sábado, maio 04, 2013

O que vai Paulo Portas dizer aos portugueses no domingo, na sequência do último ataque com napalm que Passos Coelho perpetrou contra funcionários públicos, pensionistas, futuros pensionistas e todos os portugueses, em geral? Eu antecipo.


No post abaixo, correndo o risco de a desiludir, respondo a uma Leitora, explicando e mostrando o que têm sido estes meus dias, aqui, in heaven.

Mas aqui, neste texto, a conversa é outra.




Li no Expresso que Paulo Portas vai falar no domingo para se pronunciar sobre as medidas anunciadas pelo primeiro ministro do desGoverno de que faz parte.

Não é difícil imaginar qual o número que se prepara para fazer. Já não é a primeira vez. É, aliás, um triste e maçador déjà vu. Já quando foi a 'cena' da TSU apareceu-nos com a célebre rábula Se querem saber se eu gostei, não, não gostei, se querem saber se eu protestei, sim, eu protestei.

Diria eu que são rábulas inúteis mas, se calhar, ele tem razão: as pessoas são muito manipuláveis. Assim o provam as sondagens onde, inexplicavelmente, a popularidade dele consegue manter-se quase imaculada, como se não fosse tão responsável pelo que se está a passar como Vítor Gaspar ou Passos Coelho.

E, portanto, uma vez mais na mesma onda, deve vir repetir a gracinha.




Com o conhecido gosto que tem pela encenação, todo ele teatralidade, deve vir outra vez, de ar compungido, fazer-se passar por grande estadista e dizer, de forma sentida e sincopada, qualquer coisa como:

Os portugueses conhecem-me. Antes dos meus interesses ponho os interesses do meu partido e antes dos interesses do meu partido ponho os interesses do meu país. Os portugueses sabem como me dói o sofrimento por que estão a passar mas sabem também que há momentos em que temos que preservar a unidade política como forma de mantermos a imagem de um Portugal credível junto dos mercados. acredito que os sacrifícios que, uma vez mais, estão a ser exigidos aos portugueses é a única forma de garantirmos a sustentabilidade das contas públicas. Por isso, tanto tenho defendido o crescimento da economia, o desenvolvimento. Bla- bla-bla.

Não há paciência. A isto eu chamo cinismo. Hipocrisia. calculismo. Falta de ética para com aqueles que o elegeram (que, é claro, não foi o meu caso). Falta de sentido de Estado.




Por isso, daqui lhe lanço um desafio. Seja fiel à sua consciência (se ainda a tiver, claro), seja leal para com os seus eleitores, seja patriota, e surpreenda-nos. Dou uma ajuda: se quiser use as minhas palavras à vontade.

Os portugueses conhecem-me. Antes dos meus interesses ponho os interesses do meu partido e antes dos interesses do meu partido ponho os interesses do meu país. Os portugueses sabem como me dói o sofrimento por que estão a passar e por isso saibam que a partir de agora estou do vosso lado e contra o filho da mãe do Passos Coelho e contra o psicopata do Gaspar. Acabou-se-me a pachorra para aturar aqueles piolhosos que sabem menos de números que eu que sou advogado e jornalista, acho que nem a tabuada sabem, uma cambada de ignorantes, uma ignorância que até dói. Se me perguntam se vou voltar a aparar aquelas imbecilidades, digo, não, nunca mais, para aquele peditório já dei demais. Antes ex-ministro com orgulho do que ministro com vergonha. Sim, porque assistir àqueles intermináveis conselhos de ministros é uma coisa que vocês nem imaginam: aquilo é uma vergonha, uma seca, uma palhaçada, um autêntico supositório de açorda. Por isso, Portugueses, daqui vos digo: o Passos Coelho que se lixe, que vá cantar a nini para o polietama, que vá fazer farófias para massamá, que vá para o raio que o parta, que eu me estou nas tintas. O Cavaco que faça agora o papel dele que eu já fiz a minha parte. Acredito na sustentabilidade das contas públicas e no futuro do meu país - mas com o Passos Coelho como empregado temporário. a receber o ordenado mínimo, a fazer a segurança aí numa escola (com o pó que os professores lhe têm, deve receber rapidamente a paga pela m... que tem andado a fazer) e com o maluco do Gaspar internado no Júlio.


Assim, sim. Assim faria um serviço ao País que tanto diz amar.

Como sou uma optimista e acredito na bondade da natureza humana vou ficar à espera que se porte à altura do que o momento exige.


Nota escrita a posteriori: Tenho verificado que este texto tem tido muitas visitas. A quem entre no blogue directamente para aqui, permito-me sugerir também o texto acima.

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As imagens têm origem no blogue We Have kaos in the Garden que, a partir de hoje, integra a galeria lateral de 'Amigos e Ilustres Desconhecidos'.


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Convido-vos ainda a fazerem uma visita ao meu outro blogue, o Ginjal e Lisboa, a love affair. Hoje o dia é dedicado a Ruy Belo, com poesia dita por Luís Miguel Cintra, Lula pena, Elisabete Caramelo  e um poema de Eugénio de Andrade a ele dedicado dito por Mário Viegas. 


Relembro ainda que, se quiserem saber se temos andado a dançar cheek to cheek, aqui in heaven, devem descer até ao post seguinte.


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E, por hoje, só me resta recomendar-vos que não se martirizem a pensar nas ameaças de Passos Coelho. Nada daquilo irá para a frente.

E tenham, meus Caros Leitores, um belo sábado. Haja saúde, sol e alegria!


7 comentários:

JOAQUIM CASTILHO disse...

Olá UJM!

Perfeito! Mas, infelizmente, creio que a sua sugestão não vai ser aceite pelo Paulinho que mais uma vez dar uma cambalhota política e presentear-nos com um tratado de "como passar entre os pingos da chuva sem se molhar" ou melhor "como ser hipócrita sem o parecer"!!!!

um abraço

Bartolomeu disse...

De facto, optimismo é coisa que manifestamente não lhe falta, UJM.
Esperar que o Paulinho tenha esse discurso, é quase como esperar que o D. Sebastião saia finalmente do nevoeiro.
Mas, pergunto eu, do alto da minha imensa ingenuidade: e de que serviria aos portugueses, tanto uma coisa, como outra?
Sim, se o D. Sebastião voltasse do nevoeiro, ou Paulo Portas decidisse, usando de todos os "m"s e "r"s mandar à merda o Vitinho e o Lapin?
Mortinhos para que Paulo Portas tenha um desses "arrufos" estão os "austeristas" governamentais, para se pendurarem da desestabilização política e fazerem dela o cavalo branco do D. Sebastião, resolvendo assim parte da questão popular. Até aquele fulano de Boliqueime iria ficar contentinho, pois passaria a ter mais um motivo para às perguntas dos jornalistas responder; pois eu apelei ao consenso, mas ninguém me ouviu...
Pode ser que entretanto apareça por aí outro Marx, e que seja capaz de construir a tal União Universal dos Trabalhadores.
Isséqueera!!!

Anónimo disse...

Regressado de uma curta ausência de uns 5 dias, onde estive sem Net, cá voltei a ler, com imenso prazer, este seu magnífico e bem humorado Blogue.
E gostei deste seu Post! Grande Post! E, nem mais. Não haverá surpresas no que Portas irá dizer. Ou melhor, de como se irá justificar perante quem o elegeu (eu nunca!) e perante os desgraçados que ontem ficaram a saber que ainda vão levar com mais austeridade em cima.
Portas é um farsante político de primeira. Um pantomineiro político. Um artista de circo, neste universo “político-foleiro” em que vivemos. Um entre iguais destes incompetentes e maus-carácter que nos desgovernam.
Domingo fará, uma vez mais, uma teatrozinho perante as câmaras de TV. Para inglês ver. Com o tal arzinho enervantemente compungido.
Leio entretanto que essa abjecta criatura que é o ministro alemão das Finanças teceu elogios escritos ao incompetente do Gaspar. Ou seja, uma forma de pressão sobre o PM, o Governo e os Portugueses. Apois desses, pelo menos para mim, valem o mesmo que limpa o papel higiénico.
Ouvi, com gosto, o que Manuela Ferreira Leite disse 5F e ontem Francisco Louçã. Cabeças lúcidas, embora em campos políticos opostos. E ali foram ditas coisas muito sérias (e aquela do trio Odemira, referida por Louçã, “Moedas-Borges-Moreira Rato”, é de ficarmos a pensar).
Cordial abraço, bom sol e bom fim-de-semana!
P.Rufino

jrd disse...

O Paulo vai falar ao País, mas sobretudo à legião de assessores, betos e betas, a quem tratou de arranjar umas sinecuras, para os tranquilizar e lhes garantir que podem continuar, mais algum tempo, do lado de cá do balcão dos bares de quinta a sábado à noite, porque as "tribunecas" vão manter-se.
O cidadão-eleitor tuga compreende e agradece, como é hábito, nas próximas urnas.
bfs

Anónimo disse...

Também gostei de ler o que disse, vi há pouco, Bagão Felix, de que o PM Passos de Massamá em nenhum momento do seu discurso de 6F mencionou o Desemprego ou os Desempregados! Isto diz tudo de Passos como político.
Entretanto, o marau (PM) colocou já uns patins ao Portas ao vir dizer que as medidas que anunciou decorrem do talendo de Portas. Aqueles 2 são como o gato e o cão, mas até quando?
P.Rufino

JOAQUIM CASTILHO disse...

Olá UJM!
Depois disto o que poderá dizer o Paulinho?

!Passos diz que Portas se empenhou nas medidas


À margem do almoço dos 39 anos do PSD, em Pombal, o primeiro-ministro respondeu aos jornalistas que o questionavam sobre o facto de o CDS não ter ainda comentado os cortes anunciados na sexta-feira.

Sublinhando que "o CDS faz parte do Governo", Passos Coelho garantiu ainda não ter falado com Paulo Portas. E acrescentou: "Não falo em nome do CDS. Será ele [Portas] que terá de falar".

Questionado sobre o silêncio do seu parceiro de coligação, Passos Coelho garantiu: "O doutor Portas tem dado muito trabalho dentro do Governo para enocntrarmos as melhores respostas". E sublinhou que "várias medidas decorreram do seu empenho pessoal".

Afirmando que "a minha preocupação não é acentuar as nosas diferenças", o primeiro-ministro disse ainda confiar no "sentido de responsabilidade do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros".

Estão bem um para o outro!!

Um abraço

MCP disse...

Gostava de ter o seu optimismo e pensar que tudo aqui, que aquele palerma ontem disse, não irá ser realidade, mas infelizmente, não acredito. Teremos sim, dias muito difíceis...ninguém que consiga opôr-se a tanta austeridade...balelas e mais balelas...
A si, agradeço as palavras que sempre me alegram a alma.
Aproveitemos o Sol...isso ainda não paga imposto.
Bom resto de sábado e óptimo domingo.
Um beijinho.
MCP