quarta-feira, julho 10, 2024

Ponto de situação

 

Para quem trabalha, pode não parecer plausível mas é verdade: para quem está reformado, a altura das férias é a menos calma. Por isso, acontece que, de novo, só aqui cheguei depois das onze e tal da noite, depois ainda fui tomar banho (pois ainda estava com areia na pele) e só agora a televisão está ligada e, por acaso, num programa em que estão a comentar o jogo de Espanha com a França que, por acaso, vimos na rua, em festa, rodeados de espanhóis.

Por isso, estou a milhas das novidades ou dos comentários ou do que quer que seja. Ou seja, não consigo falar de qualquer coisa que tenha a ver com a actualidade.

Vou antes contar o que me aconteceu, não para me vitimizar mas para justificar o facto de haver dias em que pouco tenho escrito ou em que não tenho respondido a comentários. 

Tinha contado, acho eu, que tinha levado a 2ª dose da vacina contra a pneumonia. A enfermeira tinha dito que ia inchar e doer e que devia pôr gelo. Como nunca tal me aconteceu, não devo ter agido a tempo. O braço inchou-me imenso, até ao cotovelo. Estava gordo, encarnado e quente e doía que não acreditam. Pus gelo e tal e para aí ao terceiro dia lá melhorou. Só que, vá lá saber-se porquê, disso nasceu uma tendinite nesse ombro. Ou foi porque andei com o braço tolhido pela vacina ou foi pelo gelo ou foi porque tenho o sistema imunitário feito num oito ou porque me rogaram mau olhado -não sei. O que sei é que fiquei tolhida desde o ombro, nem conseguia apanhar o cabelo, nem levantar o braço. Tolhida de todo. Como tenho o cabelo comprido, agora, com o calor, apanho-o. Tive que pedir ao meu marido. Nem imaginam. Não foi capaz de me fazer um rabo de cabelo, tive que andar com o cabelo caído. Só visto. Tive que ir ao brufen, claro, e dar-lhe com força pois estava aflita com dores.

Pois bem. 

Um mal nunca vem só mas já tinha vindo aos pares. Só que há aquilo de não haver duas sem três.

Ora bem. Estava descalça, na relva, a falar ao telefone quando senti uma picada terrível, com ardor, na sola do pé. Olhei e vi uma abelha (ou vespa, sei lá). Fui logo para casa e fui buscar uma lupa e um espelho mas não vi ferrão nem percebi onde tinha sido pois doía-me uma zona e não um local único. O meu marido também não viu mas percebeu que a picada tinha sido na parte de baixo do dedo grande do pé pois estava a formar-se rapidamente uma batata. Quando fui deitar-me já o dedo estava disforme e já o peito do pé estava a inchar. No dia seguinte a parte de baixo e de cima do pé estava toda inchada e encarnada escura mas, pior, havia manchas escuras em volta do dedo do pé como se tivesse sido pisado e estavam a aparecer bolhas de líquido. E ao longo do dia isso foi alastrando. Para além de me doer e arder como se tivesse sido queimada, era o incómodo do pé inchado e escuro junto aos dedos e aquelas manchas de sangue pisado e com bolhas a alastrar.

Entretanto já eu estava com o pé para cima e com gelo. E isto, estando eu a tomar o brufen por causa da tendinite. Ou seja, o anti-inflamatório não estava a dar conta daquilo.

O meu marido assustou-se ao ver aquilo. Queria que eu fosse ao hospital. Ora com as urgências como estão, não me pareceu que fosse caso para isso pois foi uma reação local. Ou seja, não tive falta de ar nem nada generalizado. De qualquer forma, não me estava a agradar aquela progressão. Liguei para a Saúde 24. Expliquei. A enfermeira disse que eu tinha mesmo que ser vista por um médico. Retorqui que no meu centro de saúde não se consegue marcar consultas com essa facilidade. Disse-me que não me preocupasse pois, de imediato, ia notificar o centro de saúde de que tinham que me arranjar consulta para esse dia. E assim foi. Passado um bocado estavam a ligar-me do centro de saúde a combinar uma hora para lá ir.

Claro que não correu extraordinariamente pois estava marcada para uma hora e fui atendida quase duas horas depois, mas enfim, já me dou por agradecida por me terem visto nesse dia. A médica, novinha, quando viu o pé assustou-se. Disse que ia chamar uma colega. Quando veio a colega, calçou luvas e esteve a examinar. Disse, então, que estava de acordo com a colega: havia ali uma infecção que estava a progredir e que tinha que ser travada rapidamente. Portanto, antibiótico com ela (que ainda estou a tomar).

Perguntei a que se devia tal coisa. Nunca tinha visto ou sabido de uma picada de abelha ou vespa produzir um tal efeito. Disseram que talvez pouca sorte, talvez o ferrão tivesse alguma substância que, uma vez infiltrada na pele, provocou infecção. 

Portanto, tive que deixar de usar ténis, sapatilhas, ou sapatinhos pois tenho tido que andar com isto ao ar. Agora está quase bom. Mas, caraças, isto é o quê? Tenho que ir à bruxa? Tenho que fazer uma cura detox? What?

E, pelo meio, férias e movimentações de toda a ordem. Portanto, estão a ver. D

Conclusão? Nenhuma. Só isto. 

Só espero que não aconteçam coisas aparatosas durante este período para que, quando eu voltar à superfície, encontre o mundo ainda na sua rota normal...

5 comentários:

Anónimo disse...

Na relva?
Deve ter sido aranha, é um bocadinho mais a sério ..

Anónimo disse...

Desejo sinceramente as melhoras. Estou crente que o antibiotico vai surtir efeito. Não obstante, se nao sentir melhoras francas e progressivas, não facilite, vá reavaliar. Que tudo corra bem.

Um Jeito Manso disse...


Olá

Não sei que bicho foi pois era lusco-fusco, já não se via bem. Quanto senti aquela picada ardente olhei e vi um bicho escuro a mexer-se. Podia ser abelha ou vespa mas, agora que me fala nisso, não garanto que não fosse uma aranha. Que não ficou ferrão visível lá isso não ficou.

E que aquilo que me aconteceu ao pé foi um pouco assustador, foi, parecia que estava uma coisa a alastrar pois as manchas de sangue pisado, arroxeado, iam aumentando quase de hora para hora e iam nascendo bolhas cheias de líquido, isto com o pé inchado, escuro e quente.

Mas com o pé para cima e gelo e com o antibiótico, melhorou. Agora está como quando ficava com bolhas e feridas com os sapatos apertados, mas já na fase de secar, de ganhar crostas. Quando chegar ao fim do antibiótico (são 8 dias de toma) já estará cicatrizado.

Obrigada pelo vosso cuidado!

Sara Adalgisa disse...

Bom dia,
Não terá um ninho de vespas asiáticas nas suas árvores?

A vespa é maior do que a abelha e tem uma risca laranja.
Veja na internet como são os ninhos e as vespas. Caso tenha, tem de ligar para os bombeiros que provavelmente a encaminham para a
Proteção Civil.
As melhoras!

Um Jeito Manso disse...

Sara, olá,

Não encontrámos mas ficámos apreensivos, vamos procurar melhor.

Obrigada!