segunda-feira, julho 05, 2010
Vou falar de futebol - imaginem o disparate
Não percebo nada de futebol mas, como quase todas as mulheres que conheço, vibro com a selecção. Vi os jogos e o que concluo é que uns quantos jogadores jogaram bem apesar das circunstâncias e outros andaram perdidos talvez por causa das circunstâncias.
No 1º grupo incluo o extraordinário Eduardo, o rápido e oportuno Fábio Coentrão, o Bruno Alves e o Hugo Almeida. Estes valem por si, são seguros, têm personalidade, quando instados pela comunicação social a coscuvilhar, sabem manter-se ponderados, assumem as responsabilidades, sabem ao que vão, cumprem e saem com dignidade.
Depois há os outros, exemplares típicos do que é a actual raça lusitana: necessitando de orientação, de motivação externa, desculpabilizando-se ao primeiro desaire.
Claro que a liderança, nestas coisas, é quase tudo. E é desde sempre, porque é da natureza humana. Camões, muito justamente, já dizia que um fraco rei faz fraca a forte gente.
O desconcertante Madail, em vez de apelar ao génio, à força, à vontade da equipa, apela aos milagres da Nossa Senhora (shocking!), o Queiroz-de-sombrio-olhar queixa-se das intenções dos treinadores das outras equipas, das decisões da Fifa e outras desculpas palermas do género e, portanto, com o topo da hierarquia a dar estes lindos exemplos do que é uma fraquíssima liderança, não espanta que a maioria da miudagem fique num desnorte quando o jogo não corre de feição.
Salvam-se os que referi acima, aqueles cuja cepa revela a raça dos vencedores. Mas, infelizmente, num jogo não bastam quatro jogadores.
É como nas empresas e como nas organizações em geral. Podemos ter umas quantas mentes brilhantes; mas, hélàs, não chegam para fazer progredir o ‘colectivo’ (como diriam os ‘camaradas’).
É nas escolha das elites dirigentes que temos que ser todos mais exigentes pois é aí que o País falha (o país em geral mas, em particular, que as selecções falham, que os clubes falham, que as empresas falham, que os governos falham) nas fraquíssimas elites dirigentes - ainda por cima, geralmente saloiamente pagas a peso de ouro.
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