sexta-feira, janeiro 26, 2018

Será que é desta que vou fazer uma tatuagem...?



Já contei algumas vezes. Dantes, quando não era moda, eu alimentava a esperança de me auto-convencer a fazer um botão de rosa num sítio sexy do meu corpo. Nunca cheguei a consenso sobre qual seria esse sítio. Nem sabia onde ir. Portanto, fui empurrando a rosa com a barriga.

Entretanto, isto das tatuagens banalizou-se e eu, que sou desalinhada por natureza, descurti. 

Mas esta de que agora tive conhecimento parece-me muito bem. Claro que teria que ser coisa não definitiva. Não quero fazer coisas deste género que sejam definitivas. Versos. Frases bonitas. Teria que ser pintura efémera. 

Senão, imagine-se que me apetecia escrever nas mãos o início daquele poema do Al Berto
visita-me enquanto não envelheço 

toma estas palavras cheias de medo e surpreende-me 
... e que, às tantas, se me engelhava a pele das mãos e ficavam as palavras todos entrevadas...? Ná. Terão que ser laváveis. Todos os dias palavras novas.

Estou a escrever isto e a achar que é uma ideia fantástica, esta de todos os dias escrever o início de um poema diferente nas mãos.

Mas, para quem não saiba, aquilo de que falo aconteceu no desfile Dior. Citações de André Breton escritas no peito ou nas mãos. Lindo.
Au départ, il ne s'agit pas de comprendre, mais bien d'aimer.

L'amour est toujours devant vous, aimez !
L'imaginaire, c'est ce qui tend à devenir réel.