sábado, agosto 31, 2024

Desculpem eu não entrar em grandes pormenores pois as circunstâncias desaconselham-nos mas, caraças, as principais instituições do País parece mesmo que estão ocupadas por saloios, por pacóvios

 

Já ontem a notícia do assalto ao Ministério da Administração Interna, as circunstâncias em que ocorreu, as circunstâncias em que só perto das 10 da manhã um agente de segurança, ao fazer o giro, deu por isso, as câmaras de vigilância sem funcionarem, o equipamento à mão de semear, tudo, tudo me parece coisa de anedota. Anedota de uma ponta a outra. Não há uma que sirva de atenuante.

Mas o que hoje se passou é tão ou mais grave. As imagens que a televisão me estão a mostrar com Montenegro deixam-me perplexa. Vejo-o a portar-se como um daqueles parvalhões que se pespegam junto dos acidentados, atrapalhando os salvamentos. Fico estupefacta com a falta de sentido de Estado, com a tremenda falta de bom senso, com a falta de tudo. Não é só disparatado, é mesmo ridículo.

O acidente foi terrível, deixa-me triste, com muita pena, é daquelas situações que deixam qualquer um consternado. Requer das instituições não apenas apoio, garantia de que tudo será feito nas operações de resgate, empatia para com as famílias e os camaradas, mas também recolhimento, discrição, noção de que um mínimo de decoro é indispensável.

Mas o que estou a ver, os carros oficiais a atrapalharem, a encherem tudo de pó, depois montado numa lancha onde decorrem as operações de resgate, é daquelas que enchem qualquer um de vergonha, vergonha alheia.

Marcelo parece ter aprendido com Pedrógão e agora conteve-se. Imagino que esteja a rabiar com as imagens do outro armado em papalvo. Montenegro revela-se nas atitudes de videirinho, de chico-esperto, de bimbo, de primeiro-ministro pimpa.

A escolha da Miss Swaps para Comissária e a forma como o processo decorreu é outro disparate, outra anedota, outra afronta. Têm a sorte de a malta já estar por tudo, de muita gente, enfronhada quase 24 horas por dia nas redes sociais, nem saber ou já nem se lembrar da Maria Luís Albuquerque. Em situações normais, esta decisão constituiria uma barracada, um tiro no pé, uma chachada. Assim, passa entre as pingas da chuva.

Um País vai mal com um Primeiro-Ministro destes. Mal, mal.

A Assembleia da República, onde pontuam 50 deputados do partido mais rasca e inconsequente de que há memória, com uns ADs maioritariamente desqualificados, sem uma esquerda-esquerda que se veja, e com um PS meio titubeante e que parece que não tem acção para dar os murros na mesa quando são necessários, também não é flor que se cheire. 

Depois o Marcelo é o que se sabe, anda a apanhar as canas antes que o mandato acabe. 

A Justiça é outra pouca-vergonha, com uma PGR que também envergonha qualquer um, com os juízes, muitos deles, a não inspirarem qualquer confiança. 

Uma salsada. Parece que, com o tempo, a democracia foi ficando mais deslavada, com a sociedade devorada pelas redes sociais e pela comunicação social a tentar não ficar atrás das redes sociais. E as pessoas de valor, não estando para serem chamuscadas por coisa nenhuma, só para gerar audiências, fogem a sete pés da política. Sobram os oportunistas, os medíocres, os chico-espertos, os saloios.

Mas, enfim, calo-me com estes desabafos. 

Lamento a queda do helicóptero e a morte dos agentes da GNR que iam a bordo. Louvo a generosidade e a coragem de todos quantos dedicam a vida a ajudar os seus concidadãos tantas vezes em situações de grande risco.

4 comentários:

ccastanho disse...

UJM
Penso chegada a hora em que temos, (a começar por mim), de mudar o ângulo de respeito democrático sobre a direita, como se as suas práticas, e objetivos, ainda que diferentes dos nossos, fossem minimamente aceitáveis, e não são, não são de todo.

Há uma prática revanchista e tresloucada quando chegam ao pote, que os impede da clarividência , da sagacidade no caminho da governação com respeito pelas oposições.
Percebo que cinquenta anos de fascismo, interiorizados na sua educação direta ou indiretamente, quer em casa como nos colégios da ortodoxia católica da Opus Dei do Josemaría Escrivá de Balaguer, os impeça de respeitar o direito á diferença.

Mas também, que importância tem isso agora, quando o mais alto magistrado de uma nação, constitucionalmente ateia, como o PR Marcelo, beija a mão a outro representante de estado neste caso do Vaticano, o que se pode esperar mais da baixeza, da imoralidade, e da repugnante atitude de quem devia respeitar tal como jurou a Constituição do País que o elegeu seu representante?!
Talvez o seu "servil" de oito anos de governação em coluio, o Sr António Costa, nos diga o porquê destas atitudes dado lhe ter aparado tantos golpes á sua governação tendo como resposta a sempre disponibilidade para a bajulação.

Anónimo disse...

Falta-nos um rapaz fino, elegante, cosmopolita...um rapaz da Ericeira, por exemplo. Um desses é que calhava bem.

Um Jeito Manso disse...

Ccastanho,

Não posso discordar mais da opinião que aqui exprime sobre António Costa. A meus olhos, António Costa é um político de mão cheia, alguém como há poucos em Portugal, um grande político, com uma visão inteligente do que deve ser o futuro da Europa. Espero que venha a ser um grande Presidente do Conselho Europeu.
Como pessoa inteligente e pragmática que é, sabe relevar minudências. Acho muito bem que, ao longo da sua governação, não se tenha dispersado em quezílias fúteis, inúteis, e tenha seguido em frente. Tem maturidade. Sabe distinguir o importante do acessório.
É a minha opinião...

Um Jeito Manso disse...

Quer comparar Sócrates com qualquer um dos artolas da AD? Como governante (e é disso que estamos a falar, não é?), há alguma comparação possível?