Rita Lee (que morreu aos 75 anos) era apaixonada por Roberto de Carvalho (70 anos), marido, apaixonada veemente desde o primeiro ao último dia. Disse-o e mostrou-o de todas as maneiras.
Ela era aquela mulher explosiva, colorida, alegre, ruidosa. Ele era a pessoa que, na sombra, lhe dava todo o suporte de que ela sempre precisou.
Ela teve uma vida de excessos. Fez de tudo e muitas vezes viu-se metida em trabalhos. O marido sempre lá esteve para a ajudar a recuperar, para a apoiar nos altos e nos baixos.
Nos últimos anos saíram de sob as luzes da ribalta e viviam uma vida recatada no campo. sempre juntos.
O efeito devastador da perda da mulher está à vista.
Partilho o vídeo pois penso que deixar que a dor seja visível é um acto de coragem que deve ser partilhado pois pode até ajudar quem esteja a viver um momento semelhante. Quem se sente inconsolável face a uma perda dilacerante tem direito a sentir a sua dor e é absurdo querer ignorá-la ou disfarçá-la para não incomodar os outros. Há dignidade em não esconder o amor que habita uma vida, mesmo quando é tocado pela morte.
É certo que a vida continua, sempre continua, mas, por vezes, continua incompleta, amputada de uma parte insubstituível. Pode até acontecer que, com o tempo, surjam novos motivos de interesse e de amor que mitiguem a dor pela dolorosa perda. Mas, até que se chegue a esse ponto, o que há é a sensação de que parte da vida se foi, levando parte da vida de quem fica, sobrando um triste vazio.
Flores de Roberto de Carvalho para Rita Lee [publicada, por ele, no Instagram] |
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