Um dos meninos fez anos. Entre caranguejos e leões há sempre festejo pois são de seguida. Corrijo: entre lampiões e leões. Uma alegria. Hoje foram todos visitar os interiores do Estádio da Luz. Os benfiquistas convidaram os sportinguistas. Adoraram, quer uns, quer outros.
Depois, lá entre eles, foi bowling, jogos virtuais, almoço, etc. Um programão que os deixou felizes.
Só depois vieram para cá, todos na maior animação.
O bolo de anos foi uma saborosa camisola de benfiquista que cá vieram entregar, encomendada pelos pais. Uma surpresa e uma alegria para o jovem aniversariante.
Pouco fiz pois a comida veio toda cá parar. Por isso, se calhar não deveria sentir-me cansada. Mas sinto-me. Continuo a achar que, depois da covid, me canso mais do que o normal. Fico sem energia, com sono. A continuar assim, haveremos de ter que investigar esta coisa. Sou eu e o meu marido. Iguais. Sempre mais cansados e com mais sono do que seria natural.
Estive aqui no sofá e não consegui sequer ver notícias. Não faço ideia do que disse o Papa nem se já apareceu o milhão e tal de peregrinos que ia encher a cidade. Já não sei se foi ontem ou hoje à hora de almoço que vi de raspão um ajuntamento mas que, vendo de perto, era na maioria formado por padres e, pareceu-me, voluntários. No conjunto, creio que os peregrinos deveriam estar em minoria. Do pouco que vi parece-me tudo uma coisa deslocada no tempo, no espaço, desfasada do mundo real.
É bom haver muita juventude junta mas melhor seria se tivessem objectivos concretos e não apenas uma conversa fiada, peace and love em versão pia. Acaba isto da JMJ e não fica nada. Nem eles terão feito nada pelo país ou pelo mundo em geral nem sequer por eles próprios. Divertiram-se, foram para os copos, conheceram-se uns aos outros. Uma experiência de tipo inter-rail e, na realidade, nada mais. Uma experiência divertida.
Provavelmente, o Marcelo continua eléctrico, atrás das saias de Francisco. Não faço ideia do que vai na cabeça dele mas também começo a crer que está em parafuso, que já não se passa grande coisa dentro daquela cabeça.
Mas, dizia eu, não tive paciência para notícias ou para comentadores a mastigarem as ditas. Fiz zapping e parei não sei onde. E pus-me aqui na conversa com pessoal amigo.
Ela toda enervada, meio esvaziada, super ocupada, sem ser capaz de tratar daquelas coisas todas que hoje envolvem a indústria dos casamentos. E a mãe a querer meter-se em tudo. E o namorado do mais fútil e palerma que existe. Ao mesmo tempo, tudo cheio de glamour. Há mundos e mundos e mundos a coexistirem. Uma pessoa nem imagina que haja tanta artificialidade, tanta futilidade. E que exista uma indústria de entretenimento que viva disso. O casamento é agora um programa de entretenimento. Acho isto é uma chachada.
Quando me casei, fomos os dois ao registo, sem ter dito a ninguém, e marcámos para o primeiro dia disponível. Num dia, isto é, num único dia, devemos ter feito a lista de convidados. Quanto ao convite, não me lembro. Se calhar fomos a uma tipografia. Não faço ideia mas não foi nada de complicado, isso é certo. Para o copo de água, fomos ver uns quantos lugares e, provavelmente, em dois ou três dias estava escolhido. Para a roupa, andei a experimentar vestidos de noiva e, olhando-me ao espelho, achei que parecia mascarada de noiva. Desisti. Por isso, fui uma vez com a minha mãe e a minha tia (que iria ser minha madrinha) à boutique do Augustus. Num instante ficou escolhida a toilette: uma túnica branca, quase transparente, bordada a branco, umas calças brancas, justinhas.
E acho que não houve mais nada. Em vez de bouquet, resolvemos que seria uma única rosa que o meu marido traria (oferecia-me uma, todos os meses, no dia do mês em que tínhamos começado a namorar e pensámos que teria graça que encerrássemos o namoro, levando-me ele a rosa que eu teria na mão, ao casar-me).
Como fotógrafo, foi um colega da faculdade que gostava de fotografar.
O casamento foi apenas 'pelo registo', em casa dos meus pais. Depois fomos para um local bonito para as fotografias, depois foi o copo de água e dali partimos para lua de mel, isto é, férias. Tudo simples, sem stress.
Vendo os preparativos, os nervos, a produção de tudo em todas as vertentes, por que uma Paris Hilton e muitas outras mulheres passam, imagino que o casamento comece logo desgastado. Um mau começo.
Quando vejo o que fazem, fico doida. Para quê tudo aquilo? Querem ser criativos. Mas a mim parecem-me pirosos, fúteis, despropositados. Parece-me sempre um mau prenúncio. Quando uma relação começa a sedimentar-se em cima de um disparate parece-me que terá grandes probabilidades de que venha a dar para o torto.
Nem me lembro de como foi comigo, nem do dia nem onde estávamos. Provavelmente, em conversa, veio à baila um 'e se nos casássemos...?'. Não sei qual de nós o disse primeiro nem vejo que isso tenha relevância.
Enfim.
Vou ver se durmo pois sinto que precisaria de passar um dia inteiro a dormir. Sorry se não consigo dizer mais que isto.
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Uma boa sexta-feira
Saúde. Boas ondas. Paz.
3 comentários:
Alguma coisa positiva ficará desta experiência que todos os jovens dizem ser inesquecível. Não resisto a contar uma de um neto de uma amiga
Querida UJM,
Quando comento no telemovel, nunca corre bem. Peço desculpa.
Aqui vai a saída do pequeno Antonio que acabou o seu 1º. ano a saber ler muito bem. Lê tudo o que tem letras, e adora decifrar siglas. Hoje, ao ver o percurso do carro do Papa comentou que era giro e a seguir diz- SCV É o nº. 1 da sociedade comercial do Vaticano.
Gargalhada geral. A avó corrigiu aflita e eu pensei abençoada inocência, quanto de verdade nas tuas palavras.
Um beijinho e um bom fim de semana.
Olá Querida Pôr do Sol
Pouco tenho visto televisão. Nestes dias de verão tenho (quase) sempre a casa cheia e a disponibilidade para ver televisão é quase nula. Poderia, à noite, quando chego à sala, fazê-lo mas, muito sinceramente, também não me tem apetecido...
Já vi, porque me mandaram via whatsapp alguns excertos de algumas entrevistas e há com cada coisa...
Tirando isso, haja boa disposição.
Um domingo descansado, queria Sol Nascente.
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