Milhões de pessoas nas ruas, confrontos - e que alternativas ao actual regime totalitário?
O Egito a ferro e fogo, a revolta a contagiar países vizinhos, Israel certamente a tremer, contactos e negociações a fervilharem, e o mundo ocidental a tirar o tapete àquele que durante anos protegeu: Mubarak é neste momento um líder sem os apoios com que se habituou a contar.
E de pouco lhe serve silenciar estações televisivas ou a internet: quando as coisas assumem proporções imparáveis não há nada a fazer.
Obama, como sempre claro nas palavras, diz - em frases simples, curtas e com voz grossa - que esta situação é insustentável e que a transição para um regime que mereça a aprovação do povo egipcio deve ser pacífica e imediata.
E de todo o lado ocidental se ouve a mesma palavra de ordem: já!
David Cameron e Ban Ki-Moon, em uníssono, afirmam que a violência nas ruas deve ser evitada, que a reforma política é indispensável e que a transição tem que acontecer já.
Vejamos com atenção o desenrolar dos acontecimentos: a turbulência é preocupante, a psicologia de massas aponta no sentido da violência descontrolada.
Esperemos que se esteja a desenhar algures nos ministérios e embaixadas alguma solução viável e sustentável (não uma solução artificial que, a prazo gere ainda mais conflitos).
Mas não é difícil antever que uma importante mudança se vai operar: o mundo, depois disto, vai ser diferente.
E, uma vez mais, me vêm à ideia as minhas glicínias: rodearam completamente o gradeamento e um dos portões já não se consegue abrir (... porque achamos tão fantástico o que elas fizeram que não queremos serrar os troncos rebeldes...).
Porque 'não há machado que corte a raiz ao pensamento.'
Sem comentários:
Enviar um comentário