domingo, setembro 21, 2014

Os pimentinhas a darem no duro - 'de pequenino se torce o pepino' ou 'o trabalho do menino é pouco mas quem o despreza é louco'


A hora vai avançada mas, antes de me atirar a este, deixem que vos diga que já vou no terceiro. Sou assim: um é pouco para mim, dois está quase lá, mas três é que é mesmo bom. O pior é o sono, senão ainda ia ao quarto.

O que se segue a este tem a ver com os lapsos do láparo que desgoverna a luso-toca. Diz que colaborará com as averiguaçõese que isto, aquilo e o outro, a voz sempre bem colocada, sempre disfarçado de bom menino, sempre, mas o olhinho já lhe vai descaindo, a marca da culpa a começar a pesar-lhe. Não tarda vem outra vez pedir desculpa, como deve andar a mandar os outros fazerem, e como fez, o descarado, na primeira vez que subiu os impostos.

A seguir a esse post, lá mais para baixo, tenho outro artista, isto hoje deu-me com força, e outro pimba: o menino da lágrima a quem roubaram o cravo. Um história lancinante: um cravo raquítico que a custo conseguiu medrar e que era para ser colhido pelo artolas que andou a regá-lo e que, afinal, vai acabar na lapela de um flausino. Ui. O biquinho que o tadinho do menino da lagrimita agora anda a fazer, ui ui, piu piu. Piu.

Mas tudo isto é a seguir a este. Aqui, agora, a conversa é outra. Muito outra. Segue-se, pois, um post verde, despoluido, amigo do ambiente. Nada de gente que só vive bem na piolheira. 


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No esfolar do rabo é que está o complicado. Quase tudo pronto mas parece nunca mais acabar. Refiro-me à casa velha-nova do meu filho. Mas todos ajudam e os pimentinhas não querem outra coisa. Os manos rapazes só pensam em ir para ajudar nas obras da casa do tio. Os filhos do dono da obra nem será tanto pela obra em si mas, sobretudo, por estarem com os primos naquele ambiente, ao ar livre, com muito por onde mexer. Pintam, apanham pedras, levam água para fazer cimento, vão buscar areia. Sentem-se úteis, sentem liberdade de movimentos. 

Este sábado, por sua alta recriação, resolveram fazer um caminho ou um murinho, não sei. O que sei é que fizeram uma cama de areia, assentaram tijolo e, no fim, decoraram-no com laranjas que tinham caído da laranjeira e que antes tinham posto num montinho.

Mas se todos contribuem, trabalham e se ajeitam lá entre eles enquanto os adultos trabalham, tenho que aqui fazer justiça. Há um que se destaca: o ex-bebé. Ainda nem completou os três anos e meio mas já é um homem de trabalho. Não apenas pinta muros, e pinta bem, como depois resolve fazer ele próprio as suas construções. Pouca conversa e muita acção. Temos engenheiro.

Exemplifico com um trabalho desta jornada. Tirei fotografias com o principal autor e fautor ao pé da sua obra, ele entre o tímido e o contente pelos meus elogios. Claro que os outros foram a correr para também ficarem bem no retrato, alegando que também tinham contribuído. É justo.

Aqui não os mostro de frente, orgulhosos, como estão nas fotografias. Mas mostro a obra e mostro-os de costas, atarefados, felizes.


Era difícil mostrar o murinho (ou do caminho?) em toda a sua extensão
sem perder a visibilidade das laranjas pelo que mostro apenas o troço final


A prima na ajuda, trazendo a areia,
sob supervisão do engenheiro, o ex-bebé e ex-Rinaldo


O primo crescido resolveu aproveitar e fazer uma obra de arte a meio da construção,
uma escultura com tijolos e cimento ,
e a prima acompanha de perto a execução da peça


O grande trabalhador equipado a rigor, como sempre atirado ao trabalho


O mais pequeno com o pai, para lá a pé, o carrinho cheio,
para cá, já montado no carrinho que já vinha vazio



Depois dos trabalhos, há lavagem de mãos com a mangueira e sentamo-nos nos degraus da escada que vai do quintal para a cozinha (a casa ainda está impraticável para convívio). Abro a geleira e tiro os iogurtes, as sandes, a broa com chouriço, os sumos. A minha filha trouxe bolos de arroz e menina plim-plim ofereceu o bolo que tinha feito de manhã com o pai, um bolo de chocolate, misto de panqueca e pizza. Quando a tia perguntou, Mas falta aqui qualquer coisa, não...?, o irmão respondeu-lhe: Mas achas que eu sei como é que se faz um bolo? Fiz como ela disse. Ela é a bonequinha mais linda que fez há pouco quatro anos. Não sei se tinha açúcar ou se tinha ovos, eu diria que não mas não sei. Mas os pimentinhas adoraram. Quando me vim embora (para vir tomar banho e depois ir a casa dos meus pais), estavam eles a comer o bolo como se não houvesse amanhã.

Dias felizes.


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Depois disto até me custa relembrar que a seguir há mais. Mas relembro embora com aviso: vão com máscara de oxigénio porque a seguir o ambiente não é lá muito puro: um láparo de má catadura e um piu-piu sonso a quem roubaram uma flor.



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A música é Light Of The World interpretado pelo African Children's Choir 


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Desejo-vos, meus Caros Leitores, um belo dia de domingo!


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