domingo, setembro 21, 2014

Ai Passos Coelho, Passos Coelho mas que desmemoriado que V. está... Então não se lembra se durante dois anos, 12 meses por ano, recebeu 5.000 euros por mês para angariar clientes para a Tecnoforma enquanto era deputado em regime de exclusividade... ? Mas porque será...? Recebe resmas de verbas dessa ordem, paletes, rios de dinheiro que agora sabe lá precisar se também o recebeu quando não podia?


No post abaixo já mostrei o vídeo da campanha das primárias relativo ao candidato Seguro, uma coisa de fazer chorar as pedras da calçada. Aqui na minha sala tudo chora, a cadeira, a mesa, o candeeiro, o tapete, tudo de lágrima no canto do olho. Não deixem de ir espreitar pois não apenas tenho esse grande momento de publicidade política como partilho convosco algumas das minhas perguntas ao Tozé.

Mas aqui a conversa é outra. Saio da fome para a vontade de comer, do roto para o nu, ou seja, vou de mal a pior.


Agora falo de Passos Coelho.

Ouvi-o há pouco na televisão: com aquela careta de santinho de pau carunchoso, respondia ao jornalista dizendo que já não se lembrava do que agora veio a lume e, nem percebi porquê, remetia para a Assembleia da República, talvez para que fossem ver se, nessa altura, estava mesmo em regime de exclusividade. Ouvi também que recebia o equivalente a cerca de 5.000 euros por mês para angariar clientes para a Tecnoforma. Parece que estava em regime de exclusividade mas, ó meus amigos, mesmo que não estivesse - que sentido faria que este estadista de mão cheia, enquanto estava a defender os superiores interesses do País, estivesse ao mesmo tempo a arranjar clientes para a Tecnoforma...?




Contactado nesta quinta-feira pelo PÚBLICO, o fundador e então principal accionista da Tecnoforma, Fernando Madeira, que em 2012 não quis prestar quaisquer declarações sobre a existência de pagamentos a Passos Coelho naquele período, afirmou: “Estou convencido de que ele recebia qualquer coisa, mas não posso falar em valores porque não posso provar nada. Agora se era para pagar deslocações, telefonemas ou coisas parecidas, não sei.”




O ex-dono da Tecnoforma, antigo patrão de Passos Coelho, admite que criou uma ONG com o objectivo de candidatar projectos a financiamento comunitário, que depois teriam a participação da sua empresa. Passos abria "todas" as portas para estes negócios, garantiu à Sábado.


Fernando Madeira, que foi ouvido no final do ano passado pelo Ministério Público - no âmbito de uma investigação de projectos de formação profissional pagos à Tecnoforma com fundos comunitários -, conta à Revista Sábado que Passos Coelho era uma peça-chave naquele processo.



O ex-sócio maioritário da Tecnoforma refere que o actual primeiro-ministro chamou para fazer parte dos órgãos sociais do Centro Português para a Cooperação - uma organização não-governamental (ONG) financiada pela Tecnoforma - "pessoas com influência", como o então líder parlamentar do PSD, Luís Marques Mendes, e os também social-democratas Ângelo Correia e Vasco Rato (nomeado recentemente pelo Governo para presidir à Fundação Luso-Americana). 


Fernando Sousa, na altura deputado do PS, e Eva Cabral (então jornalista do Diário de Noticias e actualmente assessora do primeiro-ministro) estiveram igualmente na fundação desta ONG.





Em entrevista à Revista Sábado, Fernando Madeira diz que o objectivo de Passos Coelho em rodear-se de personalidades influentes era "abrir ou facilitar a vinda de projectos para a ONG no âmbito da formação profissional e dos recursos humanos, e que depois esses projectos pudessem ter a participação da Tecnoforma".

O empresário garante que Passo Coelho sabia que a ONG era criada com esse intuito e conta pormenores de um encontro com o então comissário europeu João de Deus Pinheiro e de um negócio fechado com Isaltino Morais.

"O projecto precisava também da aprovação de Isaltino, era o presidente da Câmara de Oeiras. O Pedro desbloqueou isso, fez o papel que se esperava dele. Tivemos uma reunião com o Isaltino Morais que aprovou o projecto e foi essencial para a candidatura a um programa financiado pela União Europeia", exemplifica.


Fernando Madeira não se recorda se pagava a Passos Coelho e, segundo a revista, durante a entrevista fez parar o gravador nesta questão durante 13 minutos. Na altura em que presidia à ONG, o actual primeiro-ministro era deputado em regime de exclusividade no Parlamento, lembra a Sábado.



Palavras para quê?

Dá para perceber a entourage em que o menino se movimenta(va), não dá? E dá para perceber os estreitos laços que desde sempre unem o Láparo ao Arautozito do Regime, certo?


É este o Primeiro-Ministro do meu País, um País infestado por toda a espécie de comentadores, avençados, papagaios, meliantes, parasitas, fala-baratos, meninos da lágrima, advogados por conta, jornalistas assessores, baratas, pessoal de alterne.


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E agora desçam, por favor, até ao vídeo mais infeliz de que há memória: Roubaram o cravo ao António. Uma coisa que ficará para a história dos Tesourinhos Deprimentes.


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A maioria das imagens provém, uma vez mais, do blogue We Have Kaos in the Garden.


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1 comentário:

Anónimo disse...

O Expresso on-line de hoje também trata deste assunto. É extraordinário e pena que só agora se investigue este assunto, politicamente - fiscal e penal - grave.
Esta geração de políticos, onde incluo Sócrates e alguns dos seus ministros, são gente sem valores, sem critérios morais, uma cambada amoral, sem princípios éticos, onde vale tudo até tirar olhos! Serviram-se dos Partidos para obter “jobs”, influências e outras traficâncias e uma vez no Poder marimbam-se para o interesse geral. E dali saem para boas empresas, bancos, etc, a quem ajudaram ou favoreceram durante as estadias nos Executivos. Uma corja de corruptos, uma boa parte deles. E o PSD ainda se queimará e muito com estes casos, para já nem falar dos anteriores (ligados ao BPN).
Pena que a Oposição/PS esteja a desperdiçar energias com combates internos, em vez de se concentrar em desmascarar este Governo.
P.Rufino