terça-feira, junho 07, 2022

Querer a paz. Lutar pela liberdade.

 

Juro que não consigo perceber a reacção de pessoas que se dizem pacifistas sabendo que, enquanto a Rússia continuar em solo ucraniano a destruir o país e a chacinar os ucranianos, essa paz significa a rendição ucraniana e a aceitação de que, doravante, vale tudo. 

São os ucranianos que estão a lutar até ao último pingo de sangue por se manterem ucranianos. Não é o resto do mundo que está a atirá-los para a guerra. Não. São eles que estão a sacrificar as suas casas, os seus empregos, o seu conforto e segurança, a sua própria vida

Que muitos países estejam a apoiar o sacrifício dos ucranianos é mais do que compreensível. No dia em que a Rússia (ou qualquer outro país) entre pelas fronteiras adentro de um outro país com o intuito de o derrubar e de o anexar e a comunidade internacional ficar impávida e serena, mostrando que o terreno está livre para que qualquer um o tome como seu e faça dele o que quiser, então adeus minhas encomendas. Voltaremos ao tempo da pirataria mais tosca e primária. Voltaremos ao tempo da barbárie.

Dizer que se quer a paz -- sabendo que com isso se estará a sancionar os crimes selvagens da Rússia e, também, não apenas a enterrar a Ucrânia mas também o direito internacional e a liberdade -- é hipócrita, é cobarde.

É bonito de dizer que se deve privilegiar a negociação. Claro. Quem o não quer? 

Mas que negociação? Obrigar os ucranianos a abdicar dos seus direitos soberanos? Oferecer à Rússia uma parte do território da Ucrânia? Impedir a Ucrânia de se defender e de poder ser defendida? 

Acharão mesmo, os que dizem defender a paz, que isso é correcto? Que é honesto? Que é justo? Que é civilizado? Que é humano?

Se um bando de ladrões lhes atacar a casa, acham essas pessoas que se deve ceder aos ladrões parte da sua casa, justamente a parte melhor e a parte onde estão as portas? Deverão passar a ser servos dos ladrões? Acharão que devem abdicar de instalar um sistema de alarme e de segurança para que os ladrões façam o que quiserem? Acharão que os vizinhos devem fechar a olhos enquanto esses crimes estiverem a ser praticados? 

Claro que tentar ajudar a Ucrânia não dando argumentos a que a Rússia se sinta no direito de destruir o planeta é difícil. Sanções, munições, armamento de defesa, apoio financeiro e humanitário, tudo com conta, peso e medida. Tudo gestos que custam caro a quem os faz e que, ainda por cima, são de efeito retardado. Enquanto isso, são os ucranianos que estão a pagar com a sua vida, com a sua coragem e com a sua abnegação o preço que escolheram pagar pela sua liberdade.

Para mim isto é cristalino.

Pode Zelenskyy antes não ter sido um grande estadista ou um cidadão exemplar (não sei se foi, se não foi), pode ter havido corrupção na Ucrânia (onde a não há?), pode não ter sido a sociedade imaculada que se desejaria (alguma o é?) que nada disso está agora em questão. O que está em questão é ajudarmos os ucranianos a manterem-se fortes, livres, a resistirem aos crimes diários cometidos pelos russos em solo ucraniano.

A comunidade internacional tem-se unido em torno dos ucranianos e uma delas é através do desenho e/ou do humor. Escolhi alguns desses memes pois ilustram muitas das discussões que se têm estabelecido sobre este tema. Mas há muitos mais aqui: Ukrainian Memes Forces.


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Sou a favor da paz. Da paz em liberdade e no respeito pela dignidade.

6 comentários:

Lúcio Ferro disse...

As ilustrações são fraquitas, o argumentário é o habitual, todas as tretas que se repetem há meses, já reparou que não há proposições lógicas que sustentem o discurso para além do envio massivo de armas para a Ucrânia, mais do que os resgates da crise europeia em armas? Você está lixada, estamos todos, Um jeito manso, isto é uma no win preposition e para alguém da esquerda caviar, o seu posicionamento começa a ser um tanto concupiscente.

Um Jeito Manso disse...

Pois é, Lúcio, aqui não há que inovar e inventar argumentos novos, criativos. Aqui há que ser coerente, consistente e lutar pela única coisa que vale a pena: a paz, a paz digna, a paz em liberdade.

Na guerra perdem todos e, muitas vezes, perde-se a vida, perdem-se vidas que se amam. Por isso, condeno a Rússia por ter começado esta guerra bárbara, tresloucada, insana.

Repito-me? Temos pena.

Quando a Rússia tiver aquilo que merece e a Ucrânia e o mundo respirarem em paz, a minha conversa será, certamente, diferente.

aamgvieira disse...

O lucio, náo o peixe, é uma especie do tipo comuna do genero antónio filipe...

A.Vieira

Anónimo disse...

A maneira mais RÁPIDA e INFALÍVEL para se obter a paz, é a Rússia tirar as patas da Ucrânia. Haverá imediatamente paz. E ninguém invadirá a Rússia. Putin e putinistas poderão dormir descansados.
Se isto não acontecer, Portugal tem uma palavra a dizer lá para meados de Setembro. É só convencer o Jerónimo a usar o seu enorme “savoir faire” reivindicativo para pressionar os partidos comunistas russos (e já agora norte coreanos) que estarão na Festa do Avante para estes levarem Putin a parar a agressão à Ucrânia.

Um Jeito Manso disse...

Olá A. Vieira,

Pois, o Lúcio é mesmo capaz de ser um gémeo separado à nascença do António Filipe. Se é que não é o próprio António Filipe... Nunca se sabe,,,

:)

Um Jeito Manso disse...

Olá Anónimo/a

Totalmente de acordo.

Quem tem razão quanto ao PCP é Der Terrorist: é o partido dos sonsos. Cada vez mais sonsos.

:)