terça-feira, abril 22, 2014

Eu gostava era de ver o Cabrita Reis ou o Julião Sarmento a fazerem o mesmo que a Milo Moiré que pinta expelindo ovos com tinta pela vagina, numa the PlopEgg. Eu queria era ver se disso eles eram capazes... É o és! O costume: só garganta. [Não sei se devo alertar que este post contém um vídeo com imagens que podem influenciar os mais afoitos ou os macaquinhos de imitação...]


A suiça Milo Moiré não faz por menos. 

Se toda ela é arte, então a coisa é literal: toda ela é arte, toda ela é agente e suporte da sua peculiar arte.

Corpo incluido. 




Ora escreve na pele e vai para a rua, ora enfia ovos com tinta e os expele pela vagina, num parto artístico como não há memória. 

Escreve ela sobre a sua performance na entrada da feira de arte Art Colónia, na Alemanha, durante a qual põe ovos coloridos, qual galinha de ovos da Páscoa que, ao rebentarem, vão colorindo a tela :


What the spectators are about to expect, is the compressed birth of a piece of art. 

Slowly the egg leaves the natal canal of the artist and smashes on the canvas, red colour flows out. 


The next egg contains another colour and so bit by bit, accompanied only by loud "Plops", an abstract art work originates -- archaically, uncontrollably and intuitively. At the end of this almost meditative art birth performance the stained canvas is folded up, smoothed and unfolded to a symmetrically reflected picture, astonishingly coloured and full of strong because universal symbolism.

The "PlopEgg Painting" itself releases a loose chain of thoughts -- about the creation fear, the symbolic strength of the casual and the creative power of the femininity. 

A comparison to wild associations arises and by the intensity of the seen and experienced, one becomes clear: the art needs like so often the corporeity to be able to manifest itself. 


"The PlopEgg Painting Performance # 1 - A Birth Of A Picture"

A Milo Moiré Performance @ The Opening of Art Cologne




(O vídeo sem censura poderá ser visto no site da artista mas, enfim, pouco acrescenta ao insólito).

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Vejo isto e fico sem grande reacção. A pensar em alguma coisa seria qualquer coisa como: há com cada maluco...

Mas a verdade é que esta ideia da Milo Moiré é mesmo extraordinária. Nem se poderá aplicar a célebre expressão: uma ideia do c... mas, sim, e acho que deve passar a ser uma expressão tão corrente quanto a correspondente masculina: uma ideia da vagina...!

Uma obra de arte a ser dada à luz e pelas vias naturais: qual cesariana, qual carapuça. 

Tal como referi em epígrafe: o Julião Sarmento, o Cabrita Reis, o Calapez e esses que acham que são muito moderninhos a ver se têm destas ideias. É o tens. 

*

4 comentários:

Anónimo disse...

Mundo artístico no seu melhor!
E o Pricasso,já conheçe?
http://youtu.be/Tlmpuq3u9TQ
Divirta-se!
Pim

Anónimo disse...

C'os diabos, nunca tinha ouvido falar da dita Milo, mas parece imaginativa e divertida. Lá está, convém vir até aqui (este Blogue) para sabermos como param as modas.
Uma vez, em Moscovo, vi uma rapariga a tentar demonstrar como pintar - nua - com os pés. Ora bem, se era com os pés, bem podia estar vestida. Embora, o estar nua não, pelo contrário, me tenha tirado do sério, ou seja, como ela pintava...com os pés. Até porque era bem bonita. Talvez daí o sucesso que, ao que ouvi depois, terá tido.
Mas, é curioso ver até onde a imaginação pode levar as pesssoas...a pintar.
Sobre a Pintura Moderna e as que a antecederam, pronuncio-me noutra oportuna ocasião. Embora nada tenha a obstar, mantenho um respeito maior pelo antes do que pelo actual. Pela simples razão de que. E tenho dito (e, como dizia o "outro", "dou o dito por não dito").
P.Rufino

Um Jeito Manso disse...

Olá Anónimo,

Penso que foi a si que já agradeci o Pricasso, o tal que deve ter um pénis de palha de aço (para conseguir pintar tanto, tanto, tanto com ele e não o gastar).

Se a criatura não fosse toda tão pimba, da cabeça aos pés, ainda poderia olhar para as 'obras de arte' com alguma compaixão. Mas, assim, com aquele aspecto, o facto de pintar com um instrumento tão peculiar quase é pormenor...

:)

Um Jeito Manso disse...

Olá P. Rufino,

Pois estou a ver que afinal a Milo não foi especialmente inovadora pois há muitos mais malucos como ela (a começar pelo Pricasso do comentário acima do seu, o tal que parece que, de aspecto, é primo da Ana Malhoa ou outras estrelas do nacional cançonetismo).

Isto da arte tem o que se lhe diga e, portanto, vou na sua e fico-me por aqui.

Saudações cordiais!