quinta-feira, abril 18, 2013

Afinal a Conferência de Imprensa sobre a maratona de coxos que foi o Conselho de Ministros que durou cerca de 11 horas foi uma mão cheia de nada, umas habilidadezinhas, umas coisas que vão ver, que a coisa é complexa, e mais não sei o quê. Resultado: a avaliação da troika ficou suspensa. O 'bom' aluno, chumbou! Enquanto isso a dívida pública não pára de trepar, já passou os 126%! Uma espiral ascendente! Sobre tudo isto, acusa Rui Rio: Governo "não entende economia" e quer "fechar o país"


Quando à hora de almoço ouvi, no carro, a TSF, não consegui perceber o que é que tinham decidido. Que iam cortar, que iam desfasar, que iam não sei o quê, mas tudo abstracto. Ou seja, nada. Preocupante. 

Podiam ter vindo dizer: a troika que se lixe, já não acreditamos na política que temos vindo a seguir, vão chatear outros. Podiam ter vindo dizer: atiramos a toalha ao chão, não atinámos antes e não atinamos agora. Ou podiam ter vindo dizer: toda a santa noite andámos com os números às voltas e não sabemos por que ponta lhes havemos de pegar. Mas não. Apareceram com uma conversa balofa, parvalhona, palerminha. Uma tristeza.

Depois ouvi o locutor dizer que a troika ainda não tinha elementos para decidir, que iria voltar, que estavam disponíveis para vir ajudar. Humilhante.

Um país inteiro entregue a isto. Um país inteiro sujeito a esta palhaçada.

Acabei agora de ouvir Manuela Ferreira Leite dizer que os credores têm razão para estar preocupados: mas porque estamos a empobrecer e não é empobrecendo que alguém consegue pagar dívidas. Assino por baixo.

Aliás, já aqui o disse, eu, mil vezes: empobrecer é um erro terrível, desumano, contra a civilização, contra a natureza humana - mas é, antes de mais, um erro estúpido. É um erro estúpido, parvo, burro, porque causa o efeito absolutamente contrário ao que seria suposto.

Aliás, se há uns dois anos ainda havia uns crédulos que assumiam culpas de outros, que engoliam a conversa fiada que Passos e Gaspar davam a beber ao país, que acreditavam que els devriam saber o que andam a fazer, hoje já é generalizado que a teoria estava errada, que a receita é um fiasco, e que já não há seres vivos com mais do que dois neurónios que não tenham percebido que tudo isto é um massacre para nada.

(Para nada? - bem, não nos esqueçamos desta lei da ciência: na natureza nada se perde, tudo se transforma. E, portanto, se há quem muito perde é porque há quem muito ganha. Os muitos mil milhões que este governo anda a destruir não estão a ir para um buraco nego!... Não. Estão a ir para as contas de alguns. Não nos esqueçamos nunca disto. Um dia destes falo sobre isto pois é matéria interessante e sobre a qual não tenho ouvido falar.)

Mas voltando ao erro colossal que é a governação Passos Coelho/Paulo Portas: nunca estivemos tão longe das metas e nunca estivemos com a dívida tão alta e tão impossível de pagar como agora. E pior: o caminho que está a ser seguido só agrava a desgraça em que já estamos metidos.

Se a economia está numa espiral recessiva descendente, caminhando para a destruição absoluta, já a dívida está no oposto, numa espiral ascendente.

(Nota: O movimento das espirais é tramado, é um movimento que se auto-alimenta e que, facilmente, acelera descontroladamente)

Enquanto isso, Cavaco faz figuras deprimentes com a sua Maria a tiracolo e Paulo Portas, num espanhol cheio de salero, oferece pastéis de nata a um senhor que talvez fosse o Presidente da Colômbia. Mas vi de raspão, não posso garantir que fosse isso. Mas uma coisa é certa: é por estas e por outras, sabendo manter-se fora das lusas palhaçadas, que Paulo Portas vai vendo a sua popularidade intacta. E isso irrita-me pois ele é tão responsável pelo que se está a passar como os demais membros deste Governo.

2 comentários:

Anónimo disse...

Pois. A reunião do Conselho de Ministros não deu em nada, a Troika mantém as baterias apontadas, a Comissão do Sr. Barroso está de faca afiada e por aqui ninguém ouve as vozes avisadas. Também gostei de ouvir Ferreira Leite. E de ler o que Rui Rio disse. E do que Francisco Louçã disse, logo após Ferreira Leite. Do lucro que a nossa Banca teve com a nossa desgraça, quer o BPI e o BES com mais de mil milhões de euros. Que (os banqueiros) ganham cada 10 minutos que passa um salário mínimo, que acham excessivo para quem o recebe...mensalmente. Dos financiamentos da Alemanha a 2% junto das instituições asiáticas para depois revenderem esse dinheiro mais caro, do quanto o Banco Central Alemão lucrou com a dívida de países como o nosso, etc.
E vi também, algo arrepiado, Paulo Portas (curvado, fisicamente, não sei porquê mas está cada vez mais curvado, e pançudo! – esta última, uma característica que o Gaspar com ele comunga, espantoso! –porquê? Ser MNE, ou MF dá barriga?) a oferecer um pastel de nata ao PR Colombiano (que ridículo!), tarefa que deveria competir, ao menos, a Alvaro Santos Pereira, afinal de contas o, ainda, Ministro da Economia e a quem os tais pastéis lhe são muito caros (estimados). A não ser que Portas esteja já numa de tirocínio para o substituir, mas na vertente de Ministro de Estado, que já possuí naquela seu irrelevante pasta dos Negócios Estrangeiros, que só serve para o proteger em próximas eleições.
E o casal Boliqueime a fingir que por cá “no se passa nada!” Confrangedor. Eles e o estado do País.
Vou passear os cãezitos, para desanuviar. E depois ler um pouco, fechar a luz e acreditar, sonhando, que estou noutro país, o das maravilhas. O pior é o acordar, quando, no carro, começar a ouvir que afinal tudo está igual ou a caminho do muito mau!
P.Rufino

Maria Eduardo disse...

Olá UJM,
Subscrevo tudo o que diz, assim como o comentário do seu Leitor P.Rufino. Nada de nada!!! Gostei de ouvir Francisco Louçã e Ferreira Leite e também assino: "estamos a empobrecer e não é empobrecendo que alguém consegue pagar dívidas"... e tudo isto causado por loucos, burros e não sei que mais.
Um beijinho e muito boa noite.