segunda-feira, maio 09, 2011

Sopa de tomate - agrada sempre, é fácil, económica e prolonga a vida

Li no post de domingo, dia 8, do Mar Salgado um texto sobre culinária popular e gostei de ler.

E apeteceu-me escrever também sobre o tema. Tudo o que se come cá em casa é cozinhado por mim. No dia a dia, sem motivação extra, limito-me ao normal, ao saudável e fácil. Mas se há mais convivas então inspiro-me e sai mesa farta.

Não gosto de fazer doces. É preciso seguir receita e isso é coisa, para mim, materialmente impossível. Por exemplo, se vejo uma receita de ovas de vinagrete como entrada e resolvo fazê-la, sem saber como, dou por mim a fazê-las de escabeche. E isso acontece sempre que tento fazer qualquer receita. É uma driving force, como me disse uma vez uma amiga, que me desvia da receita original. Por isso, faço tudo de improviso (o que não é aconselhável em doçaria).

Claro que também gosto muito do que é simples e aí não há grande espaço para improvisos. Uma posta de corvina ou de maruca ou de bacalhau, com batata, feijão verde e/ou brócolos ou couve portuguesa, com ou sem ovo – é isto mais coisa menos coisa e é óptimo.

Mas a cozinha mediterrânica, com os seus sabores, as suas ervas aromáticas, os seus legumes frescos, permite pratos saboroso, nutritivos e variados, apela à criatividade, à alegria culinária.
Hoje apetece-me aqui referir um dos pratos mais saudáveis e nutritivos, um verdadeiro concentrado anti-oxidante, com o plus de ser extremamente económico: a sopa de tomate. E é um prato tão simples que não vale a pena improvisar muito.

A versão básica

Há muitas variações, consoante se pretenda ou não que seja prato único ou entrada.

A que eu mais gosto é a sopa-sopa, simples, embora dispense a seguir um prato muito completo pois já tem nutrientes mais que suficientes.

Faço assim: começo por aquecer azeite virgem, depois junto cebola e deixo fritar levemente, alourando só muito ao de leve. Depois junto salsa, tomate maduro, com pele, talvez uns 5 ou 6 de tamanho médio e deixo refogar muito levemente.


A seguir junto água, 2 ou 3 batatas grandes às rodelas finas, um 1 ovo descascado e sal, não muito. Deixo que levante fervura e depois baixo a temperatura. Quando a batata estiver cozida, desligo. A seguir, desfaço tudo, muito bem, até ficar bem cremoso, com a varinha mágica.

Entretanto, à parte, cozo com casca ovos, ou 1 por pessoa ou, consoante o número de pessoas, cerca de ¾ de ovo por pessoa.


Depois de cozidos, passo-os abundantemente por água fria (para ser fácil de descascar) e migo-os. Coloco os ovos assim picados numa tacinha.

Cada pessoa serve-se de sopa e coloca, por cima, o ovo picado. Simples, saboroso, económico e nutritivo (e, pelas propriedades dos ingredientes, em particular do tomate, uma bomba anti-envelhecimento). E bonita.

Pode também juntar-se algum queijo ralado mas distorce ligeiramente o sabor. Se quisermos introduzir alguma sofisticação poderemos fazer à parte um pouco de queijo crocante, e depois colocar pequenas placas rendilhadas sobre a superfície da sopa, juntamente com o ovo picado.

Existe uma versão que é de prato completo. Aí, em vez de se cozerem ovos à parte, cozem-se descascados no caldo da sopa (escalfam-se). No final, não se desfaz a sopa. É servida assim, sobre fatias de pão. É a versão rústica, igualmente saborosa, nutritiva e económica.

(Nesta última versão, costumo introduzir uma variante que é a de moer o refogado de cebola e tomate, como se estivesse a fazer molho de tomate, e só depois introduzir a água, as batatas e os ovos).

Bom apetite!

3 comentários:

packard em rodagem disse...

tomo boa nota da sua sopa de tomate, é prato q mto aprecio. quando ao post posterior, quase plenamente de acordo. se vamos à origem dos males da "coisa", ui, aí teremos de remontar ao liberalismo (aliás só interrompido pela ditadura militar e o estado novo). portanto, mal velho... neste momento precisamos de escolher. e, os candidatos são o q são. dir-me-á, é o mal menor. pois talvez. mas q podemos fazer? no fundo, quem quer ir para a política? para ter a vida escrutinada ao milímetro e anunciada na comunicação social? ainda se podia dizer q no fim do mês levavam para casa uma pipa de massa. mas não. e o trabalho, a nível de gabinetes, é de manhã à meia-noite e sem fins-de-semana. na AR, quem esteja nas comissões, farta-se de trabalhar. acabamos, finalmente, por exclamar "casa em q não há pão...". e talvez seja verdade. já não sei. mas sei bem em quem vou votar. e não tenho filiação partidária nem ganho directamente nada com isso. é por convictamente acreditar q é o melhor para o meu país e para todos nós. a ver vamos, não é?

Um Jeito Manso disse...

Pois, passo a vida a pensar que estar aqui a escrever posts é fácil, que deveria era chegar-me à frente e, que se acho que devia haver melhor, então que vá para lá eu... Mas e a paciência para abdicar de tudo e dedicar-me a 100% a isso? E a dificuldade em imaginar-me em discussões com gentinha desqualificada? Isto não está fácil, não. E percebo o que diz quanto à votação mas custa-me tanto passar cheques em branco sem confiar em quem os vai usar...

packard em rodagem disse...

isto dos posts e dos blogues é já uma forma de participação cívica e intervenção política. eu, por mim, sinceramente, fico-me por aqui. bem a compreendo.