Por estas bandas, leões são também muitos. E como os há a irem de férias, fazem-se já as pré-comemorações. Depois se farão as comemorações. Hoje uma das leoas tentava fazer a contabilidade às vezes em que já estivemos juntos esta semana, uma das quais comemorando aniversários de caranguejos que já tinham festejado parcialmente mas não em conjunto.
Estivemos até às dez da noite (ou mais?, não sei) até porque alguns ainda tinham muito que fazer antes de amanhã saírem para férias. Não cantámos os parabéns a você, claro, pois parabéns podem dar-se e festejar-se depois mas, ao que parece, não antes. Mas estivemos felizes da vida, à volta da mesa e à conversa.
Mas estou com muito sono. Deito-me sempre tarde pensando que compenso dormindo até mais tarde. Pois às sete da manhã, o telefone: alarme in heaven. Vistas as imagens, conclui-se que foi um insectozão a passar em frente da câmara. Mas espertei.
Passado um bocado, o meu marido levantou-se, foi passear com o cão.
Estava agendada a vinda de um técnico da e-redes. Pelo horário referido, intuí que deveria vir lá para as nove e tal. Pensei que, antes disso, o meu marido regressaria. Portanto, com a pancada de sono com que estava, poderia eu dormir mais um pouco. Qual quê? Passado um bocado, a campainha da porta. Era o homem. Tive que me levantar à pressão e ir ter com o senhor. Ou seja, sono para que te quero? Devo ter dormido quatro horas e tal.
Depois, quando cá estão todos, desperto. O pior é quando se vão embora. Sento-me no sofá e tenho que travar uma luta para não adormecer instantaneamente.
Nisto, noto o peso da idade. Dantes aguentava-me em forma, a trabalhar na maior, mesmo pouco dormindo durante dias e dias a fio e sujeita a pressões de todo o lado. Agora está bem, está... Os meus meninos têm uma energia inesgotável, saltam, correm, brincam horas a fio. Os rapazes já tinham estado de manhã a jogar à bola (rapazes dos sete aos quarenta anos) até chegarem a casa imundos e de tarde continuavam como se estivessem frescos e descansados. Esta energia permanente e esta capacidade de instantaneamente a reporem só pode ter a ver com a juventude.
Tirando isso, devo ainda aqui deixar registo de um outro facto. Estávamos a jantar no terraço pois é onde geralmente preferimos estar. A mesa está colocada debaixo de um telheiro. Essa área tem um desnível. Na parte mais baixa está um sofá grande com zona de chaise-longue e cadeiras e cadeirões. E, por detrás, está uma vedação de treliça. Atrás dessa vedação há uma sebe alta. E, por detrás, um muro alto que separa da casa ao lado. Pois, muito bem. Eu não vi mas vários dos presentes viram: um rato a passear nesse muro.
E volta e meia anda lá um gato. Mas, pelos vistos, não intimida o rato. Nem se intimida com o barulho de tanta gente ali tão perto. Claro que o cãobeludo, mal dá por ele, põe-se logo em guarda, a olhar muito sério. No outro dia, fez-lhe uma perseguição que vi jeito de haver ali uma chacina. Mas o rato não se torce nem se amolga. Pelos vistos acha que também é um pet da família.
Sinceramente, já não me incomodo nada, já sei que o rato deve morar ali para trás pois volta e meia dá as caras. Mas nem todos reagem tão indiferentemente. O meu marido diz que vamos ter que tomar providências. Não percebo porquê, pois o ratinho não faz mal nenhum. O meu marido diz que qualquer dia entra para casa e depois sempre quer ver o que fazemos.
Cenas.
Ah, é verdade. O meu marido tem andado a arrancar ervas do lado da horta (aliás, ex-horta, pois não a mantivemos e ela soçobrou) e veio de lá com dois marmelos grandes. E diz que há mais. Não sei como mas a verdade é que eu não tinha dado por eles. Mas fiquei com vontade de fazer marmelada (literalmente falando) mas o diabo é o pormenor do açúcar. Não sei se ficará boa se não se puser açúcar. Claro que poderei pôr mel, mas o mel tem açúcar na mesma. E já não bastam os bolos dos anos, os biscoitinhos que vão trazendo e que cá ficam..., a fruta... Como posso perder os quatro quilos que ando a perseguir há séculos e eles a correrem à minha frente...?
Bem.
Nada mais tendo a acrescentar, vou limitar-me a partilhar um vídeo que gostei muito de ver, muito inspirador.
Inside Cath Kidston’s Art-Filled Notting Hill Terrace | Design Notes
The house is nestled away and backs onto a large private garden square with views of a forest of old London plane trees filled with flocks of parakeets. “I have a theory that it takes seven years for a house to feel really lived in, and I feel very settled in here,” insists Kidston
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