- Vi o debate e até dói ver como candidato a deputado europeu uma pessoa como o Tânger Corrêa. Não se percebe qual a ideia do Ventura. O senhor é daqueles em que não se aproveita uma. Daqueles que, se eu encontrasse num recinto a dizer disparates daqueles, se estivesse com vontade de me rir e de perceber o que é o ground zero da estupidez humana até era capaz de ir até lá. Mas, em condições normais, nunca me aproximaria. A criatura não dá uma para a caixa.
Quanto aos demais:
- A Catarina foi a Catarina. Competente na comunicação mas, a meu ver, não acrescenta. Será sempre boa oradora, será sempre fiel aos seus princípios. Mas não vejo nela rasgo nem apetência pela descoberta e pela modernidade. E o Parlamento Europeu precisa disso.
- O jovem fofinho do PAN, de que não fixei o nome, também não me parece que risque.
- De quem gostei outra vez bastante foi do Francisco Paupério, do Livre: sabe do que fala, tem boas ideias, tem boa atitude. Acrescenta.
Não dou votos, não pontuo. Só digo que, a ter que votar em alguém de entre os que hoje debateram, votaria no candidato do Livre.
No dia das eleições é outra coisa e, para falar muito sinceramente, é decisão ainda em aberto.
E uma coisa me parece, mas sem dúvida alguma: é que, se os jovens que hoje não veem televisão, não leem, não se informam, e andam a votar com os pés (leia-se: no Chega ou, mesmo, na AD), tivessem contacto com a conversa arejada, equilibrada, temperada com os ingredientes do futuro do Francisco Paupério votariam, muito provavelmente, no Livre.
Volto ao parágrafo do início e ao que escrevi em epígrafe. Conheço, embora sem proximidade, um ex militar, pessoa que, em meu entender, deve ter alguns traumas.
[No entender dele, se soubesse que eu acho isto, tenho a certeza que diria que maluca sou eu por achar que ele pode ter algum trauma].
Adiante. Este meu conhecido acha-se um machão, é todo militarista, mas militarista 'à antiga', acha que o país -- porque, segundo ele, anda entretido com os gays, com as mariquicices LGBT e com outras larilices do género --, não dá o devido valor aos verdadeiros cidadãos que, se necessário, darão o peito às balas. Quando fala, a conversa é um misto de revanchismo, marialvismo, nacionalismo exacerbado, conservadorismo bacoco. Pois bem, desiludido com o frouxo do Montenegro (palavras dele), anunciou há dias que se fartou de esperar que isto vá lá com conversinhas da treta e, vai daí, filiou-se no Chega. E eu tenho cá para mim que se identifica bastante com a conversa do Tânger.
E, do que se vê e ouve por aí, não são só os malucos com vontade de acertar contas e que, volta e meia, até se mostram saudosistas da velha ordem salazarista... O que não falta é gente que não sabe nada de nada, que tanto acredita numa coisa como no seu contrato, que fala sem fazer a mínima do que está a dizer. Para gente assim, um Tânger marcha que nem ginjas.
Portanto, a ver vamos se nas Europeias não vamos assistir a um deslizar de votos da AD para o Chega...
(E será que não do PS para o Livre...?)
2 comentários:
Excelente!
Custa me acreditar que tal personagem burgesso até mais não tivesse sido embaixador.
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