Acredito que o tema já seja, para vocês, meus Caros Leitores, não um tema mas, sim, um verdadeiro exantema. E, se não é, já não deve faltar muito. A dose tem sido de leão. Reconheço.
Mas deixem que acrescente uns pós. E faz de conta que isto é um diário, que estou a escrever só para mim, não se incomodem a ler, a sério.
O que aqui quero deixar como apontamento é que, como disse no post anterior, ainda não arrumei os que estão aqui ao meu lado no sofá, ou porque foram os últimos ou porque receio perdê-los de vez assim que me separe deles. Os livros são como as pessoas: a gente pode gostar muito de alguém que, se a vida nos separar, aos poucos a mente vai-se habituando à privação, depois esquece, arranja alternativas (e disse mente como podia ter dito o corpo porque o corpo também é bicho muito arreigado a uma boa afeição) .
E agora que ia aqui dizer quais eram eles, eis que, não sei como, me aparecem outros. Ele há coisas. Juro que não sei. Quem os pôs aqui? É que nem me lembro de os ter visto no chão ou por aí. São as chamadas coisas do caraças. Parece que os livros vêm ter comigo. Tinha hesitado quando tinha arrumado dois da Adélia Prado. Agora olho e vejo aqui outro. Como? Quando o comprei? Não me lembro. Não foi dos últimos. Então como me apareceu aqui ao meu lado? E o Botas? E os escritos de amor do Fernando Pessoa?
Mistérios.
Mistérios.
A noite passada sonhei com livros. Havia uma casa com uma escada em caracol. Era igual à do Clube da Marinha no Marquês. Acho que não era Clube da Marinha que se chamava. Seria Clube Naval? Não interessa. Não sei se ainda lá está ou se ainda existe. Era uma mordomia das boas. Uma casa maravilhosa de linda que era. E tinha uma escada em caracol que era uma belezura. Sonhei. E tinha livros à volta, nas paredes em volta. E passava-se para as estantes maiores que forravam todas as paredes por umas pontes que faziam vertigens. Mas eu ia. Andava a tentar descobrir a lógica da arrumação e encantava-me quando a descobria.
Acordei com vontade de continuar a sonhar mas um bocado assustada, com medo de cair daquelas perigosas pontes que ligavam as estantes umas às outras, com passagem pela escada de caracol. Maluqueiras minhas. Felizmente maluqueiras inofensivas.
As fotografias foram tiradas sem qualquer cuidado. Peguei na máquina e disparei. Isto foi ontem à noite. Pelas horas das fotografias, vejo que passava das duas. Mas, tanto o sono que tive o bom senso de me ir deitar e deixar a inclusão delas aqui no texto para hoje. Entretanto, hoje de manhã já praticamente despachei as arrumações, o meu marido já pendurou os quadros que estavam nas paredes agora ocupadas com estantes e estou feliz da vida. Missão cumprida. E, por dentro, tento encontrar forças para tentar não comprar mais livros nos próximos cinquenta anos. Será que vou conseguir?
Acordei com vontade de continuar a sonhar mas um bocado assustada, com medo de cair daquelas perigosas pontes que ligavam as estantes umas às outras, com passagem pela escada de caracol. Maluqueiras minhas. Felizmente maluqueiras inofensivas.
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As fotografias foram tiradas sem qualquer cuidado. Peguei na máquina e disparei. Isto foi ontem à noite. Pelas horas das fotografias, vejo que passava das duas. Mas, tanto o sono que tive o bom senso de me ir deitar e deixar a inclusão delas aqui no texto para hoje. Entretanto, hoje de manhã já praticamente despachei as arrumações, o meu marido já pendurou os quadros que estavam nas paredes agora ocupadas com estantes e estou feliz da vida. Missão cumprida. E, por dentro, tento encontrar forças para tentar não comprar mais livros nos próximos cinquenta anos. Será que vou conseguir?
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