quarta-feira, julho 25, 2018

Uma parede como parceiro?
Será que é bom?


Não faz o meu género. Sou de andar emparelhada. Já o contei: nunca fui sozinha ao cinema, nunca fui sozinha à praia. Nunca calhou. Ou melhor: nem me ocorre ir se não tiver companhia. Também odeio almoçar ou jantar sozinha. Tenho tido a sorte de a minha natureza ter encontrado, até agora, forma de se materializar a contento, sem ter que me esforçar.


Mas, por exemplo, dançar: smpre gostei muito de dançar e, no entanto, nunca nenhum dos meus parceiros calhou ser um bom pé de dança. Zero. Pés de chumbo. Podia fazer como uma colega: gosta de dançar e faz por isso. Tem aulas de dança. Organizam festas onde dançam. Várias danças: imitou algumas para me mostrar. Percebi que se diverte com isso. Mas eu, mal habituada, sempre apenas comendo na bandeja que me estendem, com o tempo fui-me tornando preguiçosa. Dançar sozinha ou inscrever-me num sítio onde possa dançar é opção que nem me ocorre. Ou as coisas são naturais, espontâneas, sem esforço ou não me interessam.

E, no entanto, olhando este vídeo, fico a pensar: será que é bom dançar o tango sozinha? Será que, á falta de melhor, uma parede transmite aquele élan que faz o fascínio do tango?

Não sei. Mas, lá está, preguiçosa como sou nem vou dar-me ao trabalho de experimentar para desobrir a resposta.


2 comentários:

ERA UMA VEZ disse...

Regresso a medo como o filho pródigo
Atravessei desertos sem razão.
Talvez preguiça de ser feliz. Aqui e em mais alguns lugares.
Hoje tenho na mão um brinquedo novo. Finalmente.

E espreito o lugar das gaivotas onde estranhamente o tempo parece ter parado. Ou apenas suspenso.
Depois Um Jeito Manso, onde o pudor me impede de mergulhar fundo. Mais difícil, uma aparente ingratidão da minha parte.

Deparo com um TANGO e procuro nas minhas escritas,mal arrumadas como sempre, uma folha solta que andou por aí em espaços amigos visitados diariamente.

Escrevo, não escrevo?
Arrisco. Afinal é apenas um TANGO. E no Tango vai um abraço. Saudade pura.
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MALFADADO TANGO

Olhar-te
e ver crescer um fogo nos teus olhos
enquanto serpenteias o meu corpo
lutar
sentir
amar
seduzir
rodopiar
trair
sempre em movimento

e um resto de mim a resistir
e o outro resto de mim a deixar-se ir...

A música entontece
comanda o sentimento que agora é guerra aberta
e desenho no chão com o salto do sapato
a eterna indecisão da vida
da vida ao desbarato
talvez não seja nada
talvez seja paixão
sinto-me tonta
Vermelho e Negro
só vejo vermelho e negro

Depois deste cansaço
em que mal respiro
sei lá o que se segue
pois
que seja o céu a decidir
já não o corpo
a alma a deixar-se ir...a alma a deixar-se ir...







Um Jeito Manso disse...

Olá Erinha!!!!

Que bom voltar a vê-la! Que alegria. E logo dançando, com um poema à maneira!

Espero que esteja tudo bem consigo. Caso queira escrever-me não use o outro mail porque perdi a password, pode escrever para o umjeitomanso@gmail.com

Gostava de saber de si. Aos seus meninos vejo muito, talentosos e em boa forma. Espero que consigo também.

Venha mais vezes, tenho saudades dos seus poemas, da sua graça, da sua simpatia.

Beijinhos, beijinhos!