sexta-feira, julho 15, 2022

A leveza da arte sobre o corpo

 


Em minha opinião, é das criadoras mais inspiradas e talentosas. Não sei se o seu trabalho encaixa na categoria 'moda'. Diria que não exactamente. Design, certamente. Escultura, talvez. Escultura tecnológica também. A luz e o movimento feitos vestuário. Mas não um vestuário que veste, antes um que despe, que sugere, que transporta.
 

Iris van Herpen é holandesa e fez agora 38 anos. O que ela faz é indescritível, é único. Peças de uma elegância e sofisticação que vão para além do que é normal, terreno.

Iris mantém-se em contacto com o CERN (Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire) e com o MIT (Massachusetts Institute of Technology).

Algumas das suas criações estão expostas em museus: no Metropolitan Museum of Art, no Victoria & Albert Museum, no Cooper-Hewitt Museum em Nova Iorque e no Palais de Tokyo em Paris.

Se um dia me sair o euromilhões, gostaria de visitá-la para lhe pedir que me fizesse um vestido assim, belíssimo, feito de ar, de sonho, de melodias, de poesia, de doçura e ousadia, de subentendidos e subtilezas, de provocação -- de sedução.

E pediria também um vestido para cada menina da minha família. Depois faríamos uma festa com diseurs de poesia, com pianistas, violoncelistas. 

A fluidez das suas últimas criações, as que se podem ver neste vídeo que é muito recente, de 13 de Julho, supostamente inspira-se nas Metamorfoses de Ovídio. Pode ser. Meta Morfismo

A transformação do pensamento em plumas, em filamentos, em tules, em organdis, em plissados, em gentis corpetes, em esvoaçantes saias. Impressos em 3D. O futuro a dar corpo ao que cobre o corpo que se transforma em múltiplas e indizíveis formas. A beleza intangível.


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Um poema

Alone de Edgar Allan Poe, lido por Tom o' Bedlam


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Desejo-vos uma boa sexta-feira
Saúde. Leveza. Profundidade. Paz.

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