sexta-feira, agosto 09, 2024

À atenção de Lentão Amaro, Ministro da Presidência:
"Ninguém de boa-fé poderia supor que problemas na Saúde seriam resolvidos em meses", diz agora V. Exa.
Ah é...? Muito me conta...
Mas quem o supôs e disso fez bandeira de campanha eleitoral foi a AD!
A AD, então, não estava de boa-fé. É isso?

Mais depressa se apanha um demagogo que um coxo!

 

O Ministro da Presidência, o Lentão (em boa hora assim apodado por Ricardo Araújo Pereira), disse mais:

A situação encontrada na saúde "é muito difícil e muito delicada" em termos de organização, de escassez de recursos e incapacidade de resposta e insistiu que a resposta "não se faz, infelizmente, num dia"

Ah sim? Descobriu agora, foi?

Fizeram campanha, prometendo uma resposta eficiente e a cura de todos os males em 60 dias e agora vêm com esta conversa?

Que não conseguiriam fazer nada em meia dúzia de dias já qualquer pessoa com dois dedos de testa o sabia.

Mas como há sempre gente ainda mais burra que os burros que julgam que todos são mais burros que eles, houve quem caísse e, com esse e outros engodos, conseguiram a unha negra que lhes permitiu cantar de galo.

Mas como, na maioria, só conseguiram rebotalho para o governo (como disse na altura, eu e algumas pessoas que me são muito próximas, sabemos de casos que são de bradar aos céus) não admira que não consigam fazer mais nada que não powerpoints e anunciar ou coisas feitas ou preparadas pelo governo anterior ou coisas que são apresentadas que são para agora mas que, efectivamente, só se concretizarão quando Deus Nosso Senhor assim quiser.

E, portanto, ou sabiam que era impossível resolver em meia dúzia de dias problemas complexos e estiveram de má fé a enganar os eleitores ou falaram por falar, inconscientes e irresponsáveis, que não sabem o que andam a fazer. Nenhuma das duas é recomendável.

E o artista que era da Ordem dos Médicos e que agora é deputado do PSD é um dos que tem mais culpas no cartório. Com a visão corporativista que a Ordem tem, impondo o que quer ao País sem que ninguém os apeie, conseguiu que se chegasse ao estado de bagunca organizativa que reina na Saúde. Os médicos ganham o que querem, trabalham em vários sítios -- e não me venham com conversas pois só não ponho aqui números para não me virem pedir que os prove (e, para os provar, teria que envolver médicos que estão bem, muito obrigado, a ganhar pipas de massa, trabalhando as horinhas que querem).

Se houvesse mais vagas nos cursos de medicina (deixando a Ordem de meter o bedelho nisso de uma vez por todas), se os médicos estivessem sujeitos às regras normais no mercado de trabalho, e se os hospitais fossem geridos por gestores capazes (e não gentinha dos aparelhos), deixando a medicina para os médicos e retirando-lhes de cima a gestão (pois, já se viu, o estado em que os hospitais estão quando geridos por eles) a ver se outro galo não cantaria.

Depois de criarem as falsas expectativas que criaram, ainda por cima põem como ministra uma criatura que mais parece uma incendiária, uma sarrafeira, uma intriguista, que a primeira coisa que fez foi fazer a cama ao director do SNS, Fernando Araújo, arranjar problemas com o INEM, atrasar os concursos e sei lá que mais, o que é que esperavam?

Mentirosos, demagogos, trumpistas é o que esta gente da AD é. 

13 comentários:

Corvo Negro disse...

Olá UJM. Congratulo-a pelo texto. Há muito tempo que não a via a pôr assim as garras de fora "comme il faut". Abraço.

Anónimo disse...

Em janeiro de 2022 ou 2023 o sindicato independente dos médicos escrevia - está online - que de mais de 200 médicos que tinham concluído a especialização menos de 40 tinham tido vaga aberta.

Sem fazer elogio destes, e a ministra não parece bater bem da bola, a verdade é que a ideia que fica é que o PS (Medina) só quis saber das contas públicas. O social ficava para depois. E até correu bem. Com o PS a fazer a política do PSD este ficou sem pio. O diabo foi o aparecimento do Chega e o despejo do comboio PS fejto a meio da viagem pelo PR.

Estes que chegaram não conseguem gerar confiança mas palpita-me que o regresso do PS também não suscita grande entusiasmo.

Anónimo disse...

Em aditamento: leio por aí que a ministra diz precisar de mais um ano e que o presidente dá mais um ano.

Menu menu, como dizem os franceses, quer dizer que este ano há tourada à portuguesa nos hospitais.

Se assim for, duvido que a ministra aguente um ano e mais ainda que passe um segundo verão.

A conversa do presidente é para atirar poeira para os olhos: no Verão de 2025 está em final de mandato, com os poderes reduzidos lá para setembro, e ninguém quer saber dele para nada.

Mas as declarações do presidente e da ministra provam uma coisa: que a verdadeira alma do governo é o pr.

Digo isto com a curiosidade de quem vai assistindo ao teatro a que por força da condição da nacionalidade e da residência não pode fugir. Mas não pago bilhete, fora o que me esmifram nos impostos. Como dizem lá para as minhas bandas, quem comeu a sopa que beba o caldo.

ccastanho disse...

Ontem assistimos a um indecoroso, e obsceno sketch, entre governo e PR .
PR e governo estão convencidos que os portugueses comem todos palha!
O governo ontem, pareceu o menino traquinas que partiu o vidro da vizinha e pediu ajuda ao pai para por ele interceder.

Montenegro, sem tomates!, para dar a cara pelo desastre do SNS, para defender a incompetente e desbocada ministra da saúde ( que carrega com ela o trauma de não ter inteligência para médica!, lá conseguiu farmácia... " é ela que o disse numa entrevista"), foi agarrar as calças do maestro da direita revanchista, retrógrada e caceteira que ele (PR) representa, prontamente ,se chegou á frente para num exercício de trapezista, defender o indefensável que é a incompetência do governo em assegurar o SNS para os portugueses.

Já agora . Até quando o Nuno Santos despe as quecas de praia, e veste o fato de líder da oposição!, para chamar incompetente a este governo, e , de caminho, chamar á atenção do trapezista de circo de aldeia Marcelo, para defender a verdade e não a mentira deste governo nas suas praticas ?! Assim não se ganham eleições, ai não se ganha, não.

Américo Costa disse...

Cara UJM
A raiva é sempre má conselheira. Não deve expressar sentimentos no auge da exaltação.
1º "Os médicos ganham o que querem, trabalham em vários sítios".. Falso. Sou Assistente Hospitalar de Pneumologia há 33 anos (médico há 42 com cp nº 28159), sempre em exclusividade e, desde Janeiro deste ano com ordenado liquido de 2.724.00 Euros.
2º "Hospitais geridos por médicos são uma catástrofe".. Falso. A maioria da gestão dos hospitais, nesta altura são geridos por Gestores, Administradores Hospitalares de Carreira. Conheço um, o CHVila nova de Gaia/Espinho EPE, cujo Presidente é um Anestesista (contudo nunca exerceu medicina). O exemplo flagrante dos idiotas gestores que gerem hospitais públicos é a actual ministra da saúde que geriu(?) durante mais de um ano o Hospital de Santa Maria. Não me parece médica.
3º Portanto e em síntese para não a maçar muito: a gestão ou é boa ou é má. Não é a gestão é de médicos ou de gestores. Idiotas temos em todas as profissões. Se olhar com um bocadito de calma para o panorama actual repara que em todos os lugares a maioria das pessoas estão por puro oportunismo. Não por competência.
4º Por favor, não queira que o factor humano desapareça da medicina. Não vendemos tijolos. Conversamos com as pessoas. Não há gestor nenhum que me dê lições sobre consultas médicas. Quero-os longe, bem longe do meu espaço.
5. Obrigado pelo espaço que me dá.
Américo Costa
Pneumologista

Um Jeito Manso disse...

Obrigada Corvo. Abraço!

Um Jeito Manso disse...

Penso que a Ordem dos Médicos, com o seu corporativismo bem aceso, tem dado um nó cego em todas as decisões que envolvam médicos. Mas quando se quis restringir os poderes corporativistas das Ordens foi um fartote, boicotaram tudo. Mas, apesar de tudo, no Goerno PS estava a fazer-se um percurso, que parecia sério e bem pensado, que foi interrompido. E estes chicos-espertos não fazem ideia do que estão a fazer. Só sabem destruir, denegrir, maldizer. Uma desgraça.

Um Jeito Manso disse...

Concordo. Também me sinto esmifrada a nível fiscal. Não fujo porque esta é a minha terra. Mas insurjo-me, caraças, claro que me insurjo. Como não? Esta ministra anda a despejar dinheiro em cima dos problemas sem fazer ideia da dimensão dos disparates que faz. E é mal formada. Diz mal de pessoas competentes, difama, lança suspeições. Imperdoável. Fico furiosa.

Um Jeito Manso disse...

Pois, Ccastanho.... Quando houve as eleições internas, eu disse que, fosse eu militante, teria optado pelo José Luís Carneiro. Acho-o mais focado, mais eficaz. De qualquer forma, por mim, não haveria melhor que a Mariana Vieira da Silva. Seria imbatível.

Também não percebo o sono estival em que o PS está.

Quanto ao Marcelo, que deu à luz o Governo Montenegro, pouco mais há a dizer....

Um Jeito Manso disse...

Caro Américo

Não é raiva, é fúria, é indignação.

Há certamente hospitais bem geridos. Mas os que eu conheço, grandes hospitais na zona da Grande Lisboa, são a desgraça completa.

Pode haver casos em que médicos de carreira tenham ordenados razoáveis (claro que o fisco leva uma fatia de leão). O seu caso não é um exemplo muito comum (pelo menos, nos grandes centros): não faz cirurgias, se calhar já não faz Bancos, trabalha num único sítio, não acumula público com privado nem recebe por actos médicos. Mas consegue dizer que o seu caso é o caso que mais se verifica no País...? Se calhar, não...

Quanto à Ministra não creio que possa ser considerada gestora. Na curta experiência que se lhe conhece foi mal sucedida.

E mais uma vez digo: uma coisa é gerir um hospital, outra é a prática clínica. Quem gere um hospital deve ser um gestor, quem atende os doentes deve ser um médico. Nem um gestor deve atender um doente nem um médico se deve pôr a gerir contabilidade, compras, contratações, etc.

E eu é que agradeço o seu testemunho. É bom conhecer a sensibilidade de quem conhece do que fala (mesmo que nem sempre concorde consigo...).

Muito obrigada.

Um abraço.

ccastanho disse...

Caro Américo Costa.
Tenho um amigo que fez medicina publica a vida inteira. A reforma dele como médico,
anda por menos 700 a 800 e tal € inferior á reforma da mulher ( professora primária) de quase três mil €.
Professora, é importante na sociedade, e médico, não deve estar acima no estatuto profissional com ordenado correspondente?
Já agora, uma educadora de infância, minha conhecida, reformou-se com três mil trezentos e tal €.
Que país é este com tanto desequilíbrio salarial entre o estado e o privado?

Anónimo disse...

nesta lista de aposentados de 06/2024
https://files.diariodarepublica.pt/2s/2024/06/109000000/0008500106.pdf
deixou-me curioso este registo
SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE LISBOA
MARIA JOSÉ BARRADAS FOITO BAPTISTA COELHO EDUCADORA DE INFÂNCIA € 3 288,94

e nas
EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES ANÓNIMAS
os CTT-CORREIOS DE PORTUGAL, S. A.


Um Jeito Manso disse...

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