segunda-feira, maio 02, 2022

Um esquilo in heaven

 

A ver se mais daqui a nada conto como foi o meu dia. Chegámos há pouco a casa, passa das onze da noite. O meu marido está ali a comer qualquer coisa mas eu vou só beber um chá. Lanchei e, como não costumo fazê-lo -- e, na volta, ainda não tinha rebatido completamente o almoço --, estou sem fome. 

Tivemos a maltinha toda in heaven mas claro que não poderia deixar de ir visitar a minha mãe. Por isso, quando viemos do campo, ainda fomos lá. Conclusão: o dia acabou por dar para tarde.

Tentativamente ainda cá volto mas agora venho apenas para uma incrível novidade. 

Estava a lavar a alface quando vi a minha filha a vir e a falar. Com a janela fechada não a percebi. Ela tentava quase soletrar e fazia gestos. Mas tão longe estava eu do que ela estava a dizer que não percebi nada. Vinha com ar surpreendido, falava e eu sem perceber nada. Saí e continuei sem perceber quando ela disse: 'Um esquilo!'. Não percebi. E ela: 'Estava ali, olhou para mim, é grande'. E eu: 'Não pode ser. Seria mesmo?'. E ela: 'É, vi perfeitamente, um rabo grande, peludo, levantado'. E eu, sem acreditar que fosse um esquilo: 'Seria uma raposa pequena?'. E ela que não: 'Não, é um esquilo, trepou, está lá em cima, no pinheiro'.

Peguei na máquina fotográfica. Os meninos, entretanto, ouviram, vieram também. Lá fomos para o largo da capela onde estão dois pinheiros mansos muito grandes. Ela apontava e nós não víamos nada. Ela também andava à procura. Até que gritou: 'Ali!'. Olhámos, expectantes. E lá estava ele, encavalitado num ramo lá bem em cima.

Cá em baixo os meninos gritavam, eu tentava focar a máquina -- o que não era fácil com os outros ramos de permeio. Quase só via um tufinho de pêlo.

Até que encontrei um ângulo favorável e o vi distintamente. Tão querido... 

Não sei de onde veio. Em tantos, tantos, anos nunca ali vimos esquilos. Não sei se haverá mais, não sei nada de esquilos. 

O que sei é que gostaria que ficasse por lá, que houvesse mais, que se chegassem a nós, que se afeiçoassem, que brincassem connosco. Estou encantada, encantada, encantada.

O dia foi maravilhoso, estivemos juntos in heaven, lugar de que todos tanto gostamos, estava uma temperatura boa, uma luz dourada e amável, almoçámos e lanchámos juntos, tudo tão bom... e, ainda por cima, esta extraordinária descoberta. Um esquilinho. 

Um esquilinho in heaven.


2 comentários:

Anónimo disse...

Afinal os esquilos voltaram a Portugal e andam a ser observados, pelo menos desde 2014.
E que tal um cestinho com avelãs e nozes?
https://www.ua.pt/pt/noticias/9/37682

Um Jeito Manso disse...

Ah... acabei de ler o artigo e estou aqui de boca aberta...

Ultimamente tem sido um ver se te avias com pinhas roidas. Tenho andado intrigada com aquilo, sem perceber se está a dar algum mal nos pinheiros.

Na outra semana, estive a varrer debaixo de uns pinheiros (não este em que ele estava mas outros). No meio da caruma, dezenas, dezenas de pinhas roídas.

Agora li no artigo que isso é sinal de que há esquilos por perto. E se é mesmo isso, não pode ser um único esquilinho a devorar tantas pinhas... Querem lá ver que há lá uma comunidade de esquilos...?

Ah... que espanto. Vou mesmo ver se arranjo umas frutinhas secas para ver se os atraio.

Muito obrigada! Nem sabe como fiquei espantada com o que li. Obrigada.