacia há 9 anos. Depois fez o percurso aparelhístico do costume: assessora, adjunta, quer do grupo parlamentar quer de chefes de gabinete, deputada. Claro que nem deu para aquecer qualquer dos lugares. Um pé aqui, outro ali e, quando deu por ela, provavelmente à falta de alguém com perfil adequado, pegaram nela e puseram-na, com 32 aninhos e zero experiência no sector, à frente da Secretaria de Estado da Habitação. 

Agora não devem ter conseguido alguém para quem Infraestruturas e Habitação não fosse areia a mais para a respectiva camioneta, dividiram a meio, Infraestruturas para um lado, Habitação par outro. E eis que a jovem caminhense, ainda sem ter feito coisa que se visse na Secretaria, salta para Ministra.

A culpa não é da garota. E nada contra dar oportunidades a jovens. Sou totalmente a favor. Têm é que ser devidamente enquadrados até que adquiram a tarimba necessária e tenham capacidade para voar sozinhos. Não é pegar em jovens e atirá-los para a piscina sem que antes tenham tido tempo e treino suficientes para que saibam nadar. 

O problema é que estamos a chegar a um ponto crítico na nossa democracia. Já aqui o referi muitas vezes: não há ninguém em seu pleno juízo, com formação académica, conhecimentos e experiência nas áreas e bons empregos que esteja para se sujeitar a ir para o Governo, no meio da falta de qualidade generalizada que impera na nossa classe política, da direita  à esquerda. E este é o tema que deve merecer ponderada e honesta reflexão.

Copio do Linkedin da nova Ministra:


Ou seja, vou ali e já venho.

segunda-feira, janeiro 02, 2023

Primeiro dia do ano

 

Quando tocou o despertador, dormia profundamente. O meu marido já devia estar levantado há séculos. Por um momento tentei situar-me. Pensei: 'Bolas, esqueci-me de desmarcar o despertador. É domingo, posso dormir à vontade'. Mas, de imediato, caí na real: 'Caraças. É dia de Ano Novo!'. Levantei-me de súbito e, de imediato, tive um problema para resolver.

Houve uma altura em que, antecipadamente, me lembrava daquele hábito de estrear uma peça de roupa, tenho ideia que azul. Onde isso já vai. Este ano nem de tal me lembrei. Puxei pela cabeça e a única coisa que me ocorreu foi um par de meias de lã ainda por estrear. Por sinal, muito pouco adequadas para a ocasião; mas o que não tem solução, solucionado está. São quentinhas, por sinal em cinzento mesclado com cós em branco. Para ter qualquer coisa azul repesquei uma blusa que não vestia há algum tempo. Foi o que se arranjou. 

Calças pretas, blusa de meia manga e decote em bico em azul navy e meias de lã cinzentas. Fashion. Para dar um toque, coloquei um colar comprido, com peças assimétricas, em turquesa. Nada a ver com nada. Nem no tom, com a blusa, nem no género com as meias. Mas, enfim, as coisas nem sempre têm que ser tom sobre tom nem os géneros têm que estar alinhados. Um certo toque de caos pode ser promissor. (Digo eu...)

O importante é que, passado pouco tempo de me ter levantado, estava em acção na cozinha. Claro que não estava com a toilette vestida senão, quando me sentasse à mesa, estaria a tresandar a cozinhados.

Entretanto, o meu marido estava a trazer a mesa de madeira que está no terraço para a colocar a seguir à da sala de jantar. E o cão estava a olhar para nós como sempre faz nestas alturas em que pressente que vai haver movimentação, intrigado, sem atingir,  priori, a dimensão da coisa.

O dia, apesar de chuvoso, foi muito bom. Como é nosso hábito, festejámos o início do ano novo com um almoço em família. Não há, para mim, maneira melhor de começar um ano. 

Vou só dizer a ementa. Não conto já como fiz porque estou a ver um filme divertidíssimo na 1, Last Vegas, Despedida de arromba. E, quando gosto de um filme como este, que me faz rir e, ao mesmo tempo, me enternece, tenho uma certa dificuldade em estar a ver e a escrever ao mesmo tempo. Sorry.

A ementa foi a seguinte:

Entradas

- Tostas com queijo fresco de ervas e salmão fumado

- Tostas de queijo mozzarela derretido com presunto

- Uma espécie de tiropitas

- Empadas de carnes

- Embrulhadinhos de alheira de caça e requeijão

- Salada de tomate cherry com mozzarela fresca às bolinhas

Prato principal

- Cachaço cortado à italiana cozinhado a baixa temperatura, com batatinhas

Acompanhamento secundário

- Massa com trufas

- Massa recheada com trufas e cogumelos

- Massa recheada com queijo de cabra e figos

Sobremesa

- Cheesecake simples (vindo de casa do meu filho)

- Tiramisu (idem)

- Cheesecake com frutos vermelhos

- Torta de laranja (vinda de casa da minha filha)

- Broas de doce de ovos

- Também vieram broas de mel de casa da minha mãe mas esquecemo-nos de pôr na mesa

- Bombons diversos

- Uvas pretas sem grainha (os miúdos adoram)

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Um dia bom

Saúde. Alegria e bom apetite. Paz.

domingo, janeiro 01, 2023

Está feito. O 2023 já cá canta.

 


E, para já, é isto. Já estou de volta a casa e a roda do tempo avançou mais um passo. Já estamos em 2023. 

A passagem foi boa. Comeu-se, bebeu-se, houve música e dançou-se, bateram-se tampas, houve abraços e beijinhos. E largou-se a pele do ano velho -- que afugentámos o melhor que pudemos -- e abriram-se as portas para que o ano novo entrasse e se sentisse bem acolhido.

Tirando isso o que tenho para dizer é que podemos não saber ou não conseguir fazer grande coisa mas se, pelo menos, não estragarmos ou não nos desviarmos por maus caminhos já não será mau. Seja lá o que isto quiser dizer.

E bora lá. Que o 2023 seja bondoso, não nos pregue más partidas, que nos traga esperança, capacidade de acreditar, vontade de querer. E saúde. E alegria. E todas essas coisas boas.

E não vou ficar aqui a repetir-me até porque estou a dormir em pé. E daqui a nada tenho que estar a saltar da cama para me ir atirar aos tachos.

Por isso, está dito. E feito. Aqui já chegámos. Agora é ir avançando até chegarmos ao próximo. E depois ao próximo. E ao próximo. E por aí fora. Vida longa e feliz!

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Desejo-vos um dia (e todo o ano!) bom

Saúde. Boas vibes. Paz. 

Paz. Paz, Paz. Paz. Paz (da boa, paz em liberdade).

sábado, dezembro 31, 2022

Desbalanço de 2022 e votos para 2023

 

Não sou de fazer listas ou resenhas. Nunca fui de ter apontamentos. Vou para as reuniões sem papéis e saio de lá também de mãozinhas. Ao contrário de colegas que guardam memorandos sobre os temas mais relevantes ou que conservam cadernos ou agendas com registo de tudo ou quase tudo o que se passa, eu não tenho o que quer que seja disso. E, apesar de escrever aqui que me desunho, nada tenho de sistematizado que me permita, assim de repente, fazer um balanço deste ano que agora termina. 

Seja como for, verdade seja dita, o que passa desinteressa-me. Ano passado, ano esquecido. Bye bye.

Quero pensar no que me marcou e só me lembro desta guerra maldita. Maldita, maldita, maldita, mil vezes maldita guerra. 

Tirando isso, coisa avassaladora, de pouco mais me lembro. Puxo pela cabeça e, a bem dizer, a sensação que tenho é que mal dei pelo passar do tempo. Puxo pela cabeça e mal me lembro de qualquer coisa que aqui, agora, deva respigar a propósito do que me aconteceu a mim.

Profissionalmente, todo o ano o passei numa luta que devorou os dias. Uma luta esgotante. Digo por vezes que um embate destes devê-lo-ia ter eu tido no início da minha vida profissional. Melhor recruta não poderia haver. Quem passa por isto fica preparado para tudo. Agora apanhar um coisa destas pela frente quando, nos momentos mais complexos, me ocorre: 'Não tenho pachorra nenhuma para aturar isto' e já não tenho grandes travões para me impedir de o demonstrar, é uma experiência que já não me será grandemente útil para nada.

Pessoalmente, estou cada vez mais eremita. Gosto de viver aqui, longe do bulício citadino. No intervalo, estou no campo-campo, ainda mais eremita. Depois de anos e anos no meio da confusão, vivendo no meio de uma cidade e trabalhando em grandes edifícios em zonas de grandes edifícios, sempre com multidões em volta, consumindo parte do tempo no trânsito, em restaurantes, frequentando o comércio e estando ao corrente da última moda, agora estou parte do tempo em teletrabalho e não me custa nada estar tão longe da barafunda.

As minhas compras agora restringem-se praticamente às do supermercado ou de take away em restaurantes. Raramente compro roupa, compro muito menos livros, há mais de dois anos que não compro nem perfumes, nem sapatos nem bijuteria. As compras que faço nestes capítulos são sobretudo para oferecer. O tempo de vida que me resta, nem que seja meio século, não me chega para ler todos os livros ou gastar toda a roupa ou perfumes que tenho, até porque agora pouco perfume uso.

Tenho por felicidade maior os meus filhos que estão bem e vão progredindo na construção da sua vida, os meus netos que crescem sendo alegres, cheios de entusiasmo, a família que se une para desfrutar a alegria de estarmos juntos.

A minha cabeça, desde há algum tempo, está sobretudo nos tempos que vêm. Parece que nunca mais lá chego e até temo que, quando lá chegar, já me tenham passado todas as vontades que agora tenho a fervilhar em mim.

Sei que, nessa altura, terei que ensinar o meu biorritmo a uma outra dinâmica pois estou formatada para ter pouco tempo para fazer muita coisa. Quando tenho muito tempo parece que não sei o que fazer com ele. E estou também habituada a trabalhar de dia e guardar os hobbies para a noite. Quando deixar de trabalhar, acho que tenho que arranjar um rotina que me absorva de forma disciplinada senão fico como quando fiz a artroscopia aos joelhos. Não tinha nada que fazer e... não conseguia mesmo fazer nada, completamente tomada pelo tédio. 

Mas, pensando bem, há um coisa que é fundamental para que estejamos bem: a saúde. Sem saúde, fraquejamos, ficamos uma sombra de nós. 

E, assim sendo, concluo. 

2022 já está numa de ir -- e que vá que não deixa grandes saudades. 

E que venha o 2023. E que venha com tudo desde que seja bom. E que nos traga a paz e o castigo dos assassinos. 

E nos traga a consciência de como é frágil a liberdade e a democracia e de que temos que as preservar a todo o custo.

E que nos traga saúde. E alegria. E motivação. E energia. E boa sorte. A sorte, sem que muitas vezes nos apercebamos, molda, e muito, a nossa vida. E nos traga compreensão, tolerância. Generosidade. E afecto, o afecto que nos une. E nos traga boas ideias e vontade e capacidade para as pôr em prática.

Poderia ainda falar do que gostava que acontecesse a nível político mas, lá está, não estou com pachorra e nada me impede de o demonstrar.

Claro que também poderia falar de livros que li no ano que agora acaba e dos que espero ler no que está a começar. Mas isso seria todo um outro filme. 

E etc. -- que é sempre uma forma airosa (e preguiçosa) de acabar uma conversa.

Neste último dia vou ter visitas a fazer, comida para confeccionar e depois vamos fazer a passagem fora. 

O dia de Ano Novo é cá em casa e espero que o mau tempo não impeça que a casa se encha para que as mesas estejam outra vez cheias para o primeiro almoço do ano.

Por tudo isto, não sei se cá consigo voltar em 2022 a tempo de vos deixar os meu votos para 2023. Por isso, aqui ficam já eles: tudo de bom para vocês. Tudo, tudo de bom. Felicidades com tudo o que as felicidades levam dentro. Um abraço para todos. É virtual mas é dos bons, dos sentidos.


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Um dia bom. 
Boas saídas e melhores entradas.
Saúde. Amor. Ânimo. Razões para sorrir. Paz.

sexta-feira, dezembro 30, 2022

Alexandra Reis, Pedro Nuno Santos, Hugo Santos Mendes -- o que é que nos CVs deles os qualifica para os cargos que ocuparam*?
[E são meros exemplos. A dúvida é: os demais serão todos deste mesmo calibre...? É que, se são, vou ali e já venho]

 

Os dias andam férteis em notícias. E já sabemos que boa notícia é a má notícia. Saltou a Secretária Alex dos Louboutins, saltou o Pedro Nuno dos aeroportos e vamos ver se fica por aqui. Em cima disso, com os comentadores políticos ao rubro, excitados com o cheiro a sangue, todos convocados para todas as horas em todos os canais, eis que morre o Pelé. E, pimbas, lá têm que saltar também todos os comentadores futebolísticos para todos os canais, a todas as horas. A malta nas redações certamente à nora para ver como encavalitar os alinhamentos.

A seguir morre a Vivienne Westwood e a sorte é que não há assim muitos comentadores de moda ou, pelo menos, não estão devidamente cadastrados para poderem ser requisitados de supetão.

Um dia destes vai ser o Emérito Ratzinger e aí será também o bom e o bonito. A esta hora tudo o que é beato, acólito, sacristão, bispo, teólogo ou simplesmente santinho já deve estar a ser posto de prevenção para saltar à cena mal Sua ex-Santidade descanse a sua alma.

Mas isto para dizer que tanto o falatório que não aguento, salto fora, não ouço nada. O que me agrada é o MasterChef Australia ou pequenas pérolas que apanho por acaso como a que estou a ver agora, Isabel Meirelles: o dragão que fuma. Maravilha. Desconhecia. 93 anos. Mulher fantástica. O conhecimento da minha ignorância avoluma-se de dia para dia.

Contudo a pièce de resistence do post não são estes já-vistos. É outra coisa, é a que se segue.

Ao jantar, o meu marido disse que achava que o Governo fica melhor sem o Pedro Nuno Santos. E eu disse-lhe que penso o mesmo. O meu marido disse que acha que ele joga ao lado e eu acho o mesmo. Pode ter feito uma boa ponte com o PCP e o BE e pode saber 'ser do contra'. Não sei. Dizem que sim. Mas já o vimos ser desleal, tonitruantemente desleal para com colegas, já o vimos dar passos em falso, delirantemente em falso. Por vezes, agiu de forma que, fosse eu a decidir, lhe teria sido fatal. E agora ficamos sem saber se, ocupado como andava com a sua agenda, tudo o que era de ordem 'prática' lhe passava o lado. Ele não sabia, o outro não sabia e agora parece que o único que sabia e não esteve nem aí foi o fofo do Hugo Mendes, futuro ex Secretário de Estado. Ou a mulher do Medina, ex-responsável jurídica da TAP. Ao que parece, o Pedro Nunes sacode para todo o lado. Ele ou outros por ele. Pelos vistos, não sabe cair com elegância.

E nisto tudo o que me dá que pensar é o critério seguido por quem escolhe esta gente. Nas empresas, em que vocação e competência é determinante, os CVs são passados a pente fino, as pessoas são sujeitas a entrevistas, muitas vezes a entrevistas cruzadas, muitas vezes submetidas a situações que simulam a realidade que terão que enfrentar. Pelo contrário, no Governo ou nas empresas tuteladas -- onde a exigência deveria ser redobrada -- dá ideia que tudo o que é bicho-careta entra de carrinho para onde calha.

Fui ver o currículo da dita Alexandra Reis, mais conhecida pela Alex Louboutin da boca aberta ou, alternativamente, Vai-te pentear, oh Alex

Uma engenheira electrotécnica e de telecomunicações com experiência em Compras. Nem mais.

Foi como responsável pelas Compras que entrou para a TAP em 2017. Caiu no goto não sei de quem e daí rapidamente passou para a Comissão Executiva. Contudo, não deu certo: pelos vistos o santo dela não ia à bola com o da presidente. Foi de asa. De asa mas com o bolso a deitar por fora, o dito meio milhão. E eis que, não se percebe bem a que propósito, a garganeira criatura salta, a seguir, para Secretária de Estado do Tesouro. Pasme-se: para o Tesouro. Te-sou-ro.

O que é que na formação académica ou na experiência profissional a capacitava para ser Secretária de Estado do Tesouro? Não faço a mais pálida ideia. Mas não faço eu e, se calhar, não faz ninguém. 

Face a isto, deu-me também  curiosidade em ver o currículo do incensado outsider Pedro Nuno Santos, ex Ministro das Infraestruturas e da Habitação. 

Terá trabalhado na área? Terá conhecimentos que lhe permitam meter no bolso quem queira pôr pé em ramo verde? Infraestruturas? Habitação? Tudo a ver com a sua experiência anterior? 

Qual quê. Nada. Nem pouco mais ou menos. 

Basicamente exerceu funções políticas desde a Jota até aos tempos correntes. Não que ser político seja mau. Imagino que seja sobretudo negociar compromissos, ver como tramar a oposição, ver como encobrir ou desvalorizar os desaires do partido, ouvir as forças vivas e ver como fazer a vontade a uns ou arranjar desculpas para os outros. Tudo bem. 

Mas onde a sensibilidade e o know how para perceber os meandros dos processos que fazem girar as organizações? Onde a mão para enquadrar quem, abaixo, faz mover as engrenagens? Onde o rabo pelado para detectar as chico espertices de quem é batido e rebatido nas manhas e nos meandros destas coisas?

E o Hugo Santos Mendes, aquele para cima de quem agora todas as galinhas atiram as culpas? 

Parece que soube da bolada da Alex da boca aberta mas não somou dois com dois, não percebeu nem a dimensão nem as implicações da coisa. Verdinho, portanto. 

Mas a culpa será mesmo dele? Ou a culpa é de quem o escolheu e de quem aceitou a escolha?

Qual a experiência do verde e fofo Huguinho? Pois, claro, basicamente tem sido político. Isto depois de se formar em Sociologia. Foi assessor ou adjunto deste e daquele. E daí saltou para onde está agora, Secretário de Estado das Infraestruturas. Imagine-se o fofo do Huguinho a enquadrar as grandes empresas do sector... Deve ser uma festa. Gente batida e experiente que apanha huguinhos à mão... Toda a espécie de investimentos para aprovar, toda a espécie de despesas a correr-lhe debaixo do nariz e ele sem ver o rabo do gato escondido, por mais de fora que o rabo esteja. Mas, coitado, onde é que o pobre adquiriu competências para deslindar coisas dessas, em especial as pouco óbvias, onde é que ele se treinou para exigir estudos de rentabilidade feitos com a cabeça e não com os pés, para devolver à procedência dossiers que carecem de blindagem jurídica...? Não estou a ver onde.

Por isso, episódios destes como os da Alex Louboutin devem acontecer todos os dias. Podem ter outro formato ou outros valores mas, de uma maneira ou de outra, com gente aparentemente tão desqualificada para as funções que exerce, tudo pode acontecer.

A chatice é que nestes momentos é bom dar-se um passo atrás, reflectir, parar para pensar. Mas tempo é política é coisa que nunca há. Entre os Rangeis e os Venturas desta vida e os omnipressentes comentadores, todos cacarejam alto e bom som, impedindo uma atitude responsável e ponderada.

E depois, pensando bem, quem em seu pleno juízo se predispõe a largar o seu trabalho para se ir sujeitar a trabalhos forçados no Governo e a ser bisbilhotado até à quinta geração. Claro que só gente dependente da política ou deslumbrados newcomers acham que ir para o Governo é um boa coisa. 

E é em tudo isto que é preciso pensar. Como atrair gente qualificada? Essa é a questão. 

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O asterisco (*) lá em cima tem a ver com o facto de me parecer previsível que mais consequências venham a existir

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Desejo-vos uma boa sexta-feira

Saúde. Cabeça no lugar. Paz.