domingo, agosto 11, 2024

Pica-olhos, pica-miolos, e etc.
Cenas da silly season

 

Creio que este calor anda a deixar os insectos desgovernados. O número de abelhas  que temos apanhado dentro de casa não tem explicação. Umas mortas, quando cá chegamos, outras vivas, enquanto cá estamos. Não sei se entram pela chaminé ou quê. Geralmente tentamos encaminhá-las para a rua mas já tivemos que matar algumas não fossem elas picar-nos.

E há um fenómeno: agora, enquanto ando na rua, sou cercada por pequenos insectos que querem entrar-me pelos olhos. Uma coisa diabólica. Não sei se é porque está um calor danado e o único líquido que eles detectam é o das lágrimas ou se é por uma qualquer outra razão ainda mais estúpida. O que sei é que por umas ou por outras, durante as horas de calor, que são todas, mal se consegue andar na rua.

Há um lado bom. É que, para a linha, o risco não são apenas os excessos do Natal, do Ano Novo, da concentração de caranguejos ou da concentração de leões: são também os da época dos figos. Se calhar tenho um fundo de adicted pois mal me apanho ao pé de uma figueira, mal começo, vão de seguida, uma chatice para parar. Assim, fechada em casa, sempre como menos, só quando lá vou ao lusco-fusco.

E hoje tenho um outro fenómeno a reportar. No outro dia trouxe uns calções e uma blusinha plissada, bastante decotada à frente e atrás. Para não vir com o soutien de fora, vesti antes a parte de cima de um biquini. Sempre fica mais composto.

Hoje, íamos ao supermercado, que é da blusa?

Corri tudo. Os calções no sítio deles. A blusa desaparecida. Fiquei mesmo naquela: e agora como é que posso ir ao supermecado? Tenho cá roupa mas nada capaz para a circunstância. 

Resolvi ir à gaveta dos salvados. O meu marido sempre a querer que deite tudo fora. E eu sempre a achar que pode surgir a situação em que tenha que repescar alguma coisa. Foi hoje. Descobri uma tshirt justinha de quando tinha corpinho de teenager. Pensei: deve ficar coisa jeitosa, sem soutien, curta e justa. Pois, para minha satisfação, não estava tão justa assim, disfarçou. Lá fui. 

Todo o caminho o meu marido gozou comigo. Acha que sou despistada, que sou como a outra que tirava a roupa em qualquer lugar, e então não se calava: onde é que terá ido parar a blusa?

Quando cheguei, resolvi que havia de solucionar o enigma. Virei tudo. Em algum lugar ela havia de estar. Já punha até a hipótese do pobre do cão ter pegado nela e, sabe-se lá, tê-la levado para algum esconderijo.

Concentrei-me. Quais os lugares mais prováveis? Nada. Quais os mais improváveis? Nada.

Até que, finalmente, lá a descobri. Filha da mãe. Quem é vivo sempre aparece. 

Fui dar com ela, caída, escorregada, atrás do sofá da sala, junto à parede. Lembrei-me, então. Na noite em que chegámos, ao estar aqui a escrever, deu-me o calor e tirei-a. Devo ter posto lá para trás, nas costas. E nunca mais de tal me lembrei.

Tirando isso, posso adiantar que comprei sardinhas, vivinhas da costa, amanhã para o almoço. Adoro sardinhas. E comprei um pão de Rio Maior que não tem nada a ver com o que costumo comprar. Bem cozidinho, côdea estaladiça, uma delícia. Vai ser uma maravilha ensopá-lo no molho que as sardinhas deitam.

E pronto, é isto. Deixem só ainda que comente uma coisa. Há aquela outra tóxica, a Rosário Palma Ramalho que difamou a Ana Jorge, que ainda não fez nada que visse mas que já desfez que foi uma graça, uma daquelas que, por onde passa, espalha anticorpos mais depressa do que a última variante covid. Há, não há? Pois fiquei a saber que é irmã da Margarida Rebelo Pinto, a escritora pimba que tem a mania que é fresca e fofa. Portanto, estão a ver, não estão? Um mal nunca vem só.

Só falta virem dizer-me que a Ana Paula Martins (a tal que não deve tardar a saltar) é irmã da Parrachita. Por acaso até não me admirava, têm tudo a ver.

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E muitos parabéns ao Iuri Leitão e ao Rui Oliveira. Emocionei-me ao vê-los durante o hino. Que alegria tão pura a deles, que garra ao cantarem, que amizade entre eles. Que tenham muita sorte em toda a sua vida.

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4 comentários:

ccastanho disse...

Aproposito de sardinhas.
Esta semana ao comprar peixe numa superfície , a pessoa á minha frente, pedia sardinhas das mais pequenas, tratando a peixeira pelo nome, e de pronto, lhe satisfez o pedido.
Intrigado, perguntei o porquê da escolha das mais pequenas?! E o Algarvio de gema, me disse que as pequenas, são algarvias, e as grandes, são "lá de cima" .

A propósito UJM, e as suas, são "lá de cima" ou "cá debaixo", isto é: algarvias?

ccastanho disse...

UJM
Uma pergunta: alguém sabe por onde anda o desaparecido em combate, mais conhecido por Nuno Santos, o tal que quer ser primeiro-ministro mandando ás malvas as grávidas sem hospital que as acompanhe, enquanto o Secretário-Geral do PS ,está como bom funcionário público, a gozar as suas férias faça chuva faça sol, isto é, as grávidas que se lixem porque da ministra levam com os pés, do Pedro Nuno Santos, levam com a indiferença . Óh Pedro Nuno Santos, vai bardamerda, assim não levas o meu voto se não fazes pela vida. Deixa-te de merdas e vem para o terreno que é essa a tua obrigação , pá.

Um Jeito Manso disse...

C Castanho

Pois não sei de onde eram, sei é que eram boas, gordinhas. E já se comeram...

Um Jeito Manso disse...

Pois, não sei que é feito dele. Espero que esteja a ganhar forças para regressar em força...