Hoje não estou para grandes palavreados porque há tanta coisa estúpida a acontecer, cá e mundo fora, e vejo tanta gente estúpida a fazer disparates à tripa forra achando-se empossado para tal (e, caraças! - de facto, foram-no porque quase tudo o que de pior se vê a acontecer, acontece no mundo civilizado, democrático, em que os governantes são eleitos pelo voto popular), que vou deixar-vos com três clips que dão gosto.
1. Já aqui anteriormente referido, O Triunfo dos Porcos ou a Quinta dos Animais do escritor inglês George Orwell foi escrito originalmente para parodiar o regime estalinista. Contudo, a alegoria foi tão bem urdida que pode ser vista como actual e adequada a muitas situações actuais.
A forma como os princípios que eram usados como bandeira antes de tomarem o poder foram totalmente adulterados logo que chegaram ao poder, as críticas aos governantes anteriores e as promessas que foram de imediato metidas na gaveta, a forma despudorada como usam o poder para seu benefício pessoal, o desprezo que revelam pela população que vai sendo explorada e empobrecida - tudo isto é uma história que conhecemos muito bem. Snowball e Napoleon, dois porcos muito conhecidos.
2. O filme Novecento (1900) de Bernardo Bertolucci, 1976, com Robert de Niro, Gérard Depardieu, Donald Sutherland, Burt Lencaster, Alida Valli, Dominique Sanda, é um filme épico, que não se esquece, e que decorre em Itália num período de guerras, pobreza, exploração, revolta, luta pelos legítimos direitos.
3. Nabucco é uma ópera de Verdi (1813 - 1901) que conta a história do rei Nabudonosor da Babilónia, foi escrita durante a ocupação do norte de Itália pela Áustria. O 'coro dos escravos hebreus' tornou-se quase um hino, a música que os italianos sentiram como o seu grito de amor por Itália, contra os ocupantes. No enterro de Verdi muitos milhares de pessoas acompanharam a sua despedida, entoando as suas músicas e, muito em especial, este 'va, pensiero'. Vai, pensamento, com asas douradas. Vai, pensamento.
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E tenham, meus amigos, uma bela sexta-feira.
6 comentários:
Sinto o mesmo que a minha amiga, em relação às três obras que citou.
Será que ainda temos coragem para cantar o coro dos escravos? Ou continuaremos nesta "apagada e vil tristeza" à espera de D. Sebastião?
Parabéns pelo texto.
Beijinhos
Maria
Olá Jeitinho Manso....
A propósito do seu tema, deixe-me dizer-lhe que venho agora mesmo da embaixada "Duas ou três coisas" onde desabafei umas coisitas antigas.
E aqui estou eu a lembrar o 1900, de que me lembro razoavelmente bem...
Duas cenas no entanto ficaram gravadas especialmente no ficheiro dos "filmes especiais" Uma no início com os miúdos a brincar num charco com umas rãs...e outra, terrível, em que o Donnald torturava um pobre gato, salvo erro a exemplo do que prometia fazer a todos os "comunistas"
Lembra-se?
Deve ter sido por essa altura que vi um outro filme excepcional com o então jovem Giancarlo Gianinni, que dava pelo nome de História de amor e utopia", também salvo erro. (Que a pessoa já não vai pa nova)
Quanto ao Coro dos Escravos, meu Deus, como foi importante nos meus tempos de Liceu.
Então não é que apareceu aqui no Liceu um professor de Canto Coral,acho que se chamava Ascenso de Siqueira, que, rompendo com toda a pasmaceira anterior, nos pôs a cantar essa maravilhosa obra?
Nunca mais ninguém faltou ao Canto Coral.
E a festa de fim de ano foi um sucesso.
Quanto aos posts destes dias ainda ando a saborear as Betânias, as Elis e os Venícius, pérolas que se guardam no melhor cofre da nossa vida para de vez em quando...puder espreitar.
E essa gripe???
Glup!
Maria,
Espero que já esteja bem.
O coro dos escravos hebreus é uma obra fenomenal para que sempre arranjaremos forças para entoar e para ouvir.
O D. Sebastião nunca voltou, mais vale tirarmos daí o sentido...
Um beijinho.
Era uma Vez,
Vi o Novecento salvo erro no S. Jorge e parece que ainda tenho algumas images e a música dentro de mim. Foi um filme marcante, pela violência, pelas imagens pungentes, pela esperança.
Já estive a ler os seus desabafos na embaixada e achei graça.
Quanto à m´suica: eu, no liceu, tive uma professora de Canto Coral que nos ensinava músicas bonitas mas com a qual não criei empatia. Pelo contrário, qualquer coisa nela e na forma como queria que cantássemos, me parecia ridícula e despropositada. Devo até dizer que me lembro do suplício que eram aquelas aulas no anfiteatro. Dava-me vontade de rir, ela zangava-se, punha-me na 1ª fila e eu ainda mais me ria e se ela, para ver se eu atinava, me punha a cantar sozinha, ainda mais eu me ria e, portanto, estava tsempre por um triz para ir para a rua.
Quanto à gripe, já lá vai. Agora é apenas uma tosse irritativa mas mais nada. E algum cansaço mas os últimos dias também não foram fáceis.
Obrigada e um beijinho.
Margarida,
Seja muito bem aparecida, menina Margarida!
Já lá estive a ver as suas palavras inspiradas e a sua música numa viagem de carro em boa companhia.
Fazendo uma ligação com o seu outro comentário sobre o filme do Jung, até lhe digo que, com uma capeline esvoaçante, um passeio de carro, e o mais que vier a propósito, para quê ir ver um filme sobre psicanáalise, né?
Tenha um bom fim de semana, aí por terras do norte!
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