quinta-feira, maio 05, 2022

Topless, lingerie, espectacularidade, maluqueiras... sobrancelhas descoloradas... e muitos milhõ€$.

 

Volto ao tema do extraordinário desfile de vestimentas que, uma vez mais, teve lugar na mediática e global passadeira vermelha que é a Met Gala. Todos os grandes costureiros lá estão representados através de indumentárias que actrizes e modelos usam. O evento é temático e este ano o tema foi The Gilded Age. Contudo, as interpretações nem sempre são literais. Algumas são subversivas, outras são irónicas, outras mesmo cómicas.

Poderemos ter tendência a desvalorizar liminarmente eventos desta natureza. E, de facto, o mundo do glamour e dos holofotes é um mundo de aparências, de superficialidade, de vaidades. 

Mas é, ao mesmo tempo, uma poderosa indústria, uma actividade que obriga a um permanente exercício de criatividade a nível artístico e a imensos avanços de inovação a nível de materiais e de técnicas de confecção. Como uma das derivadas da alta-costura temos depois a poderosa indústria do pronto a vestir com toda a indústria têxtil e todo o comércio associados.

Como outra derivada, não negligenciável, há a comunicação social ligada à moda em si, aos eventos de moda, aos agentes e actores deste imenso e eterno carrossel.

Se ontem já aqui mostrei o vestido que a socialite Kim Kardashian usou, hoje mostro alguns dos outros modelos mais espectaculares. Destaco dois deles. Melhor: três.

Primeiro o vestido que Blake Lively usou, chegando com ele numa cor e, depois, ao desdobrar-se o laço, ficando com ele, sumptuoso, numa outra cor. 


Estava maravilhosa, com um vestido épico, um Versace de antologia, inspirado em Nova Iorque. 

Destaco também Cara Levingne, em Dior, que, ao despir o blaser, ficou em tronco nu, com o corpo pintado de dourado. Acho uma ideia fantástica. 

Acho que também estava uma graça, com os seus sapatos descarados e a sua insólita bengala (ver-se-á melhor no vídeo).

A terceira foi Gigi Hadid em Prada e Versace. Toda ela estava um espanto. É mais uma daquelas toilettes que ficará para a história. Imperial na cor, no design, no porte (é a primeira fotografia)

Como costuma acontecer nestas coisas, tão ou mais importantes do que a festa oficial são as after-parties às quais as celebridades comparecem com outras toilettes. Aqui imperou a moda que se dá ares de lingerie, sexy e louca, boa para a farra que se estende pela madrugada. Vários foram os modelos aparentemente mais adequados a um ambiente de boudoir do que de copos e fotos noite dentro. De entre eles destaco o que Bella Hadid (irmã de Gigi) usou.

Uma das mais badaladas foi a festa organizada por Naomi Campbell e Kate Moss que agora gosta de aparecer com ar bem comportado, comedida, e que parece ter cedido o passo à sua filha Lila Grace que não tem, nem pensar, o ar malandro que tão bem caracterizava a sua espantosa mãe. 

Curiosamente, Lila Grace, que precisa de usar uma bomba de insulina, desfila com ela bem à vista (na anca), mostrando que na moda não deve haver limitações.

Uma das outras derivadas da indústria da moda tem a ver com a maquilhagem. Também aqui há uma poderosa indústria que tem que estar permanentemente a inovar. 

Desta vez a grande novidade a este nível teve a ver com as sobrancelhas. Tempos houve em que a moda era ter as sobrancelhas bem depiladas. As mulheres tinham que as ter fininhas, sem pelos a mais. Havia e há técnicas infalíveis desde arrancar os pelos com uma linha ou com um nylon, não sei, ou, mais definitivamente, a laser. Depois passámos a ter que ter sobrancelhas marcadas. Pensava eu que era aqui que ainda estávamos. Não há tutorial de maquilhagem que não reforce a cor, a espessura, não simule um desenho mais marcado. Há até quem faça implantes para não ter que andar a desenhá-las todos os dias. 

Como não sou muito disso, nunca fiz nada às minhas. Mas ultimamente, ao ver como devem maquilhar-se as mulheres da minha idade, já começava a interiorizar que deveria compensar as minhas sobrancelhas claras com algum tom que as tornasse mais visíveis. No outro dia, encontrei numa gaveta um lápis de eye liner em tom castanho e experimentei passá-lo nas sobrancelhas. Não gostei. Esbati com o dedo e fiquei a olhar-me ao espelho a ver se parecia mais actualizada. Fiquei na dúvida. Sobretudo achei que, apesar da subtileza, me mudava um bocado o semblante. Ora como tenho a impressão que o semblante tem um bocado a ver com a personalidade, limpei. Mas fiquei a pensar que havia de experimentar numa outra ocasião, a ver se já me encarava com outra abertura de espírito.

Pois bem, nem mais: este ano várias participantes na Met Gala apareceram várias com sobrancelhas descoloradas, despercebidas.

Dizem que abre a expressão, que alisa a sobriedade e abre espaço à sensualidade de um olhar que se mostra nu. Fiquei mais consolada e a pensar que escuso de insistir no reforço das minhas.

[.... Tudo coisas à toa, sem grande profundidade... bem sei... mas é o que há]

The 10 best dressed from the Met Gala 2022 | Bazaar UK


Desejo-vos um dia tão bom quanto possível
Bons sonhos. Boa sorte. Paz.

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