A suiça Milo Moiré não faz por menos.
Se toda ela é arte, então a coisa é literal: toda ela é arte, toda ela é agente e suporte da sua peculiar arte.
Corpo incluido.
![]() |
Ora escreve na pele e vai para a rua, ora enfia ovos com tinta e os expele pela vagina, num parto artístico como não há memória.
Escreve ela sobre a sua performance na entrada da feira de arte Art Colónia, na Alemanha, durante a qual põe ovos coloridos, qual galinha de ovos da Páscoa que, ao rebentarem, vão colorindo a tela :
What the spectators are about to expect, is the compressed birth of a piece of art.
Slowly the egg leaves the natal canal of the artist and smashes on the canvas, red colour flows out.
![]() |
The next egg contains another colour and so bit by bit, accompanied only by loud "Plops", an abstract art work originates -- archaically, uncontrollably and intuitively. At the end of this almost meditative art birth performance the stained canvas is folded up, smoothed and unfolded to a symmetrically reflected picture, astonishingly coloured and full of strong because universal symbolism.
The "PlopEgg Painting" itself releases a loose chain of thoughts -- about the creation fear, the symbolic strength of the casual and the creative power of the femininity.
A comparison to wild associations arises and by the intensity of the seen and experienced, one becomes clear: the art needs like so often the corporeity to be able to manifest itself.
"The PlopEgg Painting Performance # 1 - A Birth Of A Picture"
A Milo Moiré Performance @ The Opening of Art Cologne
(O vídeo sem censura poderá ser visto no site da artista mas, enfim, pouco acrescenta ao insólito).
_
Vejo isto e fico sem grande reacção. A pensar em alguma coisa seria qualquer coisa como: há com cada maluco...
Mas a verdade é que esta ideia da Milo Moiré é mesmo extraordinária. Nem se poderá aplicar a célebre expressão: uma ideia do c... mas, sim, e acho que deve passar a ser uma expressão tão corrente quanto a correspondente masculina: uma ideia da vagina...!
Uma obra de arte a ser dada à luz e pelas vias naturais: qual cesariana, qual carapuça.
Tal como referi em epígrafe: o Julião Sarmento, o Cabrita Reis, o Calapez e esses que acham que são muito moderninhos a ver se têm destas ideias. É o tens.
*
4 comentários:
Mundo artístico no seu melhor!
E o Pricasso,já conheçe?
http://youtu.be/Tlmpuq3u9TQ
Divirta-se!
Pim
C'os diabos, nunca tinha ouvido falar da dita Milo, mas parece imaginativa e divertida. Lá está, convém vir até aqui (este Blogue) para sabermos como param as modas.
Uma vez, em Moscovo, vi uma rapariga a tentar demonstrar como pintar - nua - com os pés. Ora bem, se era com os pés, bem podia estar vestida. Embora, o estar nua não, pelo contrário, me tenha tirado do sério, ou seja, como ela pintava...com os pés. Até porque era bem bonita. Talvez daí o sucesso que, ao que ouvi depois, terá tido.
Mas, é curioso ver até onde a imaginação pode levar as pesssoas...a pintar.
Sobre a Pintura Moderna e as que a antecederam, pronuncio-me noutra oportuna ocasião. Embora nada tenha a obstar, mantenho um respeito maior pelo antes do que pelo actual. Pela simples razão de que. E tenho dito (e, como dizia o "outro", "dou o dito por não dito").
P.Rufino
Olá Anónimo,
Penso que foi a si que já agradeci o Pricasso, o tal que deve ter um pénis de palha de aço (para conseguir pintar tanto, tanto, tanto com ele e não o gastar).
Se a criatura não fosse toda tão pimba, da cabeça aos pés, ainda poderia olhar para as 'obras de arte' com alguma compaixão. Mas, assim, com aquele aspecto, o facto de pintar com um instrumento tão peculiar quase é pormenor...
:)
Olá P. Rufino,
Pois estou a ver que afinal a Milo não foi especialmente inovadora pois há muitos mais malucos como ela (a começar pelo Pricasso do comentário acima do seu, o tal que parece que, de aspecto, é primo da Ana Malhoa ou outras estrelas do nacional cançonetismo).
Isto da arte tem o que se lhe diga e, portanto, vou na sua e fico-me por aqui.
Saudações cordiais!
Enviar um comentário