Gostava de contar pois acho que aquilo puxa pela minha veia de escrevinhadora. Não sei que personagem elegeria para artista principal pois poderiam ser três. Um poderia encarnar o cristo ressuscitado. Morto, morto, morto de vários dias. Coisa mais louca. Vim desalinhada de mim própria tanta a coisa estranha e fora do comum mundo dos mortais que presenciei. O que me ciceroneou estava muito nervoso e isso manifestava-se no gaguejar e na forma ansiosa como aspirava o ar, quase engolindo a máscara, enquanto os olhos se esbugalhavam na minha direcção, certamente sem saber se sairia vivo daquela provação.
Mas como não posso contar, é com esse filme em subconsciente, que aqui estou. Só espero é que daqui por algum tempo ainda guarde memória desta experiência limite para dar largas ao meu gosto de escrever sobre bizarrias verídicas que todos tomam por ficções amalucadas.
E é isto. Estou manietada e sem saber de que falar. Claro que poderia falar do teste positivo de Marcelo. Ainda bem que está assintomático e desejo que assim se mantenha. A minha mãe, que anda irritadiça com os confinamentos, apetecia-lhe sair, conviver, e como, com isto, não pode, dizia-me hoje à hora de almoço: 'esses estúpidos que não têm cuidado nenhum é que fazem isto, estúpidos, andam sem máscara, estúpidos'. Tive que lhe lembrar que não são só os estúpidos que andam sem máscara, é também a Graça Freitas, é a mulher do Macron, é gente por todo o mundo que, apesar de bem informada e cuidadosa, aparece contagiada. O corona é uma besta desencabrestada. Pior: não é uma besta, é uma manada de bestas desencabrestadas, aos pinotes.
Acumulado de casos à data de 11.Jan.2020
O crescimento acentuado e a inclinação das curvas falam por si. Adiante.
Abro o Youtube a pensar: deixa lá ver o que é que essa grande bicha, a prima algoritma do Youtube, hoje tem para me animar e para me salvar a dia blogosférico. E foi na mouche.
Ferreira Gullar fala de Vinicius e é coisa gostosa de ouvir
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