Não estou a começar o ano com temas promissores, bolas! Abaixo escrevi sobre a Mensagem de Ano Novo de Cavaco Silva, coisa mais chata não podia haver.
E agora, aqui, também não é um tema espampanante. Espero que não se zanguem comigo por acharem que podia escolher temas mais promissores.
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Música, por favor
O meu amor, aqui no musical Ópera do Malandro, com Marieta Severo e Elba Ramalho
(A versão Maria Bethânia ou está interdita ou são gravações sem qualidade)
O meu amor, aqui no musical Ópera do Malandro, com Marieta Severo e Elba Ramalho
(A versão Maria Bethânia ou está interdita ou são gravações sem qualidade)
Quando um dia, durante um fim de semana, no verão de 2010, me deu para experimentar como se fazia um blogue, desconhecia praticamente tudo deste mundo. Não era então, como não sou hoje, dada a redes sociais e não conhecia quase nenhuns blogues.
Tinha curiosidade sobretudo por motivos profissionais. Falava-se, então, que, para além de site institucional, era bom estar-se nas redes sociais, que era coisa fácil de fazer e, curiosa, resolvi espreitar.
Fui ao google pesquisar como se fazia, daí entrei no blogger, e, não tendo ideia nenhuma em mente (não me passava pela cabeça dar continuidade à coisa), apareceu-me logo à cabeça o pedido de um título. Como nesse dia, no carro, tínhamos ouvido o 'O meu amor' pela Maria Bethânia e o meu marido andava pela casa a cantar essa canção, sem sequer pensar, escrevi 'Um Jeito Manso'. Depois fui percorrendo os vários passos, preenchendo-os como me parecia mais lógico.
A primeira imagem no frontispício do Um Jeito Manso |
Quando, na configuração/desenho do blogue, me apareceu a possibilidade de juntar uma imagem, lembrei-me de lá colocar uma daquelas meninas de Balthus que têm um ar entre o inocente e o perigoso. Depois, quando me apareceu 'Sub-Título', nem sabia como isso apareceria mas, para experimentar, escrevi a primeira coisa que me veio à cabeça, 'Há palavras que nos beijam como se tivessem boca', pois gosto muito desse poema do O'Neill, até o tenho serigrafado nuns azulejos lá in heaven.
Quando dei por mim, o blogue estava feito e no ar.
Para aquilo ter algum conteúdo, e até para ver o que acontecia, escrevi nesse primeiro dia: "Sem plano, sem guião, sem preconceito, sem objectivo. Uma experiência apenas. Talvez comentários sobre o que for presenciando ou sobre o que penso. Umas vezes relatos reais, outras ficção. Vamos ver."
A partir daí, por graça e porque gosto de escrever, todos os dias ou quase, lá escrevia qualquer coisa. Até hoje.
Para aquilo ter algum conteúdo, e até para ver o que acontecia, escrevi nesse primeiro dia: "Sem plano, sem guião, sem preconceito, sem objectivo. Uma experiência apenas. Talvez comentários sobre o que for presenciando ou sobre o que penso. Umas vezes relatos reais, outras ficção. Vamos ver."
A partir daí, por graça e porque gosto de escrever, todos os dias ou quase, lá escrevia qualquer coisa. Até hoje.
Um dia escrevi uma coisa que não era especialmente branda e achei que o sub-título poderia induzir em erro e, vai daí, fui lá e acrescentei às palavras de Alexandre O'Neill : 'outras nem por isso', não estivessem os leitores à espera de um blogue dado apenas a coisas doces e aparecer-lhes palavreado capaz de deixar alguns amargos de boca. Não gosto de publicidade enganosa.
Se fosse hoje e fosse fazer um blogue novo, certamente não escolheria este nome e este sub-título - pela simples razão de que, em coisas deste género, sem grande responsabilidade, geralmente faço a primeira coisa que me ocorre e é pouco provável que me ocorra duas vezes seguidas a mesma coisa.
A que propósito vem isto, perguntarão vocês?
Eu explico. Há pouco, ao dar uma vista de olhos à estatística das visitas do dia, reparei que havia várias entradas provenientes de um blogue que desconhecia. Fui ver e reparei que num post, nas escolhas do autor, entre várias outras coisas estava a seguinte referência:
. Blogue assim-assim com o título mais pífio e o subtítulo mais fatela.
Ri-me logo porque percebi que era o meu pobre UJM que assim tinha sido classificado. Cliquei no link e, de facto, confirmava-se. Se estivéssemos no mercado, eu diria que mais vale mal falado do que não falado. Mas fica uma sensação um pouco estranha. Alguém está a levar-me mais a sério do que eu própria me levo e enumera-me entre as suas escolhas para o melhor e para o pior.
Seja como for, tenho que agradecer a referência e só tenho pena de não ser capaz de fazer um blogue melhor do que assim-assim, nem ter um nome tão inspirado como o que autor (que assina como Plúvio) escolheu para o seu próprio blogue: Chove
Eu explico. Há pouco, ao dar uma vista de olhos à estatística das visitas do dia, reparei que havia várias entradas provenientes de um blogue que desconhecia. Fui ver e reparei que num post, nas escolhas do autor, entre várias outras coisas estava a seguinte referência:
. Blogue assim-assim com o título mais pífio e o subtítulo mais fatela.
Ri-me logo porque percebi que era o meu pobre UJM que assim tinha sido classificado. Cliquei no link e, de facto, confirmava-se. Se estivéssemos no mercado, eu diria que mais vale mal falado do que não falado. Mas fica uma sensação um pouco estranha. Alguém está a levar-me mais a sério do que eu própria me levo e enumera-me entre as suas escolhas para o melhor e para o pior.
Seja como for, tenho que agradecer a referência e só tenho pena de não ser capaz de fazer um blogue melhor do que assim-assim, nem ter um nome tão inspirado como o que autor (que assina como Plúvio) escolheu para o seu próprio blogue: Chove
Mas, enfim, quem dá o que pode, a mais não é obrigado, certo?
Relembro: sobre o que me apraz dizer sobre a mensagem de Cavaco Silva (que, segundo tenho estado a ouvir os comentadores, foi quase unanimemente considerada uma coisa rígida, seca, pouco animadora, medrosa, pouco empática) é descerem um pouco mais. Apenas o Luís Delgado compreende o discurso: diz que foi um discurso neutro porque Cavaco Silva entrou em modo 'português suave', 'não quero chatices'. Certo.
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Relembro: sobre o que me apraz dizer sobre a mensagem de Cavaco Silva (que, segundo tenho estado a ouvir os comentadores, foi quase unanimemente considerada uma coisa rígida, seca, pouco animadora, medrosa, pouco empática) é descerem um pouco mais. Apenas o Luís Delgado compreende o discurso: diz que foi um discurso neutro porque Cavaco Silva entrou em modo 'português suave', 'não quero chatices'. Certo.
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A ver se ainda cá volto como uma coisa mais apropriada ao pós réveillon.
15 comentários:
Este "Chove" é um "foleiro". Lá li as avaliações do marau e dá para entender o que é a figura.
Um Ano com Saúde!
P.Rufino
P. Rufino,
O que me intriga no inspirado nome do blogue dele, o 'Chove', é se não soará um bocado fora de propósito em dias de sol radiante.
Ou será que criou o blogue quando a Ministra Cristas pediu à Nossa Senhora para chover e ele quis ser simpático com ela (ela a Cristas, claro)?
é a opinião dele, válida como tal (ahhh como adoro esta frase)
confirma-se , só dá treinadores de bancada, se ele mencionasse que tinha o pasquim " Expresso" como leitura semanal , isso é que era uma crítica construtiva
Olá Caro Anónimo,
Já me fez rir logo de manhã. Você gosta mesmo de me provocar. Que embirração a sua com o Expresso... Aqui em casa é a mesma coisa. Qualquer dia tenho que o ler às escondidas.
Alegra-o se eu lhe confessar que só leio mais do que em diagonal as crónicas do Ricardo Costa...?
Um bom dia e um boa Ano Novo para si!
bom ano para si, e escreva faça chuva (hic) ou sol (hic), ainda estou de ressaca
a melhor frase de fim de ano que vi:
O melhor da passagem de ano são as doze passas. Legalize it!:)
de todos os comentadores do seu blog, o que me identifico mais, é com o P.Rufino (se bem que muito mais refinado ) , os outros comentadores é assim tudo muito "beijinho".
http://videos.sapo.pt/NWkuKfFFQ1zJZk4L54Pz
Querida Jeitinho
Há gente que é uma "SECA" e devia ir ver se "CHOVE"
Achei imensa graça à descrição da estreia do seu blog e encontrei algumas semelhanças com a minha aventura de "comentadora".
Um dia uma prima minha chamou-me burra por ainda não viajar na Net e apesar de ser uma chata, agradeço-lhe do coração a brutalidade. Cheguei a casa e disse solenemente: Amanhã vou procurar quem me inicie nesta coisa, ou eu não me chame...
E assim foi, em 3 ou 4 aulas aprendi o suficiente para andar por aqui a coscuvilhar (e esquecendo o resto que me ensinaram) passar a ser cliente frequente.
Procurei os blogs de que mais ouvia falar e dei comigo a escrever um comentário. Como não gosto muito de anonimatos e me pediam um nome, fiquei ai ai ai, o que é que eu ponho, olha ERA UMA VEZ, afinal estou aqui para ouvir o que os outros têm para me contar.
Eu sei que não é uma coisa muito original mas foi assim, sem pensar.
A verdade é que já me deu muitas alegrias, abriu caminhos, e recebeu estímulos.
Depois através de uns fui descobrindo outros e um dia "mansamente" entrei por aqui adentro juntando-me a uma festinha...e resolvi trazer umas tortas de Azeitão.
E hoje, é neste jeito manso que me aconchego muitas vezes,nesta tertúlia ora doce, ora bem agressiva de quem chama as coisas pelo nome certo.
Se este ano criar o meu espaço...esperarei por vós quer "chova" quer faça sol.
BOM ANO!!!
Em tempo de "coisas" doces há sempre espaço para uma receita para fazer um blogue.
Abraço
Quanto a mim enganou-se num dos qualificativos da cavacal mensagem: do pouco que ouvi pareceu-me mais "merdosa" do que "medrosa"!
Beijinho
Sou leitor regular do blogue, o que não é coisa pouca, tendo em conta que tenho reduzido drasticamente os blogues que leio. Gosto do estilo da escrita, da ousadia nas opiniões, que nem sempre partilho, da diversidade temática. Apenas me queixo da forma, que não facilita a leitura. É caso para dizer que este blogue não é para velhos... mas, mesmo assim, cá volto quase diariamente.
Um bom ano.
Olá P. Rufino,
Gostos não se discutem e se é o que ele acha, eu respeito. Penso é que ele, se calhar, pensou que faço as coisas de forma estudada e não foi o caso. O título e sub-título saíram assim...
Quando a qualidade, vou tentar que seja melhor do que assi-assim.
Um Bom Ano para si, com muita saúde e alegria.
Olá Erinha,
Muito obrigada. É também com muito prazer que sempre recebo a sua visita e as suas palavras sempre tão carinhosas.
Escrevo aqui com gosto, umas vezes para dar a minha opinião, outras para divulgar as minhas ideias, os meus gostos. Faço o que posso e como sei. É certo que, fazendo-o sempre tarde e más horas, pode acontecer que não saia grande coisa. Mas, enfim, não sou perfeita, não é...?
Obrigada.
Beijinhos.
Olá jrd,
As suas palavras sempre naquele registo minimalista que me faz sorrir.
Um abraço.
Olá lino,
Estava a escrever enquanto ouvia os comentadores e muitos foram os adjectivos usados por eles: as palavras eram todas do mesmo género. Foi uma mensagem que não animou ninguém, é um facto.
(Ninguém, talvez não, corrijo: animou o pessoal da coligação)
Um abraço.
Olá José Catarino,
Sei que é exigente e sei a qualidade da sua escrita pelo que me honram as suas palavras.
muito obrigada.
Acha que é de difícil leitura? Porquê? Bonecada a mais? Ou a letra que não se vê bem?
No outro dia, uma pessoa que costuma ler no telemóvel, disse-me que algumas cores, no telemóvel, não resultam bem.
Gostava de saber em que posso corrigir.
Agradeço.
Um feliz 2014 também para si!
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