sexta-feira, outubro 31, 2025

Um salão de baile com muito que se lhe diga

 

Muito se tem dito, e creio que está à vista, que Trump nunca foi bom na cabeça e que, agora, com a idade, o regime alimentar desadequado e uma vida de excessos, a demência está a fazer o seu caminho. E, no entanto, parece que ninguém se chega à frente para correr com ele. Ora, parece que a principal razão é que, aí, quem ascenderia à presidência seria J.D. Vance que, dizem, é verdadeiramente sinistro. Não o conheço assim tão bem mas a verdade é que, quando vejo alguns vídeos em que ele discursa, fico agoniada, visceralmente incomodada.

Está assim o país mais poderoso do mundo, entre um narcisista doentio, mentiroso, vingativo, corrupto, vigarista, ainda por cima agora já meio taralhouco, e um sujeito frio, ambicioso, prepotente, com uma agenda bem definida, ultra reaccionário, daquelas pessoas que coloca a interpretação mais limitada, deturpada e inquisitória da Bíblia acima da Constituição dos EUA, que, se puder, sem pestanejar, se tornará um ditador bem mais perigoso que o actual ditador-orange-clown.

Trump, de uma maneira ou de outra, acabará forçosamente mal, pois tão longe está a levar a corrupção, o desafio à lei e à ordem, tão longe está a levar o torpedeamento à democracia, tantos são os desvarios e tantos os indícios de que andou metido em alhadas das sérias que, de alguma forma, a coisa irá dar para o torto. Isto se não cair para o lado (há médicos que dizem que, para além do problema circulatório e da degeneração mental, também já terá tido um avc).

Além de tudo o que se passa na vida deste personagem, há o passado que o persegue e que, presumo, o deve atormentar até ao limite. E ele vê o que está a passar-se com o ex-Príncipe Andrew, igualmente amigo de Epstein: a pública descida aos infernos de que não consegue esconder-se (e ainda deve estar a ver-se apenas o princípio).  Para Trump, também não deve haver dia em que o tema não venha bater-lhe à porta, nem que seja para o relembrarem de que os ficheiros devem ser divulgados. Isto para não falar do processo movido por Michael Wolff a Melania, que vai fazer correr rios de tinta e que poderá ter consequências imprevistas.

O recente escândalo do Salão de Baile, que ele anuncia como um projecto régio, dourado, luxuoso, majestático, e que o levou a demolir parte do edifício da Casa Branca, é bem a metáfora do que move Trump, de como se move e do desrespeito que sente por tudo e todos.

Os fulanos do The Lincoln Project são incansáveis na denúncia dos desmandos do Trump. 

Quando se anuncia que o Salão de Baile vai chamar-se The Trump Ballroom, provavelmente, precedido de Big and Beautiful, eles aparecem a dizer que bom, bom é que se honre também o bom amigo Epstein, chamando-lhe o Epstein Ballroom, ou Trump and Epstein Ballroom

Epstein Ballroom

The Epstein files stay hidden, but the Epstein Ballroom will be a prominent display

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Desejo-vos uma feliz sexta-feira

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