quinta-feira, outubro 29, 2015

É mal lavado? Mal cheiroso?Tem bafo de onça?
Não, não estou a referir-me a um algum cão com pulgas em particular até porque este post não é sobre política.
Nem estou a referir-me ao Carlos Costa da Quinta das celebridades. Nem ao Eduardo Dâmaso do Correio da Manhã.
Estou a referir-me ao Bond. James Bond. O agente 007. Spectre ou não Spectre.
[De caminho, falo sobre países sexualmente satisfeitos - entre os quais não se encontra Portugal]


Depois das Barbies do post abaixo, agora é a vez do Bond. James Bond. 

Claro que, em vez disso, poderia falar de política. No outro dia um Leitor escreveu-me um mail dizendo que gosta que eu escreva sobre política e que acha que eu, aqui no blog, não deveria misturar assuntos mais intimistas com coisas sérias como a política. Disse-me, ainda, que alguns dos seus amigos lhe contaram que tinham deixado de ler o Um Jeito Manso porque se aborreciam de vir aqui à procura de política e darem de caras com parvoeiras (bem, ele não disse exactamente parvoeiras, isto já sou eu a destratar as ligeirezas a que, volta e meia, me apetece deitar mão). Mas porque haveria eu de estar aqui de castigo a falar sempre de política? Falar a torto e a direito de coisas que, em parte dos dias, não têm nada que dizer...? Ná...

Por exemplo, agora estamos num compasso de espera, à espera que o Passos vá ao parlamento estatelar-se ao comprido, depois de esta 6ª feira tomar posse com o seu séquito de tristes. Vou falar, portanto, de quê? Do vazio? Só se for para dizer que, de facto, não somos a Grécia. Aqui são precisos tempos infinitos para qualquer coisa: meses para convocar, meses sem poder fazer nada, meses para tudo, um atraso de vida. Na Grécia é o contrário: é atar e pôr ao fumeiro. Num abrir e esfregar de olhos convocam eleições, fazem campanha, votam, dão posse ao governo, começam a trabalhar.

É na política e no sexo: quase não há pai para os gregos. 

Já agora: a Grécia é dos países sexualmente mais satisfeitos. Falam abertamente de sexo, praticam-no com fartura, gostam do que fazem.

Greece: The reason the Greeks are so sexually satisfied is that they are less uptight about discussing their sexual desires. In fact, the Greeks have been talking about sex for centuries. In the fourth century BCE, Hippocrates spoke explicitly about the inevitability of sexual desire: “In the cases of women…when during intercourse the vagina is rubbed…an irritation is set up in the womb which produces pleasure and heat in the rest of the body.” Touché! Even today, Greeks commonly discuss sex at work, with friends, and most importantly, with their partners. Communication makes for a better sex life, period. Of course, the great weather, beautiful islands and healthy diet can’t hurt. Durex claims Greeks have the most sex in the world weekly (164 times on average a year). As for the Greeks themselves, they say they’re 51 percent sexually satisfied.  
De Portugal nem reza o estudo. Devem ser uns insatisfeitozinhos, os portuguesinhos: não falam para não ofenderem ninguém nem os próprios santos ouvidos, não fazem porque andam cansados, infelizes e mal pagos, não gostam porque queriam outra coisa. O costume. Os portugueses não valorizam o que têm, estão sempre enjoadinhos, parece que só gostam do que não têm. Uma seca.
Veja-se a Nigéria, o país com a maior taxa de gente sexualmente satisfeita (67%) e (talvez por isso mesmo) onde o acto é mais sexual é mais demorado, 24 minutos. Curiosamente é o país onde há mais mulheres a pular a cerca: infiéis que só visto, as nigerianas: 62%, imagine-se! 
Isto tinha muito que dizer, oh se tinha. Mas hoje não estou para aí virada, tinha que me alongar e longo já isto vai. Portanto, adiante.

Claro que poderia falar de outras coisas. Por exemplo, poderia falar do
Correio da Manhã que foi proibido de perseguir o Sócrates -- mas não falo porque as práticas e as opções do Correio da Manhã me causam asco. Cruzei-me no outro dia com o director do jornal e deu-me pena: uma fraca figura que, vá lá saber-se porquê, parece ter como único propósito de vida o dar cabo da vida de outra pessoa, gastando nessa ignóbil cruzada a sua triste existência. Ná, não me apetece falar de gente com taras.


Ou poderia talvez falar da Teresa Leal Coelho, essa pessoa que não se aguenta, tal o mau perder. Vi-a há bocado na SIC e foi uma luta para a ouvir durante uns minutos: esta mulher desestabiliza emocionalmente o meu marido e não é pelos melhores motivos. Não descansa enquanto não se vê livre dela. Por isso, quem me garante que vocês, meus Caros Leitores, não são como ele e, se me punha aqui a falar dela, vocês não desligavam logo o computador? Portanto, descansem. Não vou gastar a vossa paciência com essa insuportável e manipuladora criatura.

Poderia também falar da Quinta das Celebridades que agora estou a ver. Estava a fazer zapping e vim aqui parar. Para meu espanto, dei com um tal Carlos Costa (que não é o do BdP) a imitar o José Castelo Branco: todo pintado, as beiças inchadas, vestido de garçonette - nem sei bem o que é aquilo. Mas não vou falar, não saberia desenvolver. 


Olha, agora estou a ver a Cinha - outra vez metida nisto? - a desancar o dito Carlos porque, pelos vistos, ele acordou outro. Tempo de antena usado com isto... Nem dá para acreditar que viemos acabar nesta indigência terceiro-mundista, nesta estupidez sem tamanho que só pode dar em atrofiamento mental.


Portanto, a verdade é que não me apetece falar de nada em especial. Tudo uma pepineira. 

Por isso, vou antes deixar-vos com o Bond.

Seu nome é Bond, James Bond. Espião internacional, patriota, refinado, conquistador, inteligente, estrategista, atirador de elite e letal com as mãos. 
Qualidades não faltam para descrever essa epítome da masculinidade. As mulheres o querem, e os homens querem sê-lo. 
Mas nem tudo são flores para ele. Por alguma razão, seus chefes nunca duram e ele não consegue manter uma relação estável. As pessoas preferem que ele exerça sua licença para matar, do que se entregar para ele. Não sei, mas algo me diz que ele é flor que não se cheire.

James Bond  - Porta dos Fundos



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Relembro: se descerem até ao post seguinte, terão uma agradável surpresa. O tema tem a ver com a Barbie mas, garanto, é uma graça.

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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela quinta-feira com tudo de bom.

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7 comentários:

Anónimo disse...

O que faz o seu Blogue interessante é precisamente a sua diversidade. De temas, imagens, assuntos, humor, poesia, textos, etc. Continue assim. Partilho da mesma antipatia pela Teresa Leal Coelho que o seu marido. Ainda ontem não consegui ver o resto do debate dela com a inteligente Helena Roseta. A TLC estraga qualquer debate onde aparece. É uma espécie de “Rottweiler” da política, no feminino. Quanto a J. Sócrates, reitero a questão que em tempos aqui deixei: “como é possível, quase 1 ano depois de ter sido detido ainda não haver uma acusação? E como é possível que órgãos de comunicação social continuem a ter acesso a aspectos processuais, de forma impune?” Nesse sentido, resta-lhe defender-se, em público, enquanto prepara a sua defesa quando enfrentar a Justiça (se tal vier a suceder). Quanto aos Gregos, já vem de longe aquele seu “apetite” por sexo. Ainda bem! Houve um período, durante a Antiguidade, que se começou a dar um particular e maior relevo às formas do corpo mulheres. Dos seios, à cintura, pernas e até ao “traseiro”. Ficou célebre, por exemplo, a história do julgamento de “Phryne” (amante do grande escultor Praxiteles e do extraordinário pintor Apelles), defendida por Hiperides, cujo corpo e suas formas, além do belo peito, expostas perante os juízes, a salvaram da condenação. Mais ou menos por essa altura, foi dada, por exemplo, especial preferência às mulheres calipígias, ou seja, de belas nádegas, de tal modo que, por vezes, as mulheres daquele período da Grécia Antiga almofadavam os seus «traseiros» para que eles parecessem mais torneados. Curiosamente, no Antigo Egípcio o sexo teve igualmente uma grande importância e as mulheres até tinham mais direitos do que as suas congéneres Gregas pois podiam ser elas a iniciar o divórcio. E o sexo era de tal modo importante para aquelas mulheres Egípcias que se inventou, ou criou, uma espécie de “medicamento” para a disfunção, ou impotência sexual, cuja receita consistia “em misturar folhas de abrolho, com folhas de acácia e mel, moendo tudo e de seguida e aplicar no membro viril”. A esse mesmo membro era dada uma importância muito particular, ao ponto de, por exemplo, Tutankhamon, depois de morrer ter sido mumificado com o pénis em erecção. Continuando por essa História fora, outro registo curioso foi o de Catarina a Grande, que ao que parece era insaciável na matéria, com uma predileção especial pelos oficiais da cavalaria imperial. Uma sua colaboradora próxima, a Condessa de Bruce, ou “Mademoiselle Protassov”, actuaria como “provadora” da Imperatriz, testando as habilidades sexuais do oficial escolhido. Se aprovado, Catarina recebê-lo-ia na cama, premiando-o com dinheiro, propriedades e criados durante o tempo em que permanecesse como seu favorito (caso para se dizer que “valia a pena o sacrifício!”). Catarina morreria sessentona em consequência de um acidente vascular cerebral quando se dirigia para a sanita (ao contrário do que rezam outras versões). Sobre o sexo e o humor, há várias historietas. Há uma, de Decâmeron, que, um dia, se vier a propósito, mencionarei, por ser patusquíssima. Belíssima essa obra, “Amore e Psiche”.
P.Rufino





Rosa Pinto disse...

Uma maravilha ler este espaço.
P.Rufino assim não vale...venha lá essa historieta.

Anónimo disse...

Sou leitora assídua do seu blog, apesar de não fazer comentários, e hoje não posso deixar de lhe dizer que o que escreveu neste post me magoou. Não sei como escrever isto sem sentir vergonha, mas a verdade é que sempre tive uma vida sexual muito difícil, por falta de desejo, libido, o que lhe queiram chamar, o que me tem trazido muito dissabores nas minhas relações afetivas. Compreenda então que quando leio como me qualifica (sim, enfio a carapuça), como "insatisfeitazinha", "portuguesinha", "enjoadinha" sinto-me, não ofendida, mas verdadeiramente envergonhada, apetece-me enfiar a cabeça na areia e não a tirar mais de lá. E ouvi-la dizer que é tudo porque não valorizo o que tenho foi o que mais me magoou, uma vez que tenho sofrido bastante à conta desta brincadeira que parece tão fácil para si, para os gregos, mas que me tem dado tanto trabalho a tentar melhorar, sem nunca conseguir escapar à enorme frustração de quase tudo ser em vão. Digo-lhe isto porque gosto muito do seu blog e, assim como são as palavras cruéis de quem nos é mais próximo que mais nos tocam, também as suas palavras me tocaram de forma particular porque ler o seu blog é algo que me costuma dar um enorme prazer.
Bem haja,
N.

Um Jeito Manso disse...

Cara N,

Fui lendo o seu comentário e acabei encolhida, arrependida das minhas ligeirezas. Escrevo isto aqui à noite, a maior parte das vezes já um bocado cansada e sem censura interna - é uma forma de descansar a cabeça dos dias extensos e por vezes complicados. Não meço o que digo, não penso que, estando a escrever na maior descontracção, posso magoar alguém.

Peço imensa desculpa. Escrevo pensando na maioria das pessoas ou na maioria das situações e, portanto, deixo de fora do pensamento, os casos especiais ou as situações que fogem um bocado ao arquétipo.

Não leve a mal pois, com certeza, não me referia a pessoas que, querendo ter prazer, não o têm por razões de saúde, psicológicas ou das circunstâncias da vida.

Percebo que tenha ficado sentida. Mas, por favor, não fique. Se eu fosse especialista da área tentaria já aqui deixar uns quantos conselhos mas não sou pelo que apenas lhe deixo os meus votos de que consiga ter uma vida afectiva plena e que consiga juntar a componente de prazer sexual. Ou que, não o conseguindo, seja feliz na mesma.

Seja como for, aceite as minhas desculpas.

Um abraço, N.

Anónimo disse...

Aqui vai então, o tal resumo do conto de que falei anteriormente, a pedido de uma Leitora que aqui vem e que muito aprecio, pela sua sensibilidade e cultura:
Nos contos do Decâmeron, de Bocácio, há um que relata a divertida história de Calandrino que se queixava de dores, e o aproveitamento que dele fizeram os seus amigos Bruno e Buffalmacco. Neste conto, os dois companheiros, mais um terceiro, Nelo, convenceram Calandrino que ele engravidara e que deveria, nesse sentido, consultar um médico, o qual participava na patuscada, um tal Dr. Simone. O médico prescreveu-lhe um remédio caro, que ele pagou sem hesitar, aconselhando-o a, de futuro, passar a ter sexo com sua mulher, na velha posição clássica (de missionário), ele por cima, ela por baixo, visto Calandrino costumar dizer que gostava era da posição oposta, com a mulher por cima (e ele deitado). Ora, por essa altura, nos finais da Idade Média, havia a superstição popular, com os ainda escassos conhecimentos médicos existentes, que se um homem durante a sua relação sexual com a sua mulher não adoptasse a tal posição clássica, ele por cima e ela na “natural posição submissa”, debaixo, deitada, arriscava poder engravidar, isto porque a “ciência médica” da altura mantinha que a mulher também possuía testículos (os ovários) que libertavam uma semente, uma espécie de sémen, no momento do orgasmo, concluindo-se assim que se a mulher se encontrava por cima do homem (uma posição que era vista como antinatural à época, por razões de domínio masculino, cultural e religioso), era possível então o homem engravidar. Bocácio, naturalmente, brincava com estas superstições. Havia mesmo textos médicos daqueles tempos que afirmavam que o homem “era produto do testículo direito e do lado direito do útero (que se imaginava dividido), mais aquecidos, ao passo que a mulher era proveniente do testículo e útero esquerdos, onde as temperaturas eram mais baixas” (!).
Hilariante, até mesnmo para os da altura!
P.Rufino


Rosa Pinto disse...

Obrigada P . Rufino. Adoro ler estas historietas. Se tiverem o seu quê de malandrice melhor.

Anónimo disse...

conhecia essa versão de a mulher ser do testículo esquerdo e o homem do direito havendo casos de homens que chegavam a fazer uma ablação do esquerdo para não terem descendentes femininos. aquelas tretas das heranças e do poder. verdade? mentira? não sei. apenas sei que nos idos anos 80 o meu professor de psicologia a social a descrevia já não sei em que contexto. podia ir ver aos apontamentos que tenho das aulas dele que guardo religiosamente de tão magnãnimes que são. grande homem e não reconhecido.

GG