segunda-feira, maio 25, 2015

Jazz na relva. E, para se refrescarem, os pimentinhas brincam com canhões.


No post abaixo, completei o meu Astrocopos - cocktails para todos os signos (bons a valer, pelo menos pela descrição e pela adaptação do meu, que já experimentei). Mais abaixo, mostrei um belo mural que fotografei em Alcântara da autoria do artista de rua Bordalo II. Quem puder por lá passar, vai gostar: é uma maravilha.

Mas isso é lá mais em baixo. Aqui, agora, a conversa é outra. Aqui fala-se de esplendor na relva.

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A vida é melhor se for vivida em conjunto, se houver partilha de alegrias, de gostos e desgostos, de sonhos e dissabores, se nos sentirmos ligados por uma rede que amorteça os embates negativos ou que nos abrace sempre que sentirmos que de um abraço estamos precisados. É o que eu sinto - não sou estudiosa da matéria, falo apenas a partir do que me é dado perceber e viver.

Viver fechado em casa, é limitador, isola a pessoa do mundo, não dá saúde nem física nem espiritual - acho eu. Pelo contrário, vir à rua, viver em comunidade, gostar de estar inserido na sociedade (seja de que forma for), e ver a natureza, sentir o sol, estar perto dos outros, desfrutar do que de bom a vida tem, é gratificante, faz a pessoa sentir-se disponível para acolher a felicidade que, volta e meia, passa por perto.

Esta tarde de domingo fui - em bando, como é costume - ouvir jazz nos jardins da Torre de Belém.







O relvado estava cheio, o tempo estava quente, o ambiente do mais descontraído que se possa imaginar. E os meninos jogaram à bola, e lancharam, e a música estava no ar. E acredito que a vida talvez não corresse bem a toda a gente que ali estava mas a verdade é que todos quanto ali estavam pareciam sorrir, ou olhar os outros ao seu lado com bonomia e descontracção.




Claro que, ao ver agora as fotografias, reparo no que na altura não reparei, que é tudo gente muito nova que eu e que, às tantas, eu e o meu marido éramos as pessoas mais velhas que ali estavam mas, olhem, se assim foi, nem dei por isso e, se não dei por isso, é porque me senti lá muito bem. Descalcei-me, e ali estive sentada na relva, na boa, ao sol, a ouvir a música, a ver os sorrisos que me aconchegam a alma.

E, volta e meia, aos meus meninos, dá-lhes um arrebatamento de afecto e abraçam-se. O mais pequeno adora o primo mais velho e, no meio da maior brincadeira, dá-lhe abraços. E o mais crescido também adora o primo bebé. As cenas de afecto entre eles são uma ternura.




Mas depois pôs-se muito calor e fomos para a Torre e para a beira do rio. As cores, o azul das águas e do céu, o verde das margens, a beleza das construções antigas, o veleiro que deslizava tranquilamente - tanta paz. Que sorte temos por vivermos num país tão belo.




Mas, nessa altura, os pimentinhas viram os canhões e foi aquela festa. Treparam logo, brincaram, a alegria do costume. Claro que, vendo-os ali juntinhos, corremos logo para ver se conseguíamos uma fotografia de grupo. Mas claro que isso era querer muito, logo ela quis sair, outro também, outro queria olhar para outro lado, etc. Mas ficam engraçadas na mesma, estas nossas desengonçadas fotografias de família.




E treparam, e inventaram guerras e dispararam canhões, e fizeram perguntas e aprenderam, e divertiram-se. 







E, enquanto isso, as meninas crescidas, em cima de outro canhão, à sombra, puseram a conversa em dia porque cada bocadinho é bom para fazer planos, trocar experiências, conversar e rir.

E depois cada um foi à sua vida e já passava das sete da tarde e o calor estava mais brando e vinha uma aragem fresca do rio e eu ainda fui dar um passeio pela beira-mar. E depois vim para casa, e fiz sopa e assei um lombinho de porco no forno com tempero de azeite, alho, louro, alecrim e tomilho limão, e arrumei o que estava a precisar de ser arrumado que esta segunda-feira é um novo dia e a vida continua.

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Quem tocou no Jardim da Torre de Belém, neste MEO Outjazz foi o Ciro Cruz Quintet mas não coloco aqui porque as gravações que encontrei não dão bem a ideia com que fiquei no local. Por isso, lá em cima, é Abdullah Ibrahim a interpretar Little Boy

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Nota:

Se alguma das pessoas que aparece nas fotografias não quiser aqui ver-se, deverá enviar-me um mail solicitando que retire a fotografia em causa.

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Relembro que, descendo, há mais dois posts: um com as bebidas adequadas a cada signo do Zodíaco e, a seguir, um mural fantástico do nosso grande Bordalo II.

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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela semana a começar já esta segunda-feira. 
Sorte e felicidade para todos.

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