sábado, junho 24, 2023

Num dia de calor de ananases, qual a melhor forma de o acabar...? Qual é? Qual é?

 

Não é só o que é, e o dia foi complicado, é também o calor. Já estive para adormecer mil vezes mas lá me vou aguentando.

Aqui ao lado, num dos grupos de whatsapp, sucedem-se as mensagens. De manhã à noite. Tive que tirar as notificações pois não suportava o plim plim constante. De cada vez que espreito já há mais umas quarenta por ler. e muitas não leio.

Por um lado uma efervescência omnipresente e vários dos intervenientes a combinarem coisas a toda a hora para todos os dias, e, por outro, as minhas horas que não dão para encaixar mais e a minha cabeça que já não consegue acomodar mais. Não que não gostasse. Gostava. Mas tinham os dias que ter cinquenta horas pois, para além do que tenho que fazer, tenho carências. 

Por um lado a questão do sono. Continuo com mais sono do que me parece normal. A última vez que fui ao médico contei que tinha tido covid e que daí para cá tinha ficado apanhada pelo sono e ela disse-me que, quando isso era um dos sintomas relevantes da doença, acontecia que subsistisse por mais um três meses. No meu caso já vai em quatro meses.

Por outro lado, a minha necessidade de ter algum tempo para mim, tempo para escrever (nomeadamente estas irrelevâncias), tempo para descansar alguma coisa. 

Chegámos aqui por volta das seis e meia ou sete, não sei, depois de ter ido ao supermercado e depois de uma conversa sui generis com a minha mãe que, embora esteja mais que óptima nos seus noventa anos, se compara com quando tinha menos trinta ou quarenta e se lamenta e manifesta profunda amargura por achar que tudo lhe acontece e que já não é o que era. Consome-se a olhar para o copo meio vazio e recusa-se a olhar ou a valorizar o copo meio cheio. Para além disso, teme qualquer sintoma, por mais banal que seja, como se fosse sinal de alarme e anúncio de uma fatalidade iminente, desestabilizando-se a ela e a mim.

Antes tivemos lá meninos em casa, uns fofos, sempre uma lufada de alegria. A minha menina foi para a cozinha e foi ela que cozinhou as costeletas que ficaram mesmo boas. Claro que, pelo meio teve o mano do meio a moer-lhe a cabeça, mas isso faz parte daquela dinâmica tão típica dos manos.

Mas, voltando aqui, depois de arrumar as coisas, ainda consegui ir apanhar orégãos (e a ver se este sábado consigo apanhar mais uma braçada) e já os pus a secar em cima de um lençol em cima da mesa da casa de jantar. E já está aquele perfume fresco e limpo e, ao mesmo tempo, cálido e mediterrânico, que tanto me agrada. E que me lembra que já passou um ano desde a última vez. Tempo do caraças que corre mais do que deve.

Está um calor de ananases. Mesmo agora a esta hora, a aragem que entra vinda da noite não é fresca. E isso não ajuda.

E tudo isto para dizer que não tenho cabeça para mais que isto. Salvam-se os vídeos com que me entretive a rir sobre danças do caraças. Divertidas, malucas, ou tradicionais mas tão extraordinárias que a gente vê e tem vontade de se questionar sobre o seu sentido e acaba a rir, como eles.








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