domingo, maio 05, 2024

Que falta de atavio militar...!
-- A palavra ao meu marido --

 

O Governo atual revela uma falta de competência e de ética assustadoras. 

Quando comparamos com o Governo anterior, de que tantos diziam mal, este fica a muitas milhas de distância. Em todos os capítulos: da competência, da ética, do "savoir -faire" e da natureza dos objetivos e, sobretudo, da capacidade de os atingir. 

O António Costa e a maioria dos ministros do anterior governo dão, no mínimo, dez a zero ao Luís e aos atuais ministros. O PM não fala porque não sabe o que dizer, a única ideia que deve ter é "vamos a eles" -- ou seja, na sua óptica, é preciso é ser belicoso porque "a malta vai gostar". 

Cumprir as promessas eleitorais não deve ser coisa que passe pela cabeça do Luís. Antes pelo contrário, tenta é encontrar subterfúgios para não fazer o que prometeu. No caso das pessoas, mentiu descaradamente no caso do IRS. Conseguir diminuir o IRC para aumentar os lucros das grandes empresas parece ser a única promessa eleitoral da qual ainda não desistiu. 

O Ministro da Defesa, acompanhado pela MAI, pretende fazer das Forças Armadas um estabelecimento correcional para onde vão os jovens delinquentes. E, no intervalo, fala do Tratado do "Atlético" Norte. Como dizia ontem Pedro Vieira no final de 'O último apaga a luz', é surpreendente como um pequeno clube da zona de Alcântara é responsável por defender a Europa. 

A Ministra da Justiça, quando lhe perguntam sobre o documento para a Reforma da Justiça subscrito por 50 personalidades, responde com "a chuva que entra nos tribunais" e outras costumeiras trivialidades completamente irrelevantes para o caso. No entretanto, a primeira reunião que fez foi sobre a corrupção, para fazer  a vontade ao Chega e como se esse fosse este o principal problema da Justiça em Portugal. 

A Ministra do Trabalho exonera de de forma absolutamente inqualificável -- mas que revela  bem o carácter de quem praticou este saneamento -- a Provedora da Santa Casa e esqueceu-se que deveria ter alguém para a substituir. Agora vem com ameaças de processos se Ana Jorge não continuar a gerir a Santa Casa. Seria cómico senão fosse absolutamente trágico. 

A Ministra da Saúde, antecipando os procedimentos da Ministra do Trabalho, fez os possíveis para que o diretor executivo do SNS se fosse embora e quando ele se demitiu ficou surpreendia por ele não continuar a trabalhar. Afinal, depois de todo o estardalhaço que fez, parece que a responsabilidade pelo plano é da DGS e, por acaso, até já estava feito e publicado. É de gargalhada!

A cereja no topo do bolo é o Sarmento. Veio, com aquele ar de menino bem comportado apanhado em falta, dizer um conjunto de mentiras sobre o estado do orçamento português baralhando tesouraria com orçamento. Não pode ser apenas desconhecimento técnico, enquadra-se no padrão do governo. Para o governo vale tudo para tentarem atingir os fins em cada momento. Neste caso o Fernando Medina deu-lhe cinquenta a zero. Quando se compara o Sarmento com o Medina, qualquer pessoa sensata -- como deve ser um bom pai de família --, deve arrancar os cabelos e pensar que pior é impossível.

Não admira que os tradicionais apoiantes da AD, nomeadamente os comentadores que andaram os últimos anos a denegrir o trabalho do Governo Socialista, a empolar cada pequeno problema, a fazer crer que o país estava no caos, e, ao mesmo tempo, a preparar o caminho ao PSD, agora não consigam esconder a desilusão e a estupefacção perante a incompetência do Governo AD. 

Quanto ao Hugo Soares, talvez até pudesse ser um bom chefe de claque de uma equipa de futebol. Líder parlamentar é que não. Mais que isso, não estou a ver. Qualquer dia, ainda o veremos a atirar tochas na AR.

O descaramento do PSD alastra a todas as áreas. Até o Moedas perdeu a vergonha e vem agora acusar o PS dos maus resultados da Câmara de Lisboa, a Câmara da qual é presidente. Como é isto possível? O despudor é total. 

No meio disto, navega o Marcelo da forma mais irrefletida  e desajustada de que há memória. O José Miguel Júdice afirmou, e bem, que o Marcelo é o pior Presidente da história da Democracia mas uma coisa é certa: este Governo não lhe fica atrás.

1 comentário:

ccastanho disse...

O tsunami de agitação social contra o governo, que se está a preparar, é inevitável a sua queda do pote.

As promessas quando feitas, e mal pensadas --muitas vezes, oportunisticamente--, para ganhar votos, dá neste amargo de boca a quem as faz, e de quem delas espera.

Isto também vale para PNS. A meu ver, foi longe de mais, ao prometer a totalidade das reivindicações o que não podia cumprir, tal como este governo, também é impossível satisfazer na plenitude reivindicativa de todos os sectores que as reclamam.

Este possível tsunami social para os próximos meses, estava escrito nas "estrelas" para o vencedor das eleições. A PNS, saiu-lhe um "mini-euromilhões" por não ser governo neste caldo de "farinha amparo" que se avizinha.

Só espero que, quando se realizarem novas eleições, PNS, seja mais realista, com propostas pensadas e estruturadas, que não ponham em causa as funções sociais do estado, o que manifestamente me pareceu ir longe demais até com alguma irresponsabilidade no seu comprometimento de execução.