quarta-feira, novembro 04, 2015

Havia de ter graça que, depois disto tudo, o PCP e o BE resolvessem armar-se, outra vez, em partidos de faz de conta e o grupelho dos PàFientos e dos Calvões continuasse por aí a escaqueirar o País. Olhem: pior que isso, só mesmo uma sopa de clítoris. Ui...


Bem. Depois de. ensonada, ter escrito dois postezecos levezinhos, um autobiográfico e outro com a sessão fotográfica de um brincalhão pseudo-nataleiro, estava para ir pregar para outra freguesia quando, ao espreitar os jornais online, dou com umas notícias que fizeram faísca entre elas.


Mas, com vossa licença, vamos com a Rosinha e com uma música alusiva aos tempos de crise que atravessamos


Avancemos, então, para as notícias. Transcrevo:



Sem acordo à esquerda PS recusa moção de rejeição


Carlos César reitera que os socialistas não pretendem contribuir para a queda do Governo, caso não haja uma “alternativa responsável e estável” com o BE e o PCP. (...)


O presidente do Grupo Parlamentar insistiu neste ponto: "Não votaremos nem apresentaremos nenhuma moção de rejeição se não tivermos em simultâneo a garantia que temos uma alternativa acordada e consolidada com os restantes partidos políticos".


....

Pensei: manobra de diversão para consumo dos papagaios-avençados ou para entreter os jornalistas. Mas eis que leio o Mestre Ferreira Fernandes e percebo que a palermice pode mesmo andar no ar.
Quero crer que não, que as esquerdas não iam prestar-se ao papelão de parecerem irresponsáveis e parvinhas. Mas nunca fiando (que uma coisa já eu aprendi: nunca devemos subestimar a estupidez humana). 
Transcrevo:

Vão os semideputados deputar, enfim?


Temos tido, há muito, um grupo de deputados semiaproveitados. Não que alguém os obrigue. Eles próprios, comunistas e bloquistas, é que se trancaram na semirresponsabilidade. Aquele parlamento, para eles, não era bem o deles. Isto é, eles entravam lá como os outros deputados mas tinham um trauma de infância política: não tinham subido a escadaria de São Bento como quem toma o Palácio de Inverno. Na verdade, a quase totalidade dos semideputados (não digo todos porque pode sempre haver um tolinho) sabia que aquilo de 1917 já está fora do prazo há muito. Mas como também era o trauma que lhes dava alguma graça, deixavam-se estar... Então, o grupo de 20 ou 35 semideputados semideputava e mantinha reféns o quase milhão de portugueses que inocentemente pensava tê-los a deputar a tempo inteiro. 

Aconteceu, porém e entretanto, uma revolução a sério: porque os semideputados não queriam ser parte duma alternativa, o outro lado pôde desgovernar a toda a brida nos últimos anos. Com o 4 de outubro passado, e a direita outra vez à frente, embora sem maioria, a situação arriscava--se a repetir. O facto deu um sobressalto aos semideputados e pareceu que eles iam ser deputados. Vão? Se fossem materialistas como dizem, sim. O que tem de ser tem muita força. O problema é que com tanto ano a fazer de semi, fica-se menor. É capaz de haver quem de política só faça continhas: nas próximas eleições fica à frente o PC ou o Bloco?
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E depois de ter lido que a camarilha pafiana já bateu no fundo -- com os ministros precários e pafiosos, em desespero de causa, completamente à nora, para conseguirem alivanhar uma espécie de programa de desgoverno, a serem instados pelas chefias a inspirarem-se no programa do PS -- fico a pensar que havia de ter graça, mas graça mesmo a sério, que Portugal acordasse um dia destes e percebesse que os comunistas e bloquistas tinham tido uma crise infantil de auto-afirmação e que esta coisa da relação entre o PS e as forças de esquerda não tinha passado afinal de um coitus interruptus. Havia mesmo de ter graça.

Bem. 
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E, por falar em graça, depois disto só mesmo esta: desde 1981, o clítoris é uma das estrelas da gastronomia local.


Até me encolhi quando li isto. Credo! Onde?!?! Foge!!!!

Li melhor: 


Perdido na tradução: Tradutor da Google anuncia festival do clítoris



(A Feira do Grelo) É um festival para promover o papel dos grelos na culinária tradicional da Galiza mas durante algumas semanas foi o festival do clítoris. "O clítoris é um dos pratos principais da cozinha galega", podia ler-se na página do concelho de As Pontes, graças a uma confusão do tradutor automático do Google.


A página, escrita em galego, tinha uma versão em castelhano traduzida automaticamente pelo Google. 

A confusão surgiu, segundo a porta-voz do concelho, por causa do significado da palavra em calão português. O tradutor terá confundido o galego com o português e preferido a acepção em calão à botânica.



Uffff.... Antes erro de tradução do que ser mesmo verdade. Nunca mais comia cozido galego! Nem cozido nem sopa nenhuma! Nem petisco! Aliás, nem nunca mais punha os pés na Galiza.

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Pronto. E, agora que já juntei a política à gastronomia, temperando o post com o picante da Rosinha (e isto para evitar trocadilhos vulgares como o do 'grelo da Rosinha'), é que vou mesmo pregar para outra freguesia.

Permitam que relembre: caso queiram saber dos meus hábitos (secretos) desçam até ao post já a seguir.
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1 comentário:

Anónimo disse...

Ao que parece, o problema residirá na posição do PCP. Não creio que o BE entrasse por essa via, sobretudo tendo em conta as posições que entretanto assumiram, de maior contenção e realismo, como dizia Catarina Martins, aqui há tempos, "face à votação do Bloco, de ter sido apenas 10%". O PCP tem um problema de flexibilidade que acaba por virar-se contra ele. Com este tipo de atitudes estará sempre vocacionado aos 8%, 9%, ou até 7%. E não passará daí. Julgo que o BE aprendeu alguma coisa com o passado. E, sinceramente, espero que hoje mesmo se chegue a um acordo. Agora, será mau que esse acordo não seja assinado conjuntamente e, pelo contrário, separadamente – por culpa do PCP. Um acordo desse tipo fragilizará o governo PS com apoia de incidência parlamentar do BE e PCP. E até pode vir a ser o argumento que Cavaco Silva precisa para o inviabilizar. O que seria politicamente trágico. Uma vez mais, por culpa, ao que me parece, do PCP. Se for, igualmente, do BE, pior cenário ainda. Mas, custa-me a acreditar. Por outro lado, a dita moção de rejeição deveria ser só uma – a apresentar pelo PS e ter o apoio do BE e PCP. Haver mais do que uma (inclino-me para uma do PCP) mostraria divisões entre a coligação de Esquerda, que só daria mais razões para a Esfinge de Belém manter Passos/Portas num governo de gestão. Vamos pois acreditar que o bom senso prevalece e que se chega a acordo até hoje. Todavia, por muito que me custe dizê-lo, o estrago já foi feito. Quem quer que seja que esteve na colocação de dificuldades para um governo de alternativa ao da Direita (e repito, afigura-se-me ter sido o PCP, mas posso estar enganado) já desacreditou, de algum modo, a solidez daquilo que Costa pretendia apresentar, ou levar a Belém. Há gente que nunca aprende, politicamente falando! Sinceramente, começo a ficar farto destes políticos! Já não bastavam as provocações do PR, da comunicação controlada pela Direita, dos Assis divisionistas, temos agora “o barco encalhado” nas negociações entre o PS, BE e PCP (por culpa deste último). Parece que não aprenderam nada com o que se passou depois do PEC IV. Ou então, preferem este tipo de águas turvas, para se manterem à tona. Será que o PCP receia pela sua sobrevivência política no nosso universo eleitoral se aceitar um acordo desta natureza? E prefere a situação de partido de protesto para todo o sempre? Mas que Esquerda é esta? O resultado, se isto fracassar, é daqui até Junho termos uma maioria absoluta do…PSD, com o apoia do resquício de Partido do CDS, arrumado nuns 5%, só para dar mais reforço político à coisa, um PS degastado e em queda futura e o resto da Esquerda uma vez mais fora do centro de decisões políticas e num papel secundário. Irrelevante. Bonito serviço! A ser assim, emigrarei! Porra de Esquerda esta!
P.Rufino