Eu, como sempre, não sou de embarcar à toa ou encarneirar e, portanto, levantava muitas questões. Esse meu colega também. Claro que olhavam para nós como os que estavam ali só para chatear.
Ele, brasileiro, com aquela forma divertida de falar, dizia-me de forma a que ninguém o ouvisse: 'nós dois somos mesmo a turma do baldinho'. O 'baldinho' era o balde de água fria que nós atirávamos para cima para esfriar os ânimos.
E assim me sinto eu hoje ao trazer aqui um tema que não está com nada. A bem dizer não tem a ver nem com os mega ajuntamentos da JMJ (e com a organização que fez com que tudo corresse lindamente) nem com o calorão de ananases que esteve. Também não tem a ver com mais uma da minha mãe que, em vez de curtir a provecta idade e o bom estado físico em que se encontra, agora panica com qualquer espirro, incapaz de perceber que o problema é o estado de ansiedade em que fica.
Não. O post de hoje não tem mesmo nada a ver com nada de nada disso.
Não quero retomar a prática do baldinho de água fria que, por acaso, hoje até que talvez não caia mal tamanhas as quentes baforadas que nos têm assolado. Mas, sinceramente, estou exausta (fisica e psicologicamente) e a única maneira de descansar a cabeça é ocupá-la com coisas que me fazem pensar.
Portanto, com vossa licença, deixem que partilhe um vídeo que me parece muito interessante. Talvez explique muitas coisas. Muitas, muitas.
Tem a vantagem de estar legendado.
Can cells think? | Michael Levin
Sabemos que os humanos são uma espécie inteligente. Mas este biólogo decompõe a inteligência de cada uma de nossas células – e isso é surpreendente.
Michael Levin, biólogo do desenvolvimento da Tufts University, desafia as noções convencionais de inteligência, argumentando que ela é inerentemente coletiva e não individual.
Levin explica que somos coleções de células, com cada célula possuindo competências desenvolvidas a partir de sua evolução a partir de organismos unicelulares. Isso forma uma arquitetura de competência multiescalar, onde cada nível, de células a tecidos e órgãos, está resolvendo problemas dentro de seus espaços únicos.
Levin enfatiza que reconhecer adequadamente a inteligência, que abrange diferentes escalas de existência, é vital para compreender as complexidades da vida. E essa perspectiva sugere uma mudança radical na compreensão de nós mesmos e do mundo ao nosso redor, reconhecendo as habilidades cognitivas presentes em todos os níveis de nossa existência.
2 comentários:
Gostei muito de ler esta reflexão e o texto Can cells think?
Sinto-me assim uma espécie de micro universo, feita de células e micróbios.
Eu bem tento que eles tenham bons pensamentos mas há muito que me escapa ao controle!
Gosto muito de acompanhar o blog , embora nunca tenha comentado.
Mena
maiordesessenta.blogspot.pt
Olá Mena,
Vi a sua fotografia no perfil do seu blog e não parece nada ter mais de 60. Por isso, pela juventude, é natural que as suas células sejam irreverentes...
Abraço e obrigada!
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