domingo, setembro 01, 2024

A consciência das plantas

 

Já contei que muitas das flores, das árvores, das trepadeiras e das sebes deste meu jardim já existiam quando para cá viemos morar, há sensivelmente quatro anos. E, não sei por que artes mágicas, tudo desatou a crescer de forma algo exuberante. Não é apenas a antiga dona da casa que fica espantada quando cá vem, sou também eu que, ao ver fotografias dessa altura, fico admirada. Quase parece outro jardim.

Ela tinha feito cursos de jardinagem e andava em cima do jardineiro para que ele se aplicasse segundo os ensinamentos que ela tinha adquirido e, mesmo sem ele, ela era super cuidadosa. Sabia quando e como podar cada variedade, quando e como adubar flores e árvores.

Nós aqui somos diferentes. Empíricos. Eu, em especial, sou sobretudo intuitiva e, muito acima de tudo, tenho um respeito absoluto pelas plantas. Podo o que acho que é de podar e não toco no que acho que deve ser deixado por si ou que pode ser ajeitado a bem, sem amputar.

Tudo se desenvolve, tudo floresce. O meu marido acha demais. O meu filho, no outro dia, uniu-se ao pai, dizendo que, pelo menos o que está na passagem, deveria ser cortado. Sendo bastante alto, andava com a cabeça a roçar nas folhagens ou tinha que andar às voltas para se desviar. O meu marido sentiu que tinha claque e sentiu-se vitorioso. Acabei por ceder: só o que estava na passagem... Claro que, mal virei costas, o meu marido se esticou e foi mais além. Mas não ficou mal pelo que deixei passar...

Mesmo a árvore borboleteira que há uma meia dúzia de meses recebi de presente, uma coisinha mínima num vasinho, está enorme, florida, preparada para vir a ser um belo exemplar. Vou encaminhando, prendendo a estacas, cortando derivações desnecessárias, olhando, com encantamento, o milagre do crescimento.

No outro dia, uma conhecida, ao ver a suculenta que tenho à porta, disse-me que, há tempos, disse a uma amiga que acha que aquela variedade aprecia é que não lhe liguem muito pois nunca viu nenhuma como a minha e acha que eu não lhe presto atenção. Mas presto. Presto é não querendo mudá-la. E ela desenvolve-se como quer, majestosa, delicada. No outro dia, uma parte dessa planta partiu-se. Tive muita pena mas depois pensei que não ia perder aquela parte da flor. Coloquei-a na terra, num outro vaso. Pegou e desatou a desenvolver-se de forma exuberante. Até tive que passar uma fita por ela para a prender a uma armação de madeira que está ao pé para que, por terra, não se parta também.

O meu marido é o meu oposto: se vir um ramo partido, deita-o fora, não lhe passa pela cabeça espetá-lo na terra a ver se dali algo renasce.

Já falei disso muitas vezes: ele gosta mesmo é de cortar, se possível a eito. Mas já não é como era antes, está ligeiramente mais cuidadoso e, quando acha que a coisa requer tratamento de choque, geralmente já me consulta antes de fazer coisas graves e irreversíveis. Infelizmente nem sempre o faz. Ainda no outro dia, no campo, de roçadora em punho, coisa que me aterroriza, deu cabo de um medronheiro que despontava e cujo crescimento eu observava com carinho. Fiquei para morrer. E o nosso casamento só não acabou pois, in extremis, resolvi dar-lhe mais uma oportunidade.

Hoje andou encavalitado num escadote antigo e periclitante, mas que é muito alto, a cortar os ramos do chorão que estavam em cima do telhado e a podar ramos de glicínia, que cresce a um ritmo vertiginoso e que galga para cima do telhado de forma galopante. Fica lindo, em especial quando se cobre de cachos de florzinhas delicadas e lindas, mas, neste caso, percebo a necessidade dos cortes pois é muito verdade que, à velocidade a que aqui tudo se desenvolve, se não tentamos refrear algumas destas plantas, quando dermos por ela, a casa está tapada por vegetação. E, no caso dos telhados, é tramado pois pode levantar as telhas e depois entra água em casa.

Uma vez li um livro sobre um jardineiro e adorei. Também vi um filme, aliás, dois, e também adorei. É uma profissão que, quando exercida com desvelo e amor, é maravilhosa.

Aprendemos que as plantas não têm cabeça, que não têm tino. Há muito quem ache que a nível de intelecto ou de emoções são abaixo de calhaus.

Como também tenho muito respeito por pedras, não me revejo nesse desdém.

Mas não sei nada de botânica para poder ajuizar se as plantas sabem o que querem, se demonstram o seu querer e o seu bem-estar ou as suas afinidades através da forma como se desenvolvem.

Geralmente, quando aqui partilho vídeos, faço alguma validação, mesmo que ligeira, para perceber se não é tanga, se há fundamentação científica. No caso do vídeo que hoje aqui partilho, confesso a minha ignorância para poder avaliar se tudo o que aqui se diz tem validação científica. Mas, como é tema que me agrada, arrisco.

PLANTS Have CONSCIOUSNESS & Self-Awareness

Do plants speak the secret language of awareness, whispering knowledge and weaving connections to our Earth? Discover the science of superorganisms which are cosmic antennae with their own voice, healing humanity with melodies and music.

Listen to plants, the silent consciousness uniting all life. Flowers, trees, and fields exhibit unique anatomical and communication abilities to express agency and information. Roots, soil, pollen, and weather are all aspects of a supportive ecosystem teaching us about interconnected auditory understanding between species … at the crossroads of modern research and ancient wisdom.


Desejo-vos um belo dia de domingo

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