terça-feira, fevereiro 27, 2024

Os 'meus' factos do dia: a importância que os excitados de direita (Maria João Avillez incluída) deram à aparição do Láparo no Algarve e a advertência feita pelo Luís Paixão Martins, na CNN, de que a tracking poll da dita CNN não representa a população votante pelo que os resultados apresentados podem não ser fidedgninos

 

Acordaram-me com um telefonema e já não voltei a adormecer. Com a necessidade de dormir de que sempre padeço, isto é grave. 

Acresce que finalmente vieram cá arranjar um depósito que estava a verter água. Vieram cedo e, claro, foi uma festa a nível canino. O cãobeludo ouve vozes, sente presenças estranhas, e, portanto, ladra, anda pela casa num virote, a avisar-nos do perigo e intrigado por o mandarmos calar em vez de irmos para os abrigos. Não houve sossego.

E se não acontecesse sempre aquilo de que o que pode correr mal, claro que corre sempre mal, teria sido bom. Mas correu mesmo mal e os homens estiveram cá até às nove e tal da noite pois, no fim de subirem e descerem ao telhado, de irem e virem ao sótão, de andarem dentro e fora, a coisa não funcionava. E o cão doido da vida. O meu marido já num desespero com vontade de os ver pelas costas. E eu na mesma. Mas, claro, não podíamos ficar sem água quente.

Com tanto entra e sai deles e tanto ladrar do pobre animal, esqueci-me de baixar o lume do fogão e só dei por ele quando me cheirou a queimado. Arroz queimado. O caldo veio por fora, queimando-se em volta do bico. Penso que foi só a camada inferior do arroz a ficar sacrificada pois, mau grado o intenso pivete a esturro, já o jantámos e estava bom. Como fiz para duas vezes, amanhã, quando formos mais fundo, é que devem ser elas. Mas, optimista que tendo a ser, ainda quero acreditar que, com sorte, o cheiro terá sido sobretudo do caldo queimado, que veio por fora, e não do arrozinho em si. 

De tarde, depois de almoço, estava com sono mas, com as movimentações e o barulho, não deu sequer para fechar os olhos. Mas bem precisava.

Depois dos homens terem saído ainda fomos fazer a caminhada nocturna com o cão de guarda. Um frio que só sentido, um vento antárctico, irrespirável de tão gélido.

Depois é que jantámos. Agora estou cheia de sono. E do cão nem falo: está aqui no chão, estafado, estendido, a dormir a sono solto. Quando é para dormir, costuma sair da sala e vai para os seus aposentos. Hoje não conseguiu, ficou a meio do chão, indiferente a quem entra ou sai da sala.

Não vi televisão senão agora. E pasmo com o relevo que os comentadores estão a dar à aparição do Láparo. Foi ao Algarve, nem sei se a Boliqueime, mostrar o seu sorriso sem lábios, foi lembrar-nos o seu ar malévolo. Um susto. Como se aquela criatura de má memória fosse mobilizadora para alguém. Por exemplo, apanhei um bocado da Maria João Avillez, numa excitação quase desvairada, pegada, imagine-se, com o Bugalho (que, honra lhe seja feita, lhe respondeu à altura), uma coisa que mostra bem a índole inflamada e facciosa das hostes laranjas.

Ouvi, depois, o Paixão Martins dizer que o Passos Coelho talvez mobilize aquela direita que anda indecisa entre o Montenegro e o Ventura. Talvez. Se, com isso, o Láparo conseguir fixar eleitorado laranja em vez de os deixar fugir para o Chega, menos mal.

Gostei foi de ouvir o Paixão Martins passar um atestado de incompetência à CNN por ter uma tracking poll deficiente, que, muito provavelmente, está a distorcer as análises feitas às tendências de voto. Imagino que, a esta hora, os da CNN andem a ver como remediar a situação. A menos que a intenção seja mesmo a de manipular a opinião pública. Já não digo nada.

Tirando isso, pouco ou nada mais tenho a dizer. 

Ainda tenho muita triagem a fazer nos livros que estão na cave, ainda a monte, (e preocupa-me, claro que sim, este acréscimo considerável de volumes pois se antes já tinha a perfeita consciência que nem que viva até aos 200 ou 300 anos conseguirei lê-los a todos, agora ainda mais difícil será -- até porque os livros antes tinham uma letra muito miudinha e uma pessoa a partir para aí dos 150 já deve ter uma certa dificuldade em conseguir entender-se com páginas compactas de letrinhas minúsculas; a menos que, daqui por uns anos, já haja maneira de fazer ligação directa entre as páginas dos livros e o cérebro, sem ter que esforçar a vista).

Para além dos livros mais antigos também terem um papel que agora já me parece um pouco desapropriado, alguns também já estão com a folhagem um pouco desconchavada. Mexo-lhes com mil cuidados mas a pensar que deveria dar-me ao luxo de gastar com eles o tempo necessário para recoser as folhas ou para colar as lombadas. Só que continuo a não conseguir dar vazão a tudo o que tenho em mente. Ou são coisas a mais ou tempo a menos ou, o que talvez seja provável, estou a ficar muito menos produtiva do que era antes.

Uma amiga contou-me que o marido, desde que teve covid, não voltou a ser o mesmo, que se cansa muito, que mal dá um par de passos a mais que o habitual fica logo com os bofes de fora. E ela é médica. Ou seja, pelos vistos ainda não descobriu maneira de o voltar a colocar nos eixos. Também tenho ouvido dizer que a gripe deste ano deixa algumas pessoas podres de sono. Ora eu, a seguir a ter covid, faz agora um ano, fiquei alguns meses pedrada de sono. E a gripe que tive há pouco tempo também me deixou com muito menos energia. Se calhar é isso tudo junto que ainda tenho agarrado a mim. Isso mais os anos que tenho em cima. Caraças.

E depois há este meu biorritmozinho do caneco. Podia escrever aqui durante o dia. Mas não senhor. Continuo a achar que o dia é para trabalhar ou fazer tarefas de outro tipo. Escrever aqui é hobby ou vício nocturno. Faça chuva ou faça sol só começo nisto às tantas. Portanto, só por isso, já era caso para ter sono. Agora imagine-se que, para além disso, há ainda o efeito cumulativo do sono e da quebra de energia pós covid e pós gripe. E já nem falo dos meses de stress agudo que vivi com a situação da minha mãe, o último dos quais totalmente arrasador. Conclusão: durante o dia, por vezes penso que quero falar disto ou daquilo. Depois chego aqui à noite e já estou com a bateria nos mínimos. Parvoíce, isto.

Bem.

E esta terça-feira vou ter uma agenda bem preenchida pelo que mais vale não ir muito tarde para a caminha.

Tinha aqui um vídeo bom mas fica para outro dia.

1 comentário:

Anónimo disse...

O aparecimento do Láparo não significa vitória da AD.
Só saberemos que a vitória vai acontecer quando surgir em cena o Doutor Catroga.
Até lá, ainda teremos o Irrevogável Portas. E o pai do Doutor Nuno ainda vai levantar dinheiro ao Multibanco e, por mero acaso, tropeçar sem querer na caravana da AD e trocar uns repetidos com um dos seus líderes, o Da Câmara Pereira.