Liza Dmitrieva, 4 anos, síndrome de Down. Estava ir ao Centro de Tratamento com a mãe quando foi filmada empurrando o carrinho de bonecas. Foi uma das várias pessoas mortas em mais um ataque russo.
Dirão os pretensos pacifistas que este ataque deveria ter sido evitado...?
Segundo eles, como é que o assassinato de Liza poderia ter sido evitado?
A Rússia invadiu a Ucrânia (que não lhe fez mal nenhum), está a assassinar os ucranianos e a destruir as suas casas, as suas escolas, hospitais, fábricas, teatros, estradas. A Rússia pretende expulsar os ucranianos, numa clara acção genocida, com o confesso objectivo de lhes ocupar o território. Há uns anos ocupou uma parte, agora quer mais. Na verdade, querer, querer, queria era ocupar todo o país. E, se não for travada, será isso que tentará.
A guerra é uma desgraça para quem a sofre e vai ser uma desgraça para todo o mundo, em especial para os mais desfavorecidos. Deveria acabar, claro.
Defendo a paz. Defendo a paz. Mil vezes o direi: defendo a paz.
Mas não defendo que, para haver paz, os ucranianos tenham que ceder território e que a comunidade internacional tenha que aceitar actos de barbaridade como se fossem actos normais. Não são. Actos bárbaros não podem ser aceites. A bem do futuro da humanidade, o terrorismo e a barbárie não podem ser aceites.
Defendo a paz. Mas jamais aceitarei que assassinar crianças, mulheres, velhos que vivem pacificamente no seu próprio país seja irrelevante ou uma consequência razoável da não cedência perante os actos terroristas de Putin.
Defendo a paz. Mas jamais defenderei que, para a alcançar, um país tenha que ceder parte de si sob ameaça de um ditador psicopata.
Tal como Hitler jamais merecerá perdão, também Putin jamais merecerá perdão ou esquecimento. Jamais. Tal como não merecem perdão os que, perante a barbaridade destes crimes, não são capazes de os renegar.
De entre estas pessoas, destacam-se os apoiantes do PCP. Depois do choque inicial, já não me admiro muito. Ao princípio, sim. Ao princípio fiquei atónita, não queria acreditar. Agora já não me espanto. Já percebi que nada os demove. Na realidade serão os mesmos que também acharam bem a invasão, in illo tempore, da Checoslováquia. Serão os mesmos que aceitam com naturalidade os milhões de mortes às mãos de Estaline. Serão os mesmos que não ficam chocados com o regime ditatorial e absurdo de Kim Jong-un. Claro que, in between, dizem que defendem os trabalhadores mas defendem-no de uma forma desfasada da realidade, agarrando-se a parangonas que talvez tenham feito algum sentido há dezenas de anos mas que já não fazem agora. Claro que há coisas que defendem que podem fazer algum sentido. Mal fora. Mas também o Chega há-de ter algumas que se aproveitam. O pior é o resto. E o resto é mau demais. Sempre que se está do lado dos ditadores está-se do lado do mal.
6 comentários:
Acresce que Putin sempre negou que ia invadir a Ucrânia. Nas vésperas da invasão, já em exercícios militares, negava-o formalmente, acusando o ocidente de histeria por estar a alertar para essa evidência. E, de tanto estarem habituados a mentir descaradamente, depois da invasão continuaram a defender que não tinham invadido.
Quanto aos que “in between, dizem que defendem os trabalhadores”, parece-me que defendem cada vez mais apenas alguns trabalhadores. Os que mais precisam continuam de fora.
https://www.rtp.pt/noticias/pais/odemira-manto-de-silencio-protege-negocio-das-agencias-de-trabalho-temporario_v1405046
Mas, como a esperança é a última a morrer, espero ver um dia a Direcção do nosso Museu do Aljube Resistência e Liberdade destacar a enorme resistência dos ucranianos.
Justamente. Um descaramento, um despudor, uma afronta à inteligência alheia. Putin e os que o rodeiam são mentirosos, mentem mesmo perante as mais inquestionáveis evidências, mentem sem vergonha de serem tomados por mentirosos. Assassinos sem remorsos, sem consciência. Psicopatas.
Quanto aos comunistas portugueses, pode o mundo desfazer-se em mil problemas que eles continuam agarrados à mesma conversa de sempre. Tenho para mim que já não defendem verdadeiramente outra causa que não a da sua sobrevivência. Mas até nisso têm revelado pouca inteligência. Têm-me desiludido muito.
Essa ideia de ter a valentia, o amor à liberdade e a comovente resistência dos ucranianos representadas no Museu do Aljube é muito boa. Também gostava de ver.
Um bom domingo!
Ai,as crianças, as crianças, UJM!
Um dia ( não sei quando, daqui a anos talvez!) ,vamos ouvir falar de crianças procurando as Mães e destas tentando encontrar os filhos que, na confusão da guerra, se perderam.
O mesmo com as famílias que, deixando tudo para trás, vão procurar e procurar e talvez descobrir que muitos morreram.
Sinceramente, guerras destas no séc . XXI ....E a vida das mulheres no Afeganistão, outra aberração neste séc.
O mundo anda a diferentes velocidades, sem dúvida...
Maria
Olá Maria
Concordo plenamente. Tantos avanços científicos, tanta dissertação filosófica, tanta gente a partilhar o lifestyle. E, depois, ao mesmo tempo, gente a portar-se como no tempo das cavernas.
E tem razão: tantas famílias amputadas, destruídas, separadas. Dores que se vão sentir por tantos anos, nem quero pensar...
O ser humano tem, por vezes, comportamentos primitivos.
Abraço, Maria
Lúcio
Obviamente não publico o seu comentário. Quando souber portar-se civilizadamente, quando souber falar sem faltar ao respeito, publico apesar de achar um chorrilho de parvoíces. Até lá, esqueça. Há várias coisas que não suporto e os seus comentários conseguem fazer o pleno.
Portanto, passe bem.
Realmente quando eu fiquei sabendo que essa menininha tinha morrido partiu meu coração um dos pontos fracos que eu tenho é ver crianças morrerem isso mexe com meus sentimentos agora por que véi fizeram isso com uma pobre menininha que nem viu o mundo direito e ainda sofria de doença é estava a caminho da cura véi isso só deixa a história ainda mais triste eu odeio a Rússia com todas as minhas forças jamais vou perdoa-los pelo que eles fizeram com a Lisa
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