quarta-feira, novembro 26, 2025

André Ventura e Marques Mendes: um pseudo-debate nulo em que Clara de Sousa se esqueceu de ser moderadora

 

André Ventura fez a peixeirada do costume. Não se aproveitou pitada no que respeita a ideias e iniciativas concretas para o próximo exercício do futuro presidente da República. 

E confirmou o seu carácter arruaceiro, mal formado, insultuoso, desrespeitador, enlameador. Tenho pena que haja tantos portugueses que se revejam numa pessoa assim. Há uns anos eu pensava que um trauliteiro com tão mau carácter jamais teria lugar na Assembleia da República. Afinal não apenas é lá que está como, apesar de todas as suas continuadas infâmias, foi a partir de lá (com o apoio permanente da Comunicação Social) que reforçou a sua bancada. 

Onde quer que esteja, André Ventura faz aquilo que sabe fazer: lança atoardas, acusa, abusa, arma confusão, ocupa o tempo e o espaço com a baderna que arma. Não vai além disso.

Teve pela frente Luís Marques Mendes, uma nulidadezinha em forma de politicamente correctezinho, sempre armado em independente quando obviamente é psd dos pés à cabeça, o eterno conselheirozito, homem de mão do partido. É certo que é bem educado, é civilizado, acredito que saiba estar à mesa, é simpático. Mas nunca vi que acrescente o que quer que seja em relação ao que for. Saiu-se com uma como se fosse uma grande tirada: que irá convocar um Conselho de Estado para debater o tema da corrupção. Ora abóbora. Que grande iniciativa! Se para todo um mandato de vários anos o que se lembrou de engendrar foi convocar um Conselho de Estado para baterem bolas sobre a corrupção, vou ali e já venho.

Quanto à Clara de Sousa: nada fez, como se nem sequer ali estivesse. Moderar o debate: zero.

Depois os comentadores. Todos. Em todos os canais. Um disparate. Dá ideia que estão à espera que haja sangue, frases de efeito, bocas, boquinhas e bocarras, e é isso que analisam. E dão pontos. Parece que não têm noção de que o que seria suposto que acontecesse seria que os candidatos explicitassem ideias concretas, inovadoras, inspiradoras. Se nada fazem disso, então, nada há a dizer a não ser que o debate foi uma porcaria e a prestação dos candidatos uma nulidade.

1 comentário:

Anónimo disse...

Concordo. Nunca percebi o fascínio que aquele jorro incontinente e exasperante de disparates parece exercer sobre tantos jornalistas e demasiados eleitores. Diziam-me que era o estilo debate de futebol e que era por isso que ele era popular, como não assisto a debates de bola, fui.poupada a esse sortilégio. Mas hoje acho que descobri do que se trata. Não é o futebol. Passei por uma dessas igrejas evangelistas que funcionam em lojas de rua, a porta estava aberta e ouvia-se a voz tonitruante do pastor. Era o ventura! O mesmo estilo torrencial, como que uma urgência, um chamamento, é só emoção, não interessa o que diz, porque não é para ouvir as palavras, é só para sentir e deixar-se levar na onda. O homem não receberá só dinheiro e eleitores dos evangélicos, também deve receber "formação". Se não nos pusermos a pau, é bem capaz de nos arrastar a todos nessa enxurrada demencial.