Muito se tem dito, e creio que está à vista, que Trump nunca foi bom na cabeça e que, agora, com a idade, o regime alimentar desadequado e uma vida de excessos, a demência está a fazer o seu caminho. E, no entanto, parece que ninguém se chega à frente para correr com ele. Ora, parece que a principal razão é que, aí, quem ascenderia à presidência seria J.D. Vance que, dizem, é verdadeiramente sinistro. Não o conheço assim tão bem mas a verdade é que, quando vejo alguns vídeos em que ele discursa, fico agoniada, visceralmente incomodada.
Está assim o país mais poderoso do mundo, entre um narcisista doentio, mentiroso, vingativo, corrupto, vigarista, ainda por cima agora já meio taralhouco, e um sujeito frio, ambicioso, prepotente, com uma agenda bem definida, ultra reaccionário, daquelas pessoas que coloca a interpretação mais limitada, deturpada e inquisitória da Bíblia acima da Constituição dos EUA, que, se puder, sem pestanejar, se tornará um ditador bem mais perigoso que o actual ditador-orange-clown.
Trump, de uma maneira ou de outra, acabará forçosamente mal, pois tão longe está a levar a corrupção, o desafio à lei e à ordem, tão longe está a levar o torpedeamento à democracia, tantos são os desvarios e tantos os indícios de que andou metido em alhadas das sérias que, de alguma forma, a coisa irá dar para o torto. Isto se não cair para o lado (há médicos que dizem que, para além do problema circulatório e da degeneração mental, também já terá tido um avc).
Além de tudo o que se passa na vida deste personagem, há o passado que o persegue e que, presumo, o deve atormentar até ao limite. E ele vê o que está a passar-se com o ex-Príncipe Andrew, igualmente amigo de Epstein: a pública descida aos infernos de que não consegue esconder-se (e ainda deve estar a ver-se apenas o princípio). Para Trump, também não deve haver dia em que o tema não venha bater-lhe à porta, nem que seja para o relembrarem de que os ficheiros devem ser divulgados. Isto para não falar do processo movido por Michael Wolff a Melania, que vai fazer correr rios de tinta e que poderá ter consequências imprevistas.
O recente escândalo do Salão de Baile, que ele anuncia como um projecto régio, dourado, luxuoso, majestático, e que o levou a demolir parte do edifício da Casa Branca, é bem a metáfora do que move Trump, de como se move e do desrespeito que sente por tudo e todos.
Os fulanos do The Lincoln Project são incansáveis na denúncia dos desmandos do Trump.
Quando se anuncia que o Salão de Baile vai chamar-se The Trump Ballroom, provavelmente, precedido de Big and Beautiful, eles aparecem a dizer que bom, bom é que se honre também o bom amigo Epstein, chamando-lhe o Epstein Ballroom, ou Trump and Epstein Ballroom
Epstein Ballroom
The Epstein files stay hidden, but the Epstein Ballroom will be a prominent display
3 comentários:
Ao abrigo da Psicologia.
O grande empresário, sentado numa grande plateia, a ouvir um remoque do Presidente Obama - e porque não eu na Casa Branca; o Presidente do 1o mandato, embasbacado em Paris com a pompa do 14 Juillet, e a pretensão de uma réplica em Washington que deu em belo fiasco; uma super salão de baile, como outros que terá observado na velha Europa, porque não. O Presidente que decide e decide, à velocidade do poder que usou nos negócios privados, Sindrome/a do poder.
Um pormenor, menor. Coisa séria são os tomahawks, com dois pequenos pormenores associados. Primeiro: Quem os irá pagar? Segundo: Como, quando, que alvos é que os militares dos Estados Unidos irão atingir em território russo?
Ou seja, ao contrário do que afiança o JRS, e os Milhases da comunicação social, os tomahawks não vão ser cedidos à Ucrânia, irão ser comprados pela Europa e utilizados pelas forças militares dos Estados Unidos, que se substituirão às da Ucrânia.
Tudo simples, tão simples que o salão de baile estará pronto a tempo, para celebrar a grande vitória. De quem? Aconteça o que acontecer, de Trump.
J. Carvalho
Li algures que o salão de baile é a cobertura de um novo bunker ao gosto de Trump, que terá achado o actual demasiado pequeno para sua majestade.
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