sábado, abril 20, 2019

O dia a seguir


Isto foi ontem. Pensámos chegar um pouco mais cedo para irmos ver das roçadoras e dali directamente para ao cinema. Afinal o trânsito e outros contratempos fizeram com que apenas quase tangencialmente conseguíssemos chegar a tempo.

Andava com vontade e o meu marido a dizer que ver porcarias não ia. Mas este pareceu-me bom e, dizendo-lhe que se passava na Alemanha do pós-guerra e patati patatá, lá se deixou convencer.
Sempre que venho do cinema venho escaldada, incomodada com aquela gente que vai com litros de coca-cola e baldes de pipocas para dentro da sala de cinema, seres ruminantes que não respeitam a sacralidade dos lugares. Mas, depois de jejuar, volta sempre a vontade. Além do mais, sendo o filme que era, o mais provável é que a sala estivesse vazia.
Depois de passarmos pela provação de estarmos na fila enquanto os que estavam à nossa frente, tal o tamanho dos baldes, se aviavam como se não comessem há semanas e estivessem a açambarcar para as próximas, lá fomos.

E a sala estava mesmo quase vazia e os poucos que lá estavam não tinham ido para comer. Por isso, durante o filme imperou o silêncio.


E o filme foi bom. Bem feito, bem interpretado, uma boa história, um argumento a caminhar sobre a ténue linha de equilíbrio entre o éxpectável e o pouco óbvio. E Alexander Skarsgård -- que não conhecia -- belíssimo, sensibilíssimo, gostosíssimo de ver.


E o enredo com drama e com romance e com sedução e com saudade e tristeza e com perigo e com compaixão. 

Por duas vezes chorei e por duas vzes o meu marido olhou para mim admirado a perguntar porque é que eu estava a chorar. Sabe-se lá porque é que se chora. Porque a emoção do momento transborda da tele e chega até nós. Porque, por algum motivo, estamos mais frágeis. Porque quando vamos ver um filme destes já vamos com predisposição para nos deixarmos tocar. Sei lá.

O filme é 'O dia a seguir', The Aftermath, de James Kent com: Keira Knightley, Alexander Skarsgård, Ned Wills, Pandora Colin, Jason Clarkee.

Transcrevo do Cinecartaz:
Hamburgo, Alemanha. O ano é 1946. Rachel Morgan (Keira Knightley) chega à cidade para se reunir com o marido, Lewis (Jason Clarke), um coronel inglês encarregue da reconstrução daquele lugar, quase totalmente destruído pelos bombardeamentos da Segunda Grande Guerra. Está estipulado que o casal vá viver para um palacete que foi propriedade de Stephen Lubert (Alexander Skarsgård), um alemão viúvo que ali tem vivido com a filha pequena. Decidido a fazer algo pelo futuro do país que está a ajudar a reerguer, Lewis toma a decisão de deixar Stephen e a criança viverem com eles. Contudo, este gesto de generosidade trará consequências devastadoras e irrevogáveis para si e para a sua família.


Se é que a minha recomendação vale de alguma coisa, aqui fica ela.

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