No post abaixo já me insurgi contra esta epidemia, esta praga: ou é Passos Coelho e apaniguados ou são comentadores às pinhocas. Por todo o lado. Uma infestação de gente que manipula, mente, distorce, lança areia, lança poeira. Falam do que não sabem, armam uma cegada, enredam-se nas suas próprias baralhações - mas sempre com ar douto, convicto, como se estivessem a falar de cátedra. Tanto papagaio, tanto burro, tanto carneiro, tanto palhaço. Não há pachorra.
Mas isso, meus Caros, é ali em baixo. Aqui, agora, vou partir para outra para ver se me volta a boa disposição.
Bolas que esta gentinha me tira do sério. Só gostava de saber é quem é que, de facto, paga para tanto mentecapto andar por aí a lançar confusão?!?
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Mas adiante. Falemos, antes, de livros e de música para nos sentirmos melhor.
A minha primeira casa era pequena: um T1 num 15º andar com uma vista fabulosa. O quarto era grande e tinha uma varanda larga, a sala era enorme e tinha uma varanda que parecia suspensa, e havia uma pequena cozinha, uma casa-de-banho, um roupeiro grande no corredor, um hall razoável. Mas só isso. E chegava bem. Adorava aquela casa. Já nessa altura, tínhamos uma estante alta cheia de livros. Os móveis eram lineares, geométricos, em madeira escura da Interforma. Tínhamos também uns cubos, uns abertos, só com uma prateleira ao meio, outros com portas, que empilhávamos de forma variável e que tinham funções diversas. Os móveis eram escuros mas os sofás eram de cores alegres. E, no conjunto, e talvez pela muita luz e pela vista do além, a casa era alegre e parecia muito espaçosa. Tivemos que nos mudar quando a minha filha nasceu, queríamos que ela tivesse o seu quartinho.
Nessa altura mudámo-nos para uma casa grande. Pouco depois, nasceu o meu filho. Tinha vinte e poucos anos e uma casa cheia de coisas de crianças e de livros. As estantes foram invadindo tudo, tanto ou mais do que os brinquedos. Era o piano dela, e depois a guitarra dele, e a linha de comboios e a pista de carros que eram do pai, e legos e meccanos e bonecas e os livros deles e sei lá que mais. Nessa altura, não sei bem porquê, talvez porque não havia Ikea ou oferta do género, ou talvez por influência familiar, deu-me para ter a casa num estilo mais clássico, aquilo a que se chama estilo inglês, móveis de estilos variados, sofás confortáveis, um grande de veludo que veio da casa dos meus sogros, capitonné, outros de cores variáveis, tudo de cores alegres, e cortinas floridas, muitos quadros claros, aguarelas. Ou seja, ainda assim a tender para o leve. Depois, como às tantas os livros já não cabiam, voltámos a mudar de casa.
Nessa altura mudámo-nos para uma casa grande. Pouco depois, nasceu o meu filho. Tinha vinte e poucos anos e uma casa cheia de coisas de crianças e de livros. As estantes foram invadindo tudo, tanto ou mais do que os brinquedos. Era o piano dela, e depois a guitarra dele, e a linha de comboios e a pista de carros que eram do pai, e legos e meccanos e bonecas e os livros deles e sei lá que mais. Nessa altura, não sei bem porquê, talvez porque não havia Ikea ou oferta do género, ou talvez por influência familiar, deu-me para ter a casa num estilo mais clássico, aquilo a que se chama estilo inglês, móveis de estilos variados, sofás confortáveis, um grande de veludo que veio da casa dos meus sogros, capitonné, outros de cores variáveis, tudo de cores alegres, e cortinas floridas, muitos quadros claros, aguarelas. Ou seja, ainda assim a tender para o leve. Depois, como às tantas os livros já não cabiam, voltámos a mudar de casa.
Esta casa agora é maior, há estantes por todo o lado e montes de livros ainda a granel. Logicamente, uso os móveis que vieram da outra casa. Muitos de nogueira ou raiz de nogueira, outros de carvalho, outros que desenhei e foram feitos a feitio em mogno. Mas já tenho muitas estantes do Ikea, lineares, abertas, simples.
Se fosse hoje não mobilaria a casa como agora a tenho. Apesar de tudo, das misturas, das cores, dos objectos heterodoxos, ainda a acho demasiado convencional para o que hoje sou. Se fosse hoje, misturaria móveis de cores, estantes azuis, armários encarnados ou amarelos, muita coisa branca com puxadores um de cada cor. Coisas assim. Mantinha, contudo, os espelhos. Gosto de espelhos: trazem ainda mais luz para casa.
Na casa de campo o estilo já é mais assim, ou seja, mais ecléctico. Mas, como tenho várias peças de mobiliário que foram herdadas e outras adquiridas em ferro-velho, estou longe das linhas simples, lisas, coloridas que gostaria de ter.
Vem isto a propósito do artigo com bibliotecas que vi na Harper's Bazaar e de onde retirei as primeiras 4 fotografias e de outro na Marie Claire Maison de onde tirei as últimas 3. Claro que há lá mais mas apeteceu-me escolher estas.
E dos livros passo para a música e até estou a pensar que não deveria ter misturado esta música com todo este palavreado, que deveria era dar-lhe o devido destaque. É que não é coisa qualquer. É chuchu mesmo. Mozart & Salieri, essa dupla que alimentou intrigas e ficções, juntos e ao vivo (que é como quem diz)
Podia traduzir o que se segue mas estou preguiçosa.
Para os que se entendem com francês:
E dos livros passo para a música e até estou a pensar que não deveria ter misturado esta música com todo este palavreado, que deveria era dar-lhe o devido destaque. É que não é coisa qualquer. É chuchu mesmo. Mozart & Salieri, essa dupla que alimentou intrigas e ficções, juntos e ao vivo (que é como quem diz)
Podia traduzir o que se segue mas estou preguiçosa.
Para os que se entendem com francês:
Ecrite il y a plus de deux siècles, une partition écrite par Wolfgang Amadeus Mozart et le musicien italien Antonio Salieri, vient d’être mise en musique pour la première fois, par le claveciniste Lukas Vendl à Prague.
Mélomanes et amoureux de musique classique, réjouissez-vous ! Un morceau daté de 1785 et composé par le grand Mozart a été retrouvé dans les collections du Musée de la musique de Prague. Intitulé « la cantate Per la ricuperata salute di Offelia » (Pour la santé retrouvée d'Ophélie), ce morceau illustre, pour les spécialistes, la relation qui liait les deux artistes.
« Il est vrai que le passage écrit par Mozart est, disons, plus ingénieux et plus dramatique, et les deux autres couplets sont plus lyriques. Mais il n'est pas possible d'en déduire que l'un ou l'autre était un meilleur compositeur », a expliqué Lukas Vendl, qui a joué la cantate sur un clavecin pour la première fois depuis fort longtemps. La copie de Prague est la seule qui soit conservée à ce jour.
E para quem prefere bife:
A rare print, until now considered lost, has been discovered in the collection of the Department of Music History in the National Museum‘s Czech Museum of Music. It is a libretto by the court poet in Vienna, Lorenzo Da Ponte, with a score, entitled Per la Ricuperata Salute di Offelia. The libretto was set to music in autumn 1785 by Antonio Salieri - the court composer of Italian origin - Wolfgang Amadeum Mozart, and Cornetti.
Harpsichordist performer - Lukáš Vendl
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E, caso vos apeteça ver o estado em que eu estava quando comecei a escrever isto, desçam, por favor, até ao post já a seguir. Estava mesmo piursa.
(E agora estou a ficar de novo. O ar aqui da sala está outra vez atabafado tal a chusma deles: está a dar o noticiário da meia-noite e saem da televisão como uma gorgolejante nuvem de Aedes mosquitoes. Querem ver que tenho que voltar ao assunto? Já cá volto.
Olha, até o José Gomes Ferreiro outra vez! Apre!)
1 comentário:
De facto, depois da morte de Mozart, circularam vários rumores de o grande Compositor teria sido envenenado e que Antonio Salieri teria sido o responsável. Hoje, acredita-se noutra versão, a de que Mozart teria sido vítima de um coração fraco devido a febres reumáticas (causada ao que parece pela infecção de uma bactéria que sem tratamento adequado pode causar problemas coronários). Isto o que li num livro de J.Stanley.
P.Rufino
PS: quanto a móveis, prefiro-os sóbrios. Tenho pouca queda para modernismos. Embora possa fazer certas concessões relativamente a estantes para livros, dentro dos limites. Aquela “estante” que aqui em tempos lhe referia, o móvel de mercearia antigo (onde se guardavam e vendiam depois, o açúcar, o arroz, a farinha, etc), adquirimos numa dessas casas de Velharias e Móveis, em Odrinhas, aqui há uns dez anos, cujos donos, se bem me recordo, se chamavam António e Helena, muito simpáticos (ela uma mulher interessante), nos seus, então, quarentas. Era uma boa casa/loja, mas fechou uns anos depois. Uma pena! Tinha alguns desses móveis em exposição cá fora, se se lembra. Quanto à "Mercearia antiga", serve hoje para receber livros e outras coisas.
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