Ainda não refeita de dois choques emocionais que por pouco não me deixavam em puro estado de estupor catatónico, a saber
- aquilo de Fernando Lima -- durante anos a sombra e a voz de Cavaco e que acabou a fermentar num sótão -- contratar uma investigação privada para descobrir o autor de um blog que, na opinião deles, era pró- socrático, O Jumento,
- e aquele outro momento surreal em que uma figura estranha (diz que é juíz - mas eu cá mandava averiguar se é mesmo), qual assombração de óculos escuros, saída de uma toca de vidro, tentou, em entrevista à TVI, fazer-se passar por uma figura de estilo macarrónico mas que mais pareceu um misto de padreca farsante e de tarado obsessivo, com língua de cobra venenosa disfarçada de beata e pior que vizinha roída de inveja,
chego-me aqui e só me apetece afastar da ideia tão sinistras figuras. Sinistras não, que não chegam a tal. Parvalhocas. Taralhocas. Tarantantans.
Estão bem um para o outro. O Super-Judge Alex, que inventou para si o cognome de Saloio de Mação, em vez de dar entrevistas em que só se enterra, deixando o país perturbado a ponto de causar alarme público, deveria contratar os serviços dessa luminária que está habituada a ser a voz do dono. Acho até que deveriamos criar uma onda de fundo, Lima a porta-voz do Saloio! Uma coisa na base do hashtag, que deixe o Lima baralhado e o Saloio desconfiado.
Hashtag...? Ui. Cuidado que eles andem aí. E se não são os socráticos são os sátiros, esses perigosos peripatéticos. Tudo farinha do mesmo saco. Ui.
E como, não tarda, o Láparo está com dono (até a Manelinha já anda a apelar ao puxanço de tapete em público), acho que se lhes poderia juntar. Boa. Como o laparoto gosta tanto de troikas, até calha bem.
#Láparo, Lima & Saloio, uma troika que resolve todos os problemas.
O Láparo é bom a abrir portas, o Lima exímio a fazer investigações privadas e o Saloio a ouvir escutas -- faziam uma grupinho todo supimpa, servicinhos customizados à vontade do freguês.
Ok, acho que já está.
E agora o quê?
Ah. já sei. Bolos. Está a apetecer-me algo. Isto de andar a ver se não consumo mais calorias do que as necessárias dá nisto. Só me apetece doces. Um bolo, please. Não estive em Lagos, não matei os apetites no Taquelim. Bolas, que saudades, aqueles docinhos regionais tão bons.
Pronto. Não podendo ser os D. Rodrigos do Taquelim, que sejam as obras de arte de Dinara Kasko. Juntando o design à pastelaria, ela faz bolos que são peças de grande beleza. E estou em crer que se ela não lhes puser uma voz a dizer Come-me... as pessoas vão pegar neles e usá-los como bibelots.
(Mesmo eu que sou gulosa e que aprecio a diversidade, acho que teria pena de dar uma trinca numa obra de arte tão linda mas, enfim, se insistissem muito, mas muito mesmo, acho que lá acabaria por fazer o sacrifício...)
(Mesmo eu que sou gulosa e que aprecio a diversidade, acho que teria pena de dar uma trinca numa obra de arte tão linda mas, enfim, se insistissem muito, mas muito mesmo, acho que lá acabaria por fazer o sacrifício...)
Ora vejam.
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Nham nham...
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*A propósito ainda do super-Saloio Alex: leio no Expresso online que os seus interrogatórios vão passar a ser filmados.
Acho que está em linha. O homem já deu mostras mais que suficientes que é um animal de palco. Faz-se à câmara, arma-se em posudo, todo martini-man com aqueles óculos escuros, gosta de andar com as câmaras atrás quando vai naquelas investidas justiceiras, e nesta entrevista o que ele delirou... Tivesse a entrevistadora levado a conversa para outros domínios e a ver se ele não se desbroncava todo. Um artista. Portanto, isto de os interrogatórios serem filmados deve ser ideia dele. Aposto que a esta hora andam os canais à canelada a ver quem consegue os direitos para os difundir. O nicho de mercado será o mesmo da TVI Reality Shows. Com jeito até se consegue que o super-alex passe a apresentar-se de cueca fio dental para mostrar as tatuagens da nossa senhora que tem nos bíceps. O que isso daria de canal. Eram as pequenas da Madame Guilherme de um lado e, do outro, o super-judge Alex a fazer interrogatórios marados às suas vítimas.
É uma questão de tempo. Até aposto que o Correio da Manhã TV leva vantagem. Já estou a imaginar: o Saloio de Mação a moer a paciência à chinesa do restaurante onde o Sócrates gosta de almoçar e, em off, a Maya, a repórter de serviço da CMTV, a comentar com ar de suspense, como se ali houvesse sangue em perspectiva 'o Juíz não revela impaciência apesar de o interrogatório já ter começado há onze horas, não se dá por satisfeito, insiste em saber se o pato que o Sócrates come é à Pequim ou Beyjing e a miúda, indiferente aos riscos que corre, encolhe os ombros e diz que não percebe a pergunta'.
Com esta notícia sobre as filmagens dos interrogatórios do Juíz Carlos Alexandre é, pois, uma janela de oportunidades que se abre na televisão em Portugal. Boas notícias! Antes isso que futebol. Já é tempo de o humor voltar a ter destaque nas grelhas televisivas.
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E já cá volto com um tema de grande utilidade. E não estou a ironizar: estou mesmo a falar a asério.
Até já.
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4 comentários:
Os bolos salvam-lhe o post. Já entendi que para fazer uma cobertura sem mácula terei de gastar bem mais do que uso nos ingredientes, metade é para entornar. Que desperdício. Ainda vai presa por ensinar a desperdiçar material comestível.
BFS
Muito, muito bom.
Olá bea, de novo,
Eu que não gosto de fazer bolos (tem que se seguir a receita, coisa a que sou avessa), ejo isto e fico tentada. É uma arte. São lindos. Talvez ambém sejam bons mas deve dar pena comê-los.
E deitar a cobertura assim, por cima, e com fartura, garante que se espalha por igual. Mas é um desperdício, lá isso é verdade.
Olá Lúcio,
Muito obrigada.
Estive a ver as suas fotografias ('à distância de um clique') e gostei muito. Não sei se o actualiza regularmente mas vou passar a espreitar.
Um bom fim-de-semana!
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