sexta-feira, setembro 16, 2016

Deus é matemático?
E, já agora, Einstein acreditava em Deus?
E eu, acredito em quê?


Acredito na harmonia. Acredito na gentileza. Acredito na serenidade. Acredito na beleza. Acredito na generosidade. 
Acredito que nem todos as vêem ou sentem. Tal como uma pessoa com fé num Deus encontra provas da Sua existência, outros (ainda que apenas mentalmente) ajoelham perante a improbabilidade da conjugação de tantas coisas incríveis que a natureza lhes mostra.
E é assim que acredito na eternidade que se percebe no olhar de quem nos olha nos olhos ou no infinito que se adivinha perante a convergência inexplicável entre pessoas que antes não se conheciam e que, contra todas as probabilidades, se vêem uma em frente da outra como se não mais quisessem separar-se. Acredito na força que não se vê e que move montanhas e mares e vontades.

Acredito no que não conheço, no que não percebo, acredito na intangibilidade da coerência invisível que gera e mantém a vida em todas as suas formas. Acredito na multidimensional vastidão dos universos e nos múltiplos e diversos seres que os habitam.

Acredito na simplicidade. Acredito na singeleza intrínseca das partes que compõem os sistemas complexos. Acredito na terra, na água, nas pedras, nas árvores, na chuva e no vento, no voo dos pássaros, na doçura dos frutos, no olhar meigo dos cães, no distante azul do céu, no morno abraço que se pressente em quem nos quer bem, nas mãos do homens que constroem cidades, acredito na música poderosa do mar ou na suave da aragem ou na inocente da folhagem ou na inventada pelos homens. Acredito na melodia tangencial da poesia.

Acredito no inviolabilidade dos grandes segredos, na magia dos momentos únicos, na longevidade dos afectos, na efemeridade do prestígios, na veracidade dos prodígios, no mistério das palavras, na elegância dos corpos, na imensidão da mente, no poder absoluto do amor.









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O físico Michio Kaku divaga (se me é permitido usar este verbo neste caso) sobre se Deus (a existir) será um matemático e produz uma afirmação surpreendente: "The mind of God we believe is cosmic music, the music of strings resonating through 11 dimensional hyperspace. That is the mind of God." 

Thomas Levenson responde às questões de Cynthia McFadden da NBC News sobre se Einstein acreditava em Deus.

Finalemente, Leda e o Ciesne aqui numa coreografia de Kim Brandstrup e interpretada pelos bailarinos Zenaida Yanowsky e Tommy Franzen de The Royal Ballet . A poesia de Yeats é lida por Fiona Shaw.

As fotografias foram feitas in heaven, onde o outono se anuncia em toda a sua doçura.

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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma sexta-feira muito feliz.

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2 comentários:

bea disse...

Original auto de fé num believer day

Um Jeito Manso disse...

Olá bea,

Isto, como vê, tem dias. Ou horas. Vá lá perceber.

Uma boa noite ou um bom dia - consoante a hora a que leia.