segunda-feira, julho 04, 2011

Dominique Strauss-Kahn, cenas da vida real ou um espisódio triste de uma história de intriga, espionagem, baixa política?


Na altura da prisão de DSK fiquei chocada com o sucedido; sobretudo, incomodada com a reacção violenta da justiça americana e, não menos, com a onda de censura que inundou os media. De repente, DSK, um homem digno, competente, possível candidato à Presidência da República francesa, passava a violador compulsivo e desfilava perante os nossos olhos algemado, sendo preso como se se tratasse de um perigoso delinquente.

Escrevi sobre isso aqui e aqui e, se tiverem oportunidade, poderão conferir.

As coisas, especialmente quando a alta política e a alta finança estão envolvidas, nunca são apenas o que parecem numa leitura superficial.

Ao que parece, DSK é um amante do sexo feminino, um mulherengo. A mim não me incomoda nada saber disso, nem penso que isso o torne menos apto para desempenhar as funções que desempenhava. Quanto muito, admito que a mulher pode ter que lidar, às vezes, com situações delicadas como detectar algum olhar malandro do marido na direcção de outra mulher ou desconfiar que andou a pular a cerca - mas, em minha opinião, é um assunto lá deles, marido e mulher.

Mas as virgens vingativas e os políticos oportunistas, nestas ocasiões ficam em histeria, dão o braço e partem em cruzadas inquisitoriais que me assustam.

Um homem pode ser um galã, um sedutor, um atrevidote mas daí até ser um perigoso violador vai uma grande distância. Mas, se há factos que aparentemente o incriminam, obviamente tudo deve ser estudado, todas as provas analisadas, todos os indícios descartados. E então, no recato da consciência e na serenidade da total apreciação dos factos, caberá ao juiz decidir. Nada como deixar a Justiça cumprir o seu trabalho. 

Entretanto, os factos evoluíram e eu fico contente com o que leio.

DSK já não está sob prisão, a caução foi devolvida e as fotografias já o mostram sorridente e confiante com a carismática Anne Sinclair.

DSK e a mulher, Anne Sinclair: os sorrisos de alívio estampados nos rostos

Ao que parece, não apenas a empregada do hotel tem ligações ao mundo do crime - tem um historial pouco abonatório, foi apanhada num telefonema para um amigo que está preso discutindo a forma de tirar mais proveito da situação, etc. - como se contradisse permanentemente e, inclusivamente, já confessou que mentiu. Debaixo de suspeita está agora também o grupo Accor.

Mas, uma vez mais, a minha opinião é a mesma: a Justiça que ajuize e decida de forma isenta, humana, justa e soberana.

E que quem tome a decisão seja alguém com um ético sentido da justiça.

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