domingo, janeiro 13, 2013

Podia ser uma ilha mas é apenas uma cidade num tempo em que uma névoa triste se abateu sobre ela


Podia ser uma ilha. Ou os veleiros poderiam deslizar em círculo sem conseguirem sair para o mar. E ninguém que os visse passar. Um silêncio branco. Uma solidão vazia. Os bancos vazios.




Poderia até descobrir-se alguém que olhasse a cidade tentando descobrir um sopro, um cão que passasse a vaguear pela estrada vazia, ou uma mulher que passeasse sorrindo. Mas não veria nada. 




O mundo é pequeno, uma ilha no meio de um espaço silencioso e infinito. Alguém um dia desenhou pequenas casas às cores, plantou árvores imaginando-as floridas, alguém fez pequenos muros nos quais os namorados se sentariam a olhar o futuro.




Mas todos partiram. A cidade bela e colorida ficou estranhamente vazia. Podia ser uma ilha sem saída, virada para dentro. Ou podiam ter todos abandonado a ilha.

Passam de vez em quando alguns veleiros mas quem lá vai já não é gente tisnada e alegre. São pequenas figurinhas que tomaram o lugar das pessoas.

Esta é uma terra muito silenciosa. Uma névoa de tristeza abateu-se sobre ela.


*

As fotografias foram feitas este sábado de manhã, de fugida, a chuva caía e eu estava com pressa. Mas, apesar de tudo, não consegui deixar de passar junto ao rio.

*
Peço desculpa aos meus Leitores que escreveram comentários. Li-os e agradeço-vos mas foi-me completamente impossível responder-lhes. Tentarei fazê-lo amanhã.

*

Desejo-vos, meus Caros Leitores, um bom domingo.


2 comentários:

Anónimo disse...

Essa névoa, que para uns pode trazer tristeza, contém tanto mistério!Não se vê,adivinha-se,imagina-se,sonha-se.As ilhas estão cheias de sonhadores.E,não falo só dos ilhéus portugueses,encontrei-os em várias latitudes.Histórias fantásticas povoam esses dias em que as ilhas são ainda mais ilhas.Locais sem pontes,sem horizontes.Ali está cada um,vivo e inteiro na sua nudez inicial.Ali tudo é possível porque a realidade é o que cada um imagina.
Quando o tempo "abre" e o real se impõe aos nossos olhos acaba a magia.Mas,entretanto,fomos princesa,pirata,fada,duende,sereia...sem pátria,sem família,sem governo,impostos,dor,pobreza,injustiça,fome...
Agradeço-lhe as suas reflexões,a sua música,a sua generosa partilha.
Maria Ana

Maria Eduardo disse...


Olá UJM,
Imagens sempre belas vistas pelos seus olhos. Hoje mais silenciosas e tristes, pois o dia também estava cinzento, mas conseguiu trazer-nos o Rio até nós, tal e qual o viu.
Um beijinho e obrigada pela partilha.
maria eduardo

P.S. Aproveito para fazer um pequenino lembrete para todos nós, Leitores da nossa Amiga UJM:

A partir de 2ª feira vamos estar no "Aventar", e votar nos blogues da nossa Amiga "Um Jeito Manso" e "O Ginjal e Lisboa". O 1º está em blogues individuais (divulgação política e generalista, e o 2ª em Língua Portuguesa ( Livros/Literatura/Poesia). Já fui ao Aventar saber as regras para a votação e copiei este excerto:

" Cada leitor pode votar em todas as categorias a concurso, em cada categoria uma vez. O controlo da votação é o do WordPress/PollDaddy , impedindo a repetição do uso do mesmo IP no espaço de 24h. Sim, toda a gente pode votar uma vez por dia".

Vamos todos votar!...