Dia de vendaval. Enquanto escrevo, ouço-o lá fora. Sopra com força, quase assobia. Agora ouço-o a forçar as rajadas, as janelas batem. Lá fora, nas ruas, deve haver um remoinho de coisas perdidas. Em sítios altos e desabrigados, em dias assim o vento não dá tréguas.
De manhã, as águas do rio estavam encapeladas. Pensámos não ir, antecipávamos o frio, o desconforto do ar em convolução. Mas fomos. Fica ainda mais bela a beira do rio em dias assim. Nem só o sossego dos dias amenos é belo.
Em dias de buzaranha, este rio que é largo como um mar, muda de cor, as correntes encrespam-se, há poucas gaivotas e as que se afoitam voam alto.
Muitos veleiros. Com o vento a soprar a toda a brida, os barcos adernavam. Uma força elegante a deles.
Vistos de longe, percebe-se a força da gente que lá vai dentro. Deve haver um momento em que se teme pela vida, ir ao fundo, não conseguir vencer a batalha. Deve haver um momento de vazio, de um medo que suga a alma.
Mas então, quem nestes apuros se vê, olha para o lado e vê que há mais em esteja a passar pelo mesmo, há mais bravura a enfrentar os monstros traiçoeiros.
E, para mais, há sempre alguém ao lado, para ajudar, uma mão, um palavra de incentivo. Então, com esforço, os barcos voltam a endireitar-se, seguem o seu caminho, atravessam o rio, felizes.
E depois, à vinda, na parede desgastada pelos tempos, um foco de luz. E, no centro desse foco, um gato em branco e preto, quase igual à parede. Ele mostrava a quem passava acossado pela ventania, como há sempre um lugar de acolhimento e paz para receber os que atravessam lugares onde os medos e as dores da alma tomam conta dos dias. Pode ser a casa de uma irmã, pode ser um abraço, pode ser uma palavra -- mas há sempre um lugar de afecto para acolher os que estão em momentos de maior fragilidade. Até que a fragilidade dê lugar à força, à alegria, ao riso, à vontade de dançar.
Vistos de longe, percebe-se a força da gente que lá vai dentro. Deve haver um momento em que se teme pela vida, ir ao fundo, não conseguir vencer a batalha. Deve haver um momento de vazio, de um medo que suga a alma.
Mas então, quem nestes apuros se vê, olha para o lado e vê que há mais em esteja a passar pelo mesmo, há mais bravura a enfrentar os monstros traiçoeiros.
E, para mais, há sempre alguém ao lado, para ajudar, uma mão, um palavra de incentivo. Então, com esforço, os barcos voltam a endireitar-se, seguem o seu caminho, atravessam o rio, felizes.
E depois, à vinda, na parede desgastada pelos tempos, um foco de luz. E, no centro desse foco, um gato em branco e preto, quase igual à parede. Ele mostrava a quem passava acossado pela ventania, como há sempre um lugar de acolhimento e paz para receber os que atravessam lugares onde os medos e as dores da alma tomam conta dos dias. Pode ser a casa de uma irmã, pode ser um abraço, pode ser uma palavra -- mas há sempre um lugar de afecto para acolher os que estão em momentos de maior fragilidade. Até que a fragilidade dê lugar à força, à alegria, ao riso, à vontade de dançar.
Faz uma chave, mesmo pequena,
entra na casa.
Consente na doçura, tem dó
da matéria dos sonhos e das aves.
Invoca o fogo, a claridade, a música
dos flancos.
Não digas pedra, diz janela.
Não sejas como a sombra.
Diz homem, diz criança, diz estrela.
Repete as sílabas
onde a luz é feliz e se demora.
Volta a dizer: homem, mulher, criança.
Onde a beleza é mais nova.
Votos de rápidas melhoras. Votos de dias felizes.
Um abraço à Lucília e à Irmã.
E a todos quantos atravessam momentos difíceis.
Melhores dias virão.
Força.
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E a todos quantos atravessam momentos difíceis.
Melhores dias virão.
Força.
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(A quem queira conhecer as minhas dúvidas, peço que desça até ao post seguinte pois, a sério, gostava de ser esclarecida. Tem a ver com aquele a quem o País deve muito, o Núncio dos Offshores, o tal que parece que deixou o rabo preso na Madeira e não só.)
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